Coluna Vitor Vogas
Casagrande sobre Euclério no Senado, Arnaldinho no PP, Vidigal com PH
Como o governador avalia os recentes movimentos que sacudiram os bastidores políticos do Espírito Santo? O que opina a respeito? Ele responde, item por item, no pingue-pongue abaixo

Renato Casagrande pode ser candidato ao Senado em 2026
Nas últimas três semanas, fatos políticos importantes se sucederam no Espírito Santo: a ida de Sérgio Vidigal (PDT) ao encontro de Paulo Hartung (PSD) para incentivá-lo a entrar na disputa por uma das vagas no Senado; a entrada avassaladora do prefeito Euclério Sampaio (MDB) na referida disputa; a filiação, muito bem encaminhada, do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, ao Progressistas (PP), enquanto anuncia aos quatro cantos (do campo de futebol) que “segue no jogo” da eleição para governador.
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E o governador Renato Casagrande (PSB)? Como observa todos esses movimentos? O que opina a respeito? Ele responde, item por item, no pingue-pongue abaixo.
O governador também responde sobre outra especulação que começa a surgir de maneira recorrente no mercado político capixaba, acerca da possível formação de uma chapa que seria considerada “imbatível”, mas que exige uma intrincada engenharia política, unindo Ricardo Ferraço (MDB), Arnaldinho, Euclério e ele próprio nas quatro posições majoritárias: candidatos a governador, vice-governador, senador 1 e senador 2.
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Como o senhor avalia a entrada de Euclério Sampaio na corrida para o Senado?
Avalio com respeito. Acho que é a hora de quem tiver interesse em se candidatar a um cargo majoritário, governador ou senador, de fato, se colocar. Então, vi a movimentação que o Euclério fez, vi a movimentação que o Luiz Paulo fez, vejo a movimentação que o Da Vitória está fazendo e considero movimentações legítimas. Até porque as decisões de verdade mesmo, para valer, vão acontecer só no ano que vem. Então, quem tiver algum objetivo, algum interesse, mesmo que ainda não sejam interesses definitivos, é bom que sejam colocados agora até para que eles possam avaliar.
O lançamento da pré-candidatura de Euclério ao Senado foi dialogado antes com o senhor?
Foi informado. O Euclério me informou, ligou, falou que tinha um grupo de lideranças religiosas querendo lançar o nome dele. Então ele me informou, como ele sempre faz, respeitosamente, ele me informou do movimento.
O senhor acredita que cabem os dois na mesma chapa? Haverá espaço para o senhor e também para o prefeito de Cariacica numa dobradinha? Ou, dito de outro modo, ele pode completar a chapa que terá também o senhor como candidato?
Eu acho que o Euclério pode completar qualquer chapa. Eu é que não sei ainda se eu vou disputar a eleição para o Senado, porque eu ainda vou decidir isso só no ano que vem. De forma muito objetiva, não vou me antecipar a este processo. Mas o Euclério é uma liderança importante para o Estado todo e, com certeza, cabe em qualquer chapa.
Falando ainda sobre a eleição para o Senado, como o senhor avalia o movimento realizado pelo ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal de ter procurado o ex-governador Paulo Hartung para falar pessoalmente com ele e, segundo o próprio Vidigal, tê-lo incentivado a entrar nessa disputa? Segundo o ex-prefeito, “o Espírito Santo precisa de dois bons senadores”, dois bons candidatos ao Senado: o senhor e o ex-governador…
Olha, o Sérgio Vidigal é uma liderança muito experiente. Então, naturalmente, na hora que ele foi conversar com a outra liderança, ele foi de uma iniciativa própria, não tratou antecipadamente desse assunto comigo. Então, também, do mesmo jeito que eu respeito as movimentações de candidaturas, de qualquer campo, mas especialmente dentro do nosso campo, também respeito movimentos de uma figura aliada como o Sérgio Vidigal, buscando opinar sobre aquilo que ele acha que é o correto.
Mas ele não combinou isso antes com o senhor?
Não, nunca aconteceu isso.
Ele me disse que foi conversar com Hartung e incentivá-lo numa “missão pessoal”, que foi uma iniciativa própria dele. O senhor confirma isso?
É, nunca aconteceu. Foi uma iniciativa própria dele.
E depois do fato em si, vocês chegaram a conversar a respeito?
