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Coluna Vitor Vogas

Coronel x Tenente: como foi o mata-mata entre Ramalho e Arnaldinho

A coluna traz os destaques e a análise do primeiro e único debate entre os candidatos a prefeito de Vila Velha. Clima ficou muito tenso entre os dois

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Arnaldinho e Ramalho no debate CBN/A Gazeta

Arnaldinho e Ramalho no debate CBN/A Gazeta

Calma, gente. Apesar das patentes militares destacadas no título, ninguém matou, ninguém morreu.

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A expressão “mata-mata”, em destaque, se deve ao fato de que aqui vamos tratar do primeiro e, provavelmente, único enfrentamento direto entre os candidatos a prefeito de Vila Velha até a votação em 6 de outubro, no debate promovido ontem por CBN e A Gazeta. Foi um “mata-mata” no sentido esportivo, de que foi um jogo único. Mas, se não houve vítimas fatais, houve, sim, uma bangue-bangue verbal, sobretudo entre o Coronel Ramalho (PL) e o atual prefeito, Arnaldinho Borgo (Podemos), tenente da reserva do Exército.

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Os dois polarizaram o debate, mas foi perceptível a estratégia – ou, ao menos, as vontades convergentes – dos quatro adversários de Arnaldinho, da extrema-esquerda à extrema-direita, de centrarem fogo no atual prefeito, que tem ampla vantagem em todas as pesquisas eleitorais e grandes chances de vencer a eleição em turno único. Arnaldinho pediu seis direitos de resposta. Teve dois concedidos pela direção do debate.

Em alguns momentos, o espectador pôde assistir a tabelas inusitadas – ainda que espontâneas, não combinadas previamente – entre opostos ideológicos: Ramalho com Babá (PT) ou até com o Professor Nicolas Trancho (PSol), discordando nas próprias propostas, mas concordando nas críticas a Arnaldinho e à sua administração.

Nos três blocos em que pôde escolher para quem iria sua pergunta, Arnaldinho claramente evitou o confronto com Ramalho. Duas vezes, escolheu Maurício Gorza (PSDB); na outra, Nicolas Trancho (PSol). Ramalho fez o contrário. Afortunado no sorteio prévio que definiu a ordem de quem faria as perguntas em cada bloco, o coronel pôde escolher Arnaldinho duas vezes, e não se fez de rogado. As duas oportunidades deram ensejo, exatamente, aos momentos mais tensos do debate.

Na primeira, o candidato do PL atacou o prefeito pela trincheira da ética. Lançou no ar suspeitas de corrupção por parte de Arnaldinho. Na segunda, Ramalho preferiu guerrear no campo de batalha ideológico. Acusou o prefeito de ser a fachada de um “esquema já montado pela esquerda” para “continuar governando Vila Velha”.

Arnaldinho rebateu falando em “desespero”, “despreparo”, “falácias”, “agressões”, “calúnias”, “difamações” e “baixaria”. Disse que Ramalho e os demais que atacaram “a sua honra e a de sua família” terão de responder judicialmente. E, pelo menos três vezes em quase duas horas de debate, pediu desculpas ao público – não em seu nome, mas pelo comportamento de Ramalho.

No duelo particular com o coronel, o prefeito guardou seu maior contra-ataque para os últimos dez segundos de suas considerações finais: parabenizou o delegado federal e sucessor de Ramalho na Sesp, Eugênio Ricas, por ter prendido em tempo recorde Marujo, o criminoso mais procurado do Estado, “após quatro anos”.

Um detalhe espacial aumentou a tensão: a ocupação dos púlpitos, também definida por sorteio, colocou Ramalho e Arnaldinho lado a lado, separados por cerca de um metro. Curiosamente, na disposição no vídeo, do ponto de vista do público, a posição dos candidatos na tela coincidiu com os respectivos posicionamentos: Ramalho na extremidade direita; Arnaldinho do lado direito (mas à esquerda de Ramalho); Babá, Maurício Gorza e Nicolas Trancho do centro para a esquerda.

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Primeiro confronto: “Quem paga seu aluguel?”

Logo no bloco inicial, Ramalho teve o benefício de fazer a primeira pergunta e foi direto em Arnaldinho. Só não fez melhor uso da chance porque se enrolou com o tempo e, em vez de fazer logo sua pergunta, gastou seus 30 segundos se apresentando. Na resposta, Arnaldinho aproveitou para começar a enumerar suas entregas na saúde.

Aí, apenas na réplica, veio o primeiro torpedo de Ramalho. O coronel perguntou ao prefeito quem paga o aluguel do apartamento de frente para o mar onde ele mora, “no valor de R$ 3 milhões”, qual é ligação dele com Búzios e com um empresário preso pela Polícia Civil. O próprio candidato do PL não especificou as supostas conexões. Apenas deixou tudo no ar.

Na tréplica, Arnaldinho começou a exercitar sua estratégia de sublinhar o “desespero” e o “despreparo” de Ramalho.

No bloco seguinte, em diálogo com Nicolas Tancho sobre o déficit de vagas em creches, Ramalho viu a deixa para mudar totalmente de assunto e trazer de volta à tona sua primeira pergunta a Arnaldinho (que não poderia responder nesse momento):

“Quem paga o aluguel do apartamento em que o senhor mora, de mais de R$ 3 milhões? Esse apartamento não está declarado. O senhor não declarou isso à Justiça Eleitoral”, questionou o coronel, citando ainda conversas supostamente incriminadoras no celular apreendido de um empreiteiro preso pela Polícia Civil.

