Coluna Vitor Vogas
Magno: “Nossa candidata ao Senado é Maguinha”. A própria: “Tô pronta”
Nesta segunda parte de sua entrevista exclusiva ao Portal ES 360, ao lado de Maguinha Malta, o presidente estadual do PL anuncia a decisão: sua filha será a candidata do partido ao Senado pelo Espírito Santo. Pela primeira vez, a própria Maguinha apresenta seus planos

Maguinha Malta e Magno Malta. Foto: Vitor Vogas
Na primeira parte de sua entrevista exclusiva ao Portal ES 360, o senador Magno Malta declarou que pode ser candidato a governador do Espírito Santo em 2026, se concluir que isso é necessário para representar a direita e o projeto de Jair Bolsonaro (PL) no Estado. Nesta segunda parte, ao lado de Maguinha Malta, o presidente estadual do PL anuncia: sua filha será a candidata do partido ao Senado pelo Espírito Santo.
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“Será Maguinha. Ela será candidata, está preparada, está talhada, cresceu dentro da luta, na luta do pai, na nossa luta mais importante, que é lutando por vidas”, afirma o senador.
Também respondendo à coluna, a própria Maguinha confirma a pré-candidatura. Apresentando-se como um instrumento de Deus, imbuída de uma “missão”, ela detalha, pela primeira vez, quais serão as suas bandeiras de campanha, com destaque à luta em defesa da vida (contra o aborto, notadamente). E adianta:
“Quando vejo Deus me colocando nessa posição de estar indo para o Senado, a minha principal missão neste momento é ser uma voz, assim como meu pai tem sido durante toda a sua vida, contra os arbítrios no Brasil. Principalmente neste tempo, neste momento, serei uma senadora que votarei para impeachment de ministro do STF, pois é isso que o Brasil precisa neste momento”.
Magda Malta, a Maguinha, tem 40 anos e incrível semelhança fisionômica com o pai (vide foto acima). Nunca foi candidata a nada. Formada em Publicidade e Marketing, ela também é cantora e percussionista (fez parte do antigo grupo gospel Tempero do Mundo, liderado por Magno). Evangélica, frequenta a Igreja Apostólica Monte Sião, em Vila Velha, além de ser ministra de Cura Interior no ministério Bálsamo de Gileade.
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Leia a seguir a nossa entrevista completa com pai e filha.
(Para Magno)
Sua filha, Maguinha Malta, tem tido o nome ventilado no PL como possível candidata do partido ao Senado, ao lado do outro nome citado, que é o deputado estadual Callegari. Quero saber se a decisão está tomada. A candidata do PL ao Senado, na chapa majoritária, será sua filha, Maguinha Malta?
Magno: Será Maguinha. Ela será candidata, está preparada, está talhada, cresceu dentro da luta, na luta do pai, na nossa luta mais importante, que é lutando por vidas. Maguinha, antes de fazer um ano, nós já tínhamos uma casa cheia de drogados… E não somente isso: todas as pautas que eu lutei, CPI do Narcotráfico, elas [as filhas do senador] pagaram um preço muito grande. Precisava ir para a escola com a Polícia Federal, sair com a Polícia Federal e ir na igreja, sem qualquer tipo de privacidade. E as pautas que eu discuti na CPI da Pedofilia, tudo que eu aprovei, eu discuti com minha família dentro de casa. E elas foram talhadas dentro de tudo isso. E há exemplos de mim, pois eu sou fruto de uma profecia. Sou filho de uma faxineira. Houve um prefeito de Itapetinga [cidade no centro-sul da Bahia] chamado Evandro Andrade. Quando eu tinha 13 anos de idade, eu subi no palanque desse homem para decidir a eleição. Eu sou fruto de uma profecia. Então Deus falou com minha filha, falou com ela lá em Israel. Eu nunca quis, eu relutei, orei, e falando com Deus, não, não, não, não, porque eu conheço esse mundo, eu conheço esse universo…
O senhor relutou em “deixar” que a sua filha entrasse na política?
