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Coluna Vitor Vogas

Ricardo Ferraço diz o que pensa sobre movimento eleitoral de Euclério

Prefeito de Cariacica tem feito movimentação ostensiva para se viabilizar como candidato ao governo. Mas nº 1 de Casagrande é o vice-governador…

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Euclério Sampaio e Ricardo Ferraço se cumprimentam. Foto: reprodução Facebook

Euclério Sampaio e Ricardo Ferraço se cumprimentam (nov/2024). Foto: reprodução Facebook

É fato: o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), quer ser candidato a governador. E já nem se dá ao trabalho de disfarçar o desejo pessoal. Está convencido de que é competitivo o bastante. A interlocutores, tem dito que só não será candidato se o governador Renato Casagrande (PSB) firmar o pé e decidir que o candidato dele e do seu grupo à sucessão será mesmo o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB). Nesse caso (e só nesse caso), Euclério manterá o seu apoio já declarado a Ricardo, por lealdade a Casagrande e manutenção da sua palavra.

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A aposta íntima de Euclério, não externada por ele, é a mesma partilhada por alguns aliados de Casagrande, os quais tampouco a declaram em voz alta: o prefeito de Cariacica acredita que Ricardo talvez não se viabilize. Pelo sim, pelo não, já botou o seu bloco na rua, para se manter em condições de efetivar a sua candidatura lá na frente caso a de Ricardo não vingue.

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Não obstante ter passado por duas cirurgias e três internações hospitalares em menos de três meses desde que tomou posse para o atual mandato – a última, de segunda (24) para terça (25), para extração dos rins primitivos –, o prefeito se diz “zeradinho” e com “pique de garoto” após um transplante renal. Sua maratona de atividades condiz com isso.

Para se viabilizar, nas últimas semanas, Euclério passou a andar mais nas ruas de Cariacica, participar de eventos em outras cidades (como Vitória e Domingos Martins) e receber um sem-número de líderes políticos, empresariais, religiosos e militares, em ritmo acelerado.

O prefeito, enfim, tem se colocado no jogo, ostensivamente, como um concorrente interno de Ricardo pelo lugar de candidato governista ao Palácio Anchieta.

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E o próprio Ricardo Ferraço, como tem assistido a tudo isso? Como avalia essa movimentação ostensiva por parte de Euclério? Foi o que perguntamos ao próprio vice-governador, governador em exercício até a próxima segunda-feira (31), durante período de férias de Casagrande.

“Com absoluta naturalidade”, responde Ricardo, tirando por menos.

“Nós somos parte do mesmo grupo e do mesmo time. Não só o prefeito Euclério Sampaio, mas também o prefeito Arnaldinho Borgo, também o ex-prefeito Sérgio Vidigal, também o presidente [estadual] do Podemos, deputado Gilson Daniel, também o presidente [estadual] do PP e possivelmente da federação com o União Brasil, o deputado Da Vitória”, prossegue o vice-governador, fazendo questão de voltar a nominar, um por um, todos os membros da lista de aliados que ele mesmo já disse considerar potenciais candidatos a governador, tanto quanto ele mesmo.

“Nós somos parte de um time. Um time que segue a liderança do governador Renato Casagrande. E é muito natural que todos façam as suas movimentações pelo tamanho das suas lideranças e pela legitimidade do movimento”, completa Ricardo.

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O nº 1 de Casagrande para a sucessão reafirma a sua convicção de que, “na hora certa”, todos esses aliados governistas estarão juntos no mesmo palanque para defender a continuidade do “projeto liderado por Casagrande”:

“A política tem o seu tempo natural. Ela tem um calendário. Esse calendário vai ganhando maturidade com o tempo. E, na hora certa, nós vamos estar unidos para defender a continuidade do projeto liderado pelo nosso governador Renato Casagrande, que tem feito a diferença no Espírito Santo, que tem dado orgulho, tem dado autoestima aos capixabas. O Espírito Santo contabiliza um conjunto de indicadores em todas as áreas muito favoráveis ao projeto liderado pelo governador. Então, na hora certa, estaremos todos unidos defendendo a continuidade desse projeto que tem feito do Espírito Santo o Brasil que dá certo”, conclui Ricardo, recitando, no fim, o “slogan de pré-campanha” que ele tem usado com frequência em discursos e publicações nas redes sociais.

Chancelado por Casagrande, o próprio Ricardo também tem feito movimentos abertos para viabilizar a sua candidatura a governador, intensificados desde fevereiro, quando passou para Sérgio Vidigal o cargo de secretário estadual de Desenvolvimento, ficando mais à vontade para se mexer politicamente.

Ao longo desta semana, como governador em exercício, Ricardo cumpriu uma agenda intensa na Grande Vitória e no interior. Na quinta-feira (27), por exemplo, sancionou, no gabinete do governador, a lei estadual que cria uma linha de crédito no Bandes para que produtores rurais possam contrair empréstimos, a juros baixos, voltados para a construção de pequenas barragens em suas propriedades.

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No mesmo dia, em resposta a ataques de criminosos a ônibus do Transcol e viaturas policiais, Ricardo deu uma declaração “linha dura”, de “tolerância zero com a bandidagem” (discurso de forte apelo junto à população em geral, principalmente eleitores de direita): “Bandido não vai se criar no Espírito Santo. Aqui, não. Ou muda de profissão ou muda de estado”.

Ausência sentida

Um detalhe que tem chamado a atenção é que, em menos de um mês, o Governo do Estado fez três entregas importantes em Cariacica, viabilizadas com investimentos estaduais.

Nesta ordem, houve a inauguração do Viaduto Dona Rosa, na Avenida Mário Gurgel, em Campo Grande, a inauguração do Mercado Municipal, em Itacibá, e a da estrada de Roda D’água, zona rural de Cariacica, pelo programa Caminhos do Campo.

Casagrande esteve ao lado de Euclério em todos esses eventos. Ricardo, não. Para efeito de comparação, Ricardo está sempre ao lado de Casagrande e do prefeito Arnaldinho nos eventos similares em Vila Velha.

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