Coluna Vitor Vogas
Armandinho Fontoura muda de nome político
Em ofício enviado ao presidente da Câmara de Vitória, vereador solicitou formalmente a mudança do seu nome no painel de votações do plenário

Armandinho Fontoura entre Gilvan da Federal e o Pastor Carlos Salvador em seu ato de filiação ao PL
O vereador Armandinho Fontoura (PL) decidiu trocar seu nome político. A partir da semana que vem, ele se chamará “Armandinho da Federal”.
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Em ofício enviado na quarta-feira (7) ao presidente da Câmara de Vitória, Anderson Goggi (PP), o vereador solicitou formalmente a mudança do seu nome no painel de votações do plenário.
A mudança, explica ele, é só temporária. Segundo Armandinho, ele decidiu tomar a atitude em protesto contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados de suspender por três meses o mandato do seu correligionário Gilvan da Federal (PL).
Em solidariedade ao aliado, Armandinho – que não é da Federal – tomará emprestada a alcunha e a usará durante os 90 dias que Gilvan passará afastado do exercício do mandato.
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“Começará a vigorar na semana que vem. Vamos avaliar [a duração], mas a princípio será pelos 90 dias da arbitrariedade que está sendo perpetrada contra o Gilvan”, diz o edil.
“A mudança temporária de nome é um protesto contra a corrupção do Governo Federal e contra os excessos da Câmara e da Justiça. É claro que é uma referência ao Gilvan. Não porque eu concordo com o que ele disse. Não. Mas porque o ato de afastá-lo e demonizá-lo, diante do que está acontecendo no Brasil, é incoerente”, argumenta Armandinho, em breve da Federal.
Na última terça-feira (6), por 15 votos a 4, acolhendo parcialmente representação formulada em 30 de abril pela própria Mesa Diretora da Câmara, o Conselho de Ética suspendeu o mandato de Gilvan. Nesse período, ele ficará sem remuneração e sem as prerrogativas parlamentares. O deputado também responderá a processo por quebra de decoro no Conselho. Na denúncia, a Mesa pediu a suspensão por seis meses, mas um acordo político levou à redução da pena.
A representação foi movida pela Mesa porque, no dia 29 de abril, em reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara, Gilvan referiu-se à ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), como “amante” e “prostituta do caramba”. No mesmo dia, quase chegou às vias de fato com o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), companheiro de Gleisi.
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Armandinho argumenta que a “corrupção petista” é muito mais grave que o “grito errante” de Gilvan. “Veja só o rombo no INSS. Há alguma dúvida de que o Governo Lula deixou correr um assalto aos aposentados? Qual é o limite da corrupção petista? E o problema é o grito errante do Gilvan?”
O parlamentar faz uma analogia com a sua própria história. Entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, ele ficou preso preventivamente por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, sem interrogatório, denúncia formal nem culpa formada.
“A minha história é um exemplo grave da incoerência no país. Fiquei 368 dias preso injustamente. Se isso parece simples para alguém, garanto ser um sofrimento que não desejo a ninguém”, afirma.
“Mas estou de tornozeleira, enforcado pela injustiça. Este é o Brasil da incoerência, da impunidade. Veja o caso Collor: por ser ‘um senhor de idade’, vai cumprir pena numa cobertura de R$ 9 milhões. E o problema é o grito errante do Gilvan? Não”, compara Armandinho Font…, digo, da Federal.
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