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Coluna Vitor Vogas

Erick Musso rebate Magno: “Não fui eu que pedi voto pra Lula e Dilma”

Em resposta inflamada à entrevista dada pelo senador do PL à coluna, presidente do Republicanos afirma que “Magno não é dono dos conservadores do ES”

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Magno Malta e Erick Musso presidem, respectivamente, o PL e o Republicanos no ES

Não convidem o senador Magno Malta (PL) e o ex-presidente da Assembleia Legislativa Erick Musso (Republicanos) para a mesma mesa. Muito menos para o mesmo palanque. Definitivamente, hoje, no Espírito Santo, dentro do campo da direita conservadora, o que existe é o PL para um lado e o Republicanos para o outro. Refletindo uma disputa que se dá também nacionalmente, os dois partidos competem entre si pela liderança desse campo no Estado. E agora, como prova dessa competição, os respectivos presidentes estaduais, Magno e Erick, trocam farpas. Os dois foram concorrentes ao Senado em 2022, em eleição vencida pelo primeiro.

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Em entrevista concedida à coluna e publicada aqui na última segunda-feira (29), Magno rebateu alegações de que estaria condenando o PL ao isolamento político-eleitoral e defendeu que seu partido representa a verdadeira direita, enquanto uma “direita relativa” (alfinetada no Republicanos) teria se acomodado com o governo Lula (PT):

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“Há hoje uma ‘direita relativa’ que está dentro do espectro político que hoje governa o Brasil, que é a ditadura da esquerda. Eles estão lá, participam do governo, têm ministérios dentro do governo, mas nos estados eles são ‘de direita’, como se não tivessem nada lá dentro do governo”, afirmou o senador, pregando que o PL precisa eleger o maior número de prefeitos e vereadores no Brasil inteiro neste ano como parte de um projeto de “depuração”. Nesse projeto, não há espaço para o que ele chama de “direita relativa”.

Erick entrou em contato com a coluna para responder às declarações de Magno. Irritado, não poupou o senador: “Essa coisa de que só o PL é conservador é uma utopia construída somente na cabeça dele…”

O dirigente do Republicanos recordou o apoio público de Magno aos então presidentes Lula e Dilma Rousseff, entre 2002 e 2014, e sua ajuda pessoal como cabo eleitoral em campanhas presidenciais dos dois petistas:

“Primeiro digo que respeito o senador como pessoa, pai e avô. Mas repudio a nota em ataque ao Republicanos. Magno não é dono dos conservadores do Espírito Santo. Não fui eu que no passado andei o Brasil pedindo voto para Lula e Dilma.”

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Nesta eleição municipal, o PL de Magno lançou o impressionante número de 53 candidatos a prefeito (em 70% dos municípios capixabas). Tem o apoio do Republicanos em dois ou três. Mas não apoia o candidato do Republicanos em nenhuma cidade. Nas maiores, os dois partidos serão rivais nas urnas. Em algumas delas, como Vitória, o candidato do PL (Assumção) tem atacado o do Republicanos (Pazolini). Nada mais distante de uma “união de forças na direita”.

Erick afirma que o “egoísmo” e o “egocentrismo” (de Magno) estão isolando a direita, por conta de um “projeto pessoal” que o senador estaria pondo em prática:

“Fiz todos os gestos, procurei diálogo, dei declarações públicas, inclusive a você, de que estava aberto a composição, inclusive coloquei o partido com três candidatos do PL, conforme você noticiou, para demonstrar boa intenção e parceria! Mas o que parece que está em curso é uma busca por isolar a direita e um projeto pessoal. Mas a direita e o conservadorismo são maiores que o egoísmo e o egocentrismo.”

Eleitor e apoiador de Jair Bolsonaro, Erick destacou o ex-presidente da República como “o maior líder da direita no país, mas que sabe dialogar com diferentes líderes que o acompanham de diversas siglas”. Em outras palavras, para o presidente estadual do Republicanos, o próprio Bolsonaro, filiado ao PL de Magno, seria um exemplo de comportamento oposto ao do senador.

De volta à sessão “invertidas”, Erick também lembrou que o PL teve o vice-presidente da República no primeiro governo Lula, com José Alencar, eleito na chapa do petista em 2002. De fato, o partido de Magno apoiou os dois governos de Lula, tanto que o seu ainda presidente nacional, Valdemar Costa Neto, foi um dos condenados pelo esquema do mensalão e cumpriu pena de prisão por isso. Vale lembrar, porém, que o Republicanos (antigo PRB) também esteve nos primeiros governos de Lula e no de Dilma, com direito a ministério.

Erick listou aliados importantes de Bolsonaro filiados a outros partidos de direita além do PL, como o próprio Republicanos (o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os senadores Damares Alves e Cleitinho Azevedo), o Novo (o senador Eduardo Girão e o deputado federal Marcel van Hattem), o União Brasil (o governador de Goiás, Ronaldo Caiado) e o PP (o senador Ciro Nogueira).

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O ex-presidente da Assembleia advoga equilíbrio e união na direita capixaba, com o foco na sucessão do Governo Estadual: “Nós vamos continuar construindo política com diálogo e respeito e, em 2026, teremos uma direita forte, equilibrada e unida”.

Relembre o que mais disse Magno

Na entrevista publicada aqui na última segunda-feira, sobre o fato de ter lançado uma quantidade descomunal de candidatos a prefeito no Espírito Santo e de não apoiar o candidato do Republicanos em nenhuma cidade, Magno Malta avisou: “O PL não será escada para ninguém”:

“Se eu fui majoritário em quase todos os municípios, por que é que eu tenho que ser escada para o outro subir na laje? Dizem ‘ah, a direita tem que se unir’. Mas querem dizer se unir com eles. Porque, se você não se unir com eles, é ‘extrema-direita’. Não, nós somos patriotas”, defendeu-se.

E atacou:

“Nós, do PL, não temos nenhum ministério no governo Lula. Nós nunca batemos à porta do governo Lula. […] E nós nunca ficamos calados e omissos. Você diz que é ‘conservador’, é ‘de direita’ e não sei o quê, mas não abre a boca. Quer dizer, quem vai saber o que você pensa? Como é que vão saber se você não falar? Jair Bolsonaro ficou inelegível por causa de vacina*. Eu nunca vi esses ‘conservadores’ abrirem a boca”, provocou.

Magno afirmou que o discurso de “união da direita” – aliás, repetido acima por Erick Musso – não vem do PL. “O PL é muito importante para se aliar aos outros. Ninguém quer se aliar a nós. ‘A direita tem que se unir’… Esse discurso não é nosso. Mas tem que se unir a quem? A eles!”

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* A causa foi outra: https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2023/Junho/por-maioria-de-votos-tse-declara-bolsonaro-inelegivel-por-8-anos


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