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Coluna Vitor Vogas

O que diz Ricardo Ferraço sobre a federação do PP com o União no ES

Apoio antecipado pelo União ao projeto eleitoral de Casagrande e Ricardo para 2026 por acaso segue valendo? PP e União estarão no palanque do candidato do Palácio Anchieta a governador? Pivô do acordo de janeiro, Marcelo Santos também dá a sua resposta. Confira

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Ricardo Ferraço e Marcelo Santos (ao centro) durante sanção de lei estadual no gabinete do governador. Foto: Léo Junior

Ricardo Ferraço e Marcelo Santos (ao centro) durante sanção de lei estadual no gabinete do governador (27/03/2025). Foto: Léo Júnior/Vice-Governadoria

Ao que tudo indica, dois partidos que já são grandes, o PP e o União Brasil, formarão uma federação, dando origem a uma potência partidária para as eleições 2026. Isso terá reflexos no Brasil inteiro, incluindo o Espírito Santo, no que diz respeito à costura de acordos e das coligações eleitorais para as disputas majoritárias (ao governos estaduais e às cadeiras no Senado).

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No entanto, o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), preferido do governador Renato Casagrande (PSB) para disputar sua sucessão no ano que vem, demonstra confiança e tranquilidade. Para Ricardo, no fim das contas e “na hora certa”, o PP e o União Brasil, reunidos nessa federação, estarão com ele e Casagrande no mesmo projeto eleitoral.

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“Primeiro eu preciso respeitar uma decisão como essa, que é uma decisão de dois partidos, o PP e o União Brasil. Por certo, os partidos estão fazendo as suas avaliações e vão decidir aquilo que lhes é mais favorável e que possa fortalecê-los. Do ponto de vista objetivo, eu acredito que esses dois partidos estarão conosco no processo eleitoral, na hora certa, no momento certo, pois este não é o momento de discutir eleições. Acredito muito que esses dois partidos estarão conosco no projeto liderado pelo governador Renato Casagrande”, aposta Ricardo, governador em exercício até a próxima segunda-feira (31), durante as férias de Casagrande.

Acordo anunciado segue valendo?

Tanto o PP como o União Brasil fazem parte do governo Casagrande, inclusive ocupando secretarias. O PP dirige a de Desenvolvimento Urbano, com Marcos Soares, enquanto o União comanda a de Meio Ambiente, sob a chefia de Felipe Rigoni (atual presidente estadual da sigla).

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Até o fim de janeiro, com relação a esses dois partidos, a situação para Casagrande e Ricardo era a seguinte:

No processo de recondução do deputado estadual Marcelo Santos (União) à presidência da Assembleia Legislativa, os dois buscaram garantir a presença do União no projeto eleitoral liderado por eles em 2026.

Após uma ida do governador e do vice com Marcelo Santos a Brasília e uma foto dos três com o presidente nacional da sigla, Antônio de Rueda, o presidente da Assembleia Legislativa voltou dizendo que o apoio do União havia sido assegurado em nível estadual e nacional. A presidência do partido no Espírito Santo passaria de Felipe Rigoni para o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, numa costura de Casagrande com Marcelo.

Agora, porém, o União está prestes a formar a “superfederação” com o PP. Esta vai mesmo sair do papel e, no Espírito Santo, ficará sob a presidência do deputado federal Josias da Vitória – que já preside o PP no Estado.

Sob o comando de Da Vitória, o PP está no governo Casagrande – mas também na administração de Lorenzo Pazolini (Republicanos) em Vitória. O próprio deputado é aliado de ambos. Pazolini é potencial adversário do candidato do Palácio Anchieta em 2026.

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Em conversa com a coluna, Da Vitória afirmou que seguirá construindo as definições eleitorais de 2026 dialogando e convergindo com Casagrande.

Bem, não é que aquela antecipação de apoio do União anunciada em janeiro tenha sido totalmente apagada… mas a coisa agora muda de figura. Afinal, o União, federado com o PP, terá um novo chefe no Espírito Santo. E, quando perguntamos a esse novo chefe se aquele compromisso com o projeto de Casagrande e Ricardo segue valendo, Da Vitória responde categoricamente:

“Você não viu nenhum entrevista minha dizendo que estarei no palanque A, B ou C. Tenho muita cautela, até para que possamos declinar um apoio e cumprir esse apoio”.