Arnaldinho, então, ganhou o primeiro de seus dois direitos de resposta. Usou-o assim:

“Quero pedir desculpas a todos os ouvintes pela forma da velha política se manifestar, da forma de agressão, da forma de ataque à honra de uma pessoa que sempre trabalhou muito e que hoje muda a vida das pessoas em Vila Velha. Não é vergonha nenhuma você morar de aluguel, da mesma forma que eu moro de aluguel. As contas da Prefeitura de Vila Velha estão todas aprovadas. Saímos de 23º em transparência pública para sermos hoje a cidade mais transparente do Espírito Santo. Vila Velha hoje é a cidade mais transparente do Brasil”, afirmou, sem citar a fonte. E provocou:

“Aqui o candidato não veio preparado para fazer perguntas nem debater propostas para a cidade. Veio preparado, sim, para o desespero que já bateu. E nós já vimos o que acontece nas pesquisas com quem ataca a honra”.

Mais à frente, mas dessa vez em uma sequência com Babá, Ramalho voltou ao assunto, perguntando enviesadamente ao prefeito (impedido de responder no momento): “Quem paga o seu aluguel? O seu salário não condiz com o lugar em que você mora, de frente para o mar”, afirmou o coronel, citando até uma “bicicleta de R$ 100 mil”.

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Segundo confronto: “Combinou isso com o Lula?”

O quarto e último bloco foi novamente aberto por Ramalho. Ele novamente escolheu Arnaldinho para responder. Dessa vez, porém, o ataque se deu pelo flanco ideológico. O coronel botou em prática a estratégia à la Magno Malta que tem marcado sua campanha: a de tentar promover uma polarização ideológica com Arnaldinho, tentando a todo custo rotular o prefeito como um representante da esquerda.

Para isso sustentar esse argumento, o coronel citou dois fatos: o de que o candidato a vice de Arnaldinho é Cael Linhalis, do PSB, escolhido no lugar do presidente da Câmara de Vila Velha, Bruno Lorenzutti (MDB) – que era o favorito para a vaga – e um documento da direção nacional do PT, revelado por A Gazeta no dia 9 de agosto, que tratava a candidatura de Babá (PT) como uma “combinação” com Arnaldinho para derrotar o candidato bolsonarista (o próprio Ramalho, no caso).

“Com quem o candidato combinou isso? Foi com o Babá? Foi com Genoíno da cueca? Foi com o José Dirceu? Foi com a Jack Rocha? Ou foi com o próprio Lula? E o que você prometeu nessa barganha? Foi a secretaria de Educação, para continuar a ‘ideologia de gênero’ no município de Vila Velha?”

Arnaldinho respondeu, novamente, que o desespero bateu em Ramalho e que “essas calúnias serão resolvidas na Justiça”. Lembrou que seu governo tem gestão fiscal A+ (a mais alta concedida pelo Tesouro Nacional). “É por isso que estamos entregando o que ninguém na história entregou para a população vilavelhense.”

Na réplica, Ramalho voltou à carga, estendendo o ataque a Cael Linhalis: “É um esquema da esquerda montado em Vila Velha para derrubar o bolsonarista, Coronel Ramalho. O vice-prefeito, que você não vê, tem as mãos sujas: quando foi presidente da Cesan, nada fez por Vila Velha, e hoje as crianças padecem com esgoto a céu aberto”.

A título de registro, Cael já foi mostrado, com bom destaque até, na propaganda de Arnaldinho na TV, no início de setembro.

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“Nós somos o candidato da direita, o candidato que Bolsonaro chancelou. Não se engane com a esquerda. A esquerda está toda armada para governar Vila Velha, O projeto dele vai além de ser prefeito de Vila Velha. […] O esquema foi montado, retirando o seu ex-melhor amigo, que era o presidente da Câmara, e que foi retirado como seu vice, por imposição do PSB.”

Arnaldinho, na tréplica, voltou a pedir desculpas pelas “falácias” e pelo “despreparo” do oponente, e adotou postura mais ofensiva. Em seu primeiro revide, chamou Ramalho de “traidor” por sua guinada na relação com o governador Renato Casagrande (PSB):

“Não sou traidor contumaz. Não comi quatro anos no prato do governador, trabalhei com o governador quatro anos e agora o renego”. Arnaldinho reiterou que os que o atacam terão de se haver com a Justiça.

Mais à frente, em debate com outro candidato, Ramalho tornou à “discussão enviesada” com o prefeito. “Não tenho medo das suas ameaças. Vá ameaçar seus servidores, como costuma fazer. Quem tem que ter medo da Justiça é você, que tem uma série de contratos emergenciais, atas de registro de preços”, acusou o coronel, completando com outra acusação grave (e sem provas): a de que a atual gestão escolhe as empresas que vão trabalhar no município.

Nas considerações finais, voltando à pauta ideológica, Ramalho dirigiu-se especificamente ao eleitorado bolsonarista, com termos tirados da cartilha do bolsonarismo, no estilo Magno Malta: disse que, como secretário de Segurança, “prendeu vagabundos” e que, com Arnaldinho, Vila Velha está sob a ameaça da “ideologia de gênero”, da “invasão de propriedades” e até da “destruição da família”:

“É um projeto de poder da esquerda imposto pelo PSB, por toda a articulação política a que o prefeito se submete. Não podemos permitir que esse projeto se perpetue em Vila Velha”.

Em seu segundo e derradeiro direito de resposta, concedido após as considerações finais de todos (por uma fala de Nicolas Tancho), Arnaldinho fez uma jura pública: “Prego que se destaca leva martelada. Todos eles vão responder judicialmente”.

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Casagrande no centro do debate

Por contraste, enquanto acusou Ramalho de ter traído o governador, Arnaldinho fez questão de citar várias vezes no debate o seu principal parceiro político e apoiador eleitoral, enaltecendo a parceria política que tem permitido investimentos