Coluna Vitor Vogas
Exclusivo: Magno Malta diz que pode se candidatar a governador do ES
Leia aqui a entrevista exclusiva do senador e presidente estadual do PL. Ele explica o que pode movê-lo a disputar o Governo do Estado pela primeira vez

Magno Malta é senador pelo PL-ES. Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
O senador Magno Malta surpreendeu mais uma vez na tarde desta sexta-feira (25). Em entrevista exclusiva ao Portal ES 360, declarou que pode ser candidato a governador do Espírito Santo em 2026.
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Na entrevista, o senador e presidente estadual do PL explica o que pode levá-lo a se candidatar ao comando do Executivo Estadual pela primeira vez em sua longa trajetória política.
Magno falou com a coluna logo após uma sessão solene em homenagem ao falecido escritor Olavo de Carvalho, na Câmara Municipal de Vitória, proposta pelo vereador Dárcio Bracarense (PL).
> Pazolini dá mais um pequeno passo na direção da direita bolsonarista
O senhor tem um longo histórico de disputas parlamentares. Foi deputado estadual, deputado federal e é senador pela terceira vez. Chegou a vez de Magno Malta disputar o cargo de chefe do Poder Executivo Estadual? O senhor confirma que pode ser candidato a governador do Espírito Santo?
A nossa luta já vem de algum tempo, e o país vem vivendo um processo de depuração. Não é que o país esteja dividido. O país não está dividido. Lula não junta ninguém. A esquerda não junta ninguém. Nós juntamos a multidão. Então, não tem divisão nisso. Você tem um pouco de um lado, mas, na verdade, eu não tenho problema nenhum em falar as coisas que eu falo na tribuna do Senado, em qualquer outro lugar. Essa eleição será nebulosa, virão revelações bombásticas dos Estados Unidos do que aconteceu no processo eleitoral no Brasil. E nós temos um inimigo, que é a esquerda, que é esse espectro político socialista. Bom, nós já estamos vivendo num país ditatorial. Nós estamos vivendo num país já cercado e o Brasil deixou de ser uma democracia. Eu estou conversando com todas as forças, mas, se eu perceber que as forças de direita não estão conseguindo aglutinar e que a esquerda começa a ter musculatura… Não há que se esconder essa capacidade de Renato [Casagrande], do mandatário atual, de circular em todos os meios.
De atrair forças de direita, ou que se dizem de direita?
Não, de direita ele não atrai, mas principalmente de centro. Ele puxa lá para o lado dele.
Então, o senhor avalia ser candidato ao governo para representar a direita?
Exatamente. Se, na minha avaliação, em todas as conversas que nós tivermos, eu perceber que esse grupo vai continuar no poder, eu, pela primeira vez, vou colocar meu nome.
E já está colocando, senador? Já está começando a dialogar sobre isso e a se movimentar?
Não é que eu esteja colocando. Eu estou falando. É uma decisão muito pessoal minha. E que eu estou falando com meus correligionários. Até porque a gente não sabe quem é. Porque hoje tem gente que diz que é de centro, de direita, mas não verbaliza as nossas pautas. Não assume isso. Aí está aí o 8 de janeiro, que é uma farsa. Mas a gente não ouve essa gente verbalizar. Essa gente não abre a boca. Jair Bolsonaro vem sofrendo, eles não defendem, eles não fazem nada.
No seu íntimo, o senhor quer ser candidato a governador?
Meu amigo, eu nasci para o Parlamento, senão eu já teria sido. São sete mandatos, então eu já teria me lançado. Eu poderia ter disputado. Mas eu sei que eu sou útil ao país no Senado. Na tribuna do Senado, enfrentando as pautas nacionais. E a minha vocação é o Parlamento. Mas nós estamos vivendo uma situação tão grave de uma ditadura crescente no país, que parece que não vai ter fim, de um Supremo Tribunal Federal que vive numa cooperativa de conluio com o Executivo. Eles são uma coisa só. Se nós corrermos o risco de isso permanecer, eu vou para o sacrifício.
O senhor pode vir, então, “no sacrifício”, por uma necessidade de representação da “direita autêntica”?
Da direita autêntica e também do próprio centro. Porque tem muita gente do centro. E há conversas no patamar de cima, que envolvem desde o presidente Jair Bolsonaro ao presidente nacional do partido e os outros presidentes dos outros partidos que são de centro, não são de direita. Na verdade, nós somos direita raiz. Mas a imprensa prefere nos chamar de “extrema direita”, como se não tivesse “extrema esquerda”. Então, eu não vou correr dessa responsabilidade. Não vou correr dessa responsabilidade. Em percebendo que o nosso campo não vai dar conta com os nomes que estão sendo colocados, eu vou me dispor.
Como o senhor avalia uma possível aliança com o partido Republicanos, do Erick Musso e do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, para a disputa majoritária no Espírito Santo?
Avalio conversar. Já conversei com o presidente estadual do partido [Erick Musso]. Tenho colocado essas questões em que eles precisam se posicionar. São questões nacionais, mais importantes para a vida do país. Veja bem, a questão do 8 de janeiro. Qual foi o terrorismo que houve ali? Nenhum. Houve vandalismo. Então, você pune alguém para o vandalismo. Por exemplo, agora terminou o julgamento da Débora. O Fux votou para ela cumprir um ano e seis meses. Eu esperava mais do Fux. Mas, mesmo assim, o que essa mulher fez? Escreveu com um batom “Perdeu, mané”? A frase não é dela. Então, veja, nós estamos vivendo dessa forma. Nós queremos que essas lideranças se posicionem com relação a essas questões nacionais. Ficamos nós botando a cara, aglutinando o povo, pagando o preço, tomando processo, como é meu caso, e do próprio Gilvan [da Federal], juntando gente para poder dar um mandato a quem nem abriu a boca.
E, se o prefeito de Vitória for mesmo candidato também ao governo do Estado? O senhor avalia a hipótese de apoiá-lo, de o PL o apoiar? Ou o senhor pode vir, inclusive, concorrendo com ele?
Eu tenho conversado com o presidente do partido. Pretendo ter outras reuniões com ele e com o próprio prefeito, e colocando essas questões que são primordiais para nós. Ele precisa se posicionar. Porque, se você não se posiciona por essas pautas que eu estou colocando… essas pautas são avessas ao que crê o PT. Por exemplo, é preciso se posicionar, por exemplo, sobre esse rombo que se descobriu agora no INSS de R$ 6,4 bilhões. Que não é uma coisa nova, já aconteceu lá, quando o Paulo Bernardo, ex-esposo da Gleisi [Hoffmann], era ministro, foi preso pela Lava Jato, exatamente porque estava fazendo empréstimo consignado, sem que o aposentado soubesse.
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