Isso, em tese, gera maior instabilidade para o “Projeto Ricardo Ferraço”. Aumenta o grau de incerteza quanto à participação do União nessa coligação governista. Mas não para o próprio Ricardo, que, como vimos acima, está confiante na união de todos.

Marcelo Santos: “Federação dará voz ao projeto de Renato e Ricardo”

Também para Marcelo Santos, a entrada do União na federação com o PP não altera nada quanto ao que já havia sido combinado e anunciado. Em outras palavras, mesmo com a federação, o anúncio do apoio do União ao projeto eleitoral liderado por Casagrande, antecipado em janeiro, segue valendo – de acordo com o presidente da Assembleia.

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“Na verdade, eu, que tenho acompanhado esse desenho da federação, e o Da Vitória, que lidera o PP, nós temos dialogado e estamos seguindo no mesmo caminho que começamos”, diz Marcelo.

“Será a maior federação do país e, aqui no Espírito Santo, será a maior junção que terá a maior musculatura para dar voz ao projeto de que fazemos parte hoje, que é o projeto liderado pelo governador Renato Casagrande, que tem Ricardo Ferraço como candidato majoritário”, emenda o presidente da Assembleia. Ele até poderá, no fim das contas, assumir a presidência estadual do União, se Euclério não for para lá.

Ausência boa”: Marcelo se firma como um dos maiores apoiadores de Ricardo

Marcelo, por sinal, reitera que está fechadíssimo com a pré-candidatura de Ricardo Ferraço. Na tarde da última quinta-feira (27), como governador em exercício, Ricardo assinou a sanção da nova lei estadual, de autoria de Casagrande, aprovada na véspera na Assembleia, que cria uma linha especial de crédito do Bandes, a juros baixos, para que pequenos produtores rurais possam construir barragens de até 5 hectares em suas propriedades, a fim de garantir a irrigação da lavoura e fazer frente às mudanças climáticas nos próximos anos. O governo prevê a construção de 1,5 mil pequenas barragens.

Durante a cerimônia, no gabinete do governador e na presença de deputados, secretários de Estado e prefeitos do interior, Marcelo se destacou, ao lado de Ricardo, muito à vontade no ambiente, como se fosse um coanfitrião do evento. Em seu discurso e em entrevista à coluna, falou como um dos maiores apoiadores de Ricardo ao Governo do Estado.

“Sim, eu apoio Ricardo. Lá atrás eu disse que, sob a liderança do governador Renato Casagrande, que lidera o processo de sucessão, eu estaria de braços dados com o nome que ele apresentasse. Então nós temos hoje a figura do vice-governador Ricardo Ferraço, que é quem colocou o nome à disposição para sucedê-lo e quem vai assumir o governo [em abril de 2026], em breve.”

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Marcelo declarou que é preciso reconhecer o “sacrifício político” feito por Ricardo, à frente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento (Sedes), nos últimos dois anos – aparecendo pouco politicamente enquanto se dedicava a abrir divisas para o Espírito Santo.

De maneira até um pouco inusitada, o presidente da Assembleia celebrou a “boa ausência” de Ricardo durante o biênio em que se dedicou à Sedes. Agora esse período está encerrado. Em fevereiro, Ricardo passou a Sérgio Vidigal (PDT) o comando da secretaria, está livre para fazer política e tem se movimentado intensamente com o intuito de se viabilizar eleitoralmente.

“Acredito que temos que falar para as pessoas o trabalho que o Ricardo Ferraço desenvolveu à frente da Secretaria de Desenvolvimento, cujos efeitos não foram só no momento em que estava se dedicando à secretaria. São efeitos perenes”, disse Marcelo.

“No ano passado, o Espírito Santo alcançou a sua menor taxa de desemprego. Isso foi por um trabalho que o Ricardo fez. Enquanto o governador fazia mais a parte política e nós também, ele estava se debruçando em suas tarefas, deixando de estar presente em eventos e solenidades, que é o nosso papel político: estar presente, mostrando a cara. Ele estava viajando para São Paulo, viajando para outros estados e até para outros países, como foi sua última viagem, ao Vietnã, trocando informações, buscando parceiros, fazendo novas alianças comerciais e garantindo que o Espírito Santo pudesse crescer acima da média nacional e se tornar esse estado pujante e referência para o país”, completou o presidente da Assembleia, firmando-se como um dos principais cabos eleitorais do vice-governador.

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