Muito rapidamente. Numa outra reunião sobre outros assuntos, ele falou comigo que esteve lá, que tratou desse tema, mas não entramos em detalhe nem aprofundamos o assunto.
Um outro acontecimento importante, também recente, ocorrido na semana passada, é a filiação muito bem encaminhada do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho, ao PP, a convite do deputado Da Vitória. E aí, no caso, não é só o PP, mas a federação com o União Brasil, a União Progressista. Como o senhor avalia esse possível ingresso do prefeito na federação?
O PP é um partido aliado. O partido está no meu governo. Da Vitória é uma liderança aliada do movimento que eu hoje lidero no estado do Espírito Santo. Então acredito que, se Arnaldinho se filiar ao PP, vai para se incorporar ao movimento, para que a gente faça um movimento único. E acho que este deve ser o objetivo. Também ainda não tratei com Da Vitória, depois, pessoalmente, sobre este assunto, mas tenho plena convicção de que essa possibilidade de filiação do Arnaldinho está dentro daquilo que a gente quer construir de unidade no Estado.
O senhor está convencido, então, de que a União Progressista estará, sim, no seu movimento eleitoral, no mesmo palanque?
Sim, estou muito convencido disso. A gente tem tido relações muito próximas e tenho plena convicção de que vamos estar juntos.
Em se confirmando essa filiação do Arnaldinho ao PP, a entrada dele nessa federação, na sua opinião, facilita ou dificulta, ou seja, tende mais a facilitar ou a prejudicar um entendimento entre Arnaldinho, o senhor e o Ricardo dentro desse arranjo?
Mantida a tese de que nós estaremos na mesma mesa, discutindo juntos, com o compromisso de que nós estaremos no mesmo projeto, isso facilita. Mantida essa tese. Nós estamos juntos. Quem vem para esses partidos com que nós estamos hoje alinhados tem o compromisso de a gente construir o mesmo projeto, com a mesma candidatura ao governo, com os mesmos candidatos ao Senado, com os mesmos objetivos, com a continuidade, com o aperfeiçoamento daquilo que eu estou fazendo no governo. Mantida essa tese, que é o pilar do nosso projeto, que estrutura o nosso projeto, isso contribui.
E a federação do MDB com o Republicanos, o senhor acha que sai nacionalmente?
Sobre isso eu não tenho informação.
Mas e se sair? O senhor sabe com quem vai ficar o comando estadual, a presidência aqui no Espírito Santo?
Não tenho nenhuma informação.
Tenho começado a ouvir, até com certa frequência, a possibilidade, é claro, ainda muito distante, mas a possibilidade de uma chapa que já está sendo considerada por muitos no mercado como uma “chapa imbatível”, em caso de concretização. Essa chapa, é certo, demanda um arranjo muito difícil. Reuniria o senhor, o Ricardo, o Arnaldinho e o Euclério, ocupando ali as quatro vagas na majoritária. Quem vai ficar com o quê, ou quem ficaria em qual lugar, deixo neste momento em aberto. Mas o senhor acha possível os quatro numa mesma chapa?
É, combinando com os beques, né? (Risos) Tem que combinar com os beques, porque não tem nenhum desenho definitivo de nada, até porque, como eu disse, todas as candidaturas são candidaturas ainda que estão colocadas de forma contextualizada no tempo que nós estamos, que só vai se confirmar lá na frente. A minha capacidade é de conversar e dialogar com muitas forças políticas. Eu vou manter esse diálogo. O desenho que nós vamos conseguir construir juntos só vai ser apresentado lá no ano que vem.
Mas o senhor acha viável, governador, essa configuração?
Eu acho que colocar nomes agora não ajuda. Colocar nomes em caixinhas específicas não ajuda, porque eu tenho que definir a minha situação. Tem diversas outras lideranças com interesse também em outras posições. Então, acho que colocar nomes agora não colabora com a nossa unidade.
O senhor confirma aquilo que falou numa primeira entrevista sobre o tema, em meados do ano passado, à Rádio BandNews FM, de que pode ficar no governo, não passar o cargo para o Ricardo e concluir o seu mandato, se sentir que isso será importante e necessário para preservar a unidade do grupo? Isso está mantido?
Está mantido. Eu analiso as duas possibilidades: ficar no governo ou ser candidato.
Ainda em paridade?
Ainda com a mesma intensidade.
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