Magno: Relutei com Deus, porque eu conheço o universo, eu conheço os 90 dias de sujeira [durante uma campanha eleitoral], em que o cara não mede distância para atacar a sua honra, a sua família, o poder pelo poder, o poder pelo poder… E eu sei quem precisa ser eleito para ir para dentro do Senado e que tem coragem e disposição. E, além da disposição e coragem que ela tem, ela vai estar sentada do meu lado, para somar para esse país que nós queremos: um país livre, onde o Supremo Tribunal Federal se ponha no seu lugar, fale nos autos e julgue e guarde a Constituição.
Ela estará ao seu lado se for eleita senadora e se o senhor não disputar e não for eleito governador. Mas o senhor afirma que pode ser candidato a governador. O senhor cogita também a possibilidade de uma chapa majoritária puro sangue do PL, completa, com o senhor candidato a governador e ela ao Senado? É possível?
Magno: Não, nós vamos ter um outro candidato [ao Senado, na segunda vaga]. O presidente Bolsonaro quer apoiar um candidato de centro para o Senado. Ele quer um do partido e quer um do centro.
Sim, mas pergunto se o senhor pode ser candidato a governador com Maguinha candidata ao Senado…
Magno: Eu estou dizendo: se os nossos não conseguirem aglutinar, isso é uma possibilidade, né, isso é uma possibilidade… Se eles não aglutinarem, eu não vou deixar que essa eleição da esquerda fique fácil para que eles permaneçam no poder. Mas eu vou com uma rede debaixo de mim, porque, se eu não ganhar a eleição de governador, eu tenho quatro anos de Senado.
Isso também é um fator relevante a se considerar, não é? O risco é menor, pois o senhor tem mandato garantido no Senado até janeiro de 2031.
Magno: É, o risco é menor. Mas, mesmo se fosse no final do meu mandato… Se fosse no final do meu mandato e eu tivesse que realmente tomar essa posição para ajudar o meu país, o meu estado, que já se cansou dessa questão da esquerda, porque é o mesmo espectro nacional, é uma coisa só, a eleição é uma coisa só, né? E a gente não tem que desconsiderar isso, porque eles brigam publicamente, mas, na hora do processo eleitoral, eles se dão as mãos, eles se fecham, eles se juntam, algo que nós ainda temos que aprender muito, nós temos que aprender muito… Mas espero que alguém consiga aglutinar. O que eu espero do Republicanos [partido de Lorenzo Pazolini] é que eles se coloquem, de fato, como pessoas conservadoras e patriotas, e que se insurjam contra essa pauta horrorosa que nós estamos enfrentando.
Voltando à definição da pré-candidatura da Maguinha, o senhor me explicava que “relutou com Deus”, resistiu o quanto pôde, até o limite. A decisão final e a vontade maior é do senhor ou dela?
Magno: Não, a vontade é dela. Quer dizer, a vontade é de Deus, ela só aceitou isso. Porque a minha filha é comprometida, é uma mulher de oração, que tem compromisso com Deus e despida de qualquer tipo de vaidade. Agora, eu tenho um legado neste estado. Eu tenho um legado. O meu voto é um voto orgânico no estado do Espírito Santo. Aqui funciona como Flamengo. Aqui quem gosta, gosta, quem não gosta, não gosta. E quem não gosta, junta tudo, porque é feito o futebol.
Pensando em termos de estratégia de campanha, estratégia eleitoral, como é que vai ser construído isso? Vai ser na linha “um voto em Maguinha Malta é um voto em Magno Malta”? Uma campanha bem casada, colando a imagem do senhor na da sua filha, e vice-versa?
Magno: Já está colada, até porque ela tem até meu nome. Ela tem minha cara e meu nome. Então, não tem como ser de outro modo As pautas que eu defendo são as pautas que ela defende. O que eu creio é o que ela crê. Então, não será isso. A minha candidatura a governador, isso é uma hipótese. Nós queremos juntar todo mundo. Nós não queremos dividir. Agora, caso o centro não se coloque e ponha Bolsonaro como o grande líder do processo, tanto no Brasil como aqui no Espírito Santo, e comece a defendê-lo e defender aqui o que nós que defendemos, é isso que nós queremos. Certamente eu vou trabalhar para fazer o governador, vou trabalhar para fazer a senadora, para fazer os deputados federais.
(Para Maguinha Malta)
Por que a senhora tomou essa decisão? Por que decidiu ser candidata a senadora, indo inclusive contra a vontade do seu pai, pelo que ele acaba de dizer?
Maguinha: Olha, decidi porque Deus moveu as coisas e me colocou nesse lugar. Eu nunca me coloquei nem no lugar de deputada federal. Eu sempre relutei muito nessa questão da política. Não é algo que eu sempre quis, até porque, se eu quisesse desde sempre, eu já estaria na política atuando há muito tempo, como é normal e até uma cultura no nosso país, né? Filhos de políticos se candidatarem e tal. Então, nunca foi uma pretensão minha, embora fosse uma luta minha com Deus, porque Deus sempre me disse que essa hora ia chegar. Ele falou claramente comigo, há dez anos, que eu parasse de resistir ao que Ele queria fazer porque Ele queria me usar na política. Então, eu disse “tá bom”, parei de resistir, mas continuei minha vida sem me lembrar disso. E as coisas foram acontecendo até que eu estou aqui, dez anos depois, nesse lugar em que ano que vem eu estaria vindo como candidata a deputada federal. E por conta das mudanças, da decisão do Gilvan de vir para a reeleição, Deus falou com meu pai, mais uma vez, Ele falou com meu pai que então era pra ser eu a vir como senadora. Então, eu só estou cumprindo uma missão. Estou no lugar em que eu sempre estive. Deixando as coisas acontecerem e Deus mover as coisas. E disposta a cumprir a missão, seja ela qual for.
A senhora está pronta? Sente-se pronta e preparada para cumprir essa “missão”?
Maguinha: Sim, claro, com certeza.
Quais serão as suas prioridades e principais bandeiras de campanha ao Senado?
Maguinha: Está posta a bandeira da vida. A bandeira da vida já engloba tudo aquilo que a gente defende, que a gente acredita enquanto conservadores. Nós, conservadores, a nossa grande bandeira é a vida e, a partir da vida, tudo. A partir da vida, a defesa das crianças nascerem, nossa luta contra o aborto. A partir da vida, a nossa luta contra tudo aquilo que vilipendia a vida, a defesa das crianças, contra a pedofilia, contra as drogas, contra tudo aquilo que destrói a vida. E principalmente, neste momento do país, a nossa grande luta pela liberdade do povo brasileiro. E, quando vejo Deus me colocando nessa posição de estar indo para o Senado, a minha principal missão neste momento é ser uma voz, assim como meu pai tem sido durante toda a sua vida, contra os arbítrios no Brasil. Principalmente neste tempo, neste momento, serei uma senadora que votarei para impeachment de ministro do STF, pois é isso que o Brasil precisa neste momento.
(De volta para Magno)
Como a decisão já está tomada, o deputado estadual Callegari, logicamente, não será candidato a senador pelo PL. Então ele será candidato a deputado federal? E quanto ao Gilvan da Federal?
Magno: Nós temos uma chapa de sobra. Certamente nós vamos fazer três deputados federais no Espírito Santo, com muita certeza, e entre sete e oito deputados estaduais, pois a chapa está sobrando também. São as nossas contas. O Callegari é um dos melhores quadros que temos hoje no PL do Espírito Santo. Sempre foi candidato a deputado federal. Quanto ao Gilvan, faz dois anos que nós fazemos a campanha dele para senador. Se ele quiser retomar a posição dele, ele retomará. Maguinha era candidata a deputado federal. Inclusive ela é assessora do Gilvan, incentivada pelo Gilvan. Quando eu lutava para ela não ser candidata, Gilvan lutava contra mim no argumento. Ele lutava: “Não, ela tem que ser, ela tem que ser. Eu vou ser senador e ela vai entrar de deputada federal no meu lugar”. Agora, com a posição do Gilvan [de recuar do Senado para concorrer à reeleição na Câmara], Maguinha é a nossa candidata ao Senado. Então, a decisão foi dela e de Deus, como sempre foi comigo. A última palavra é de Deus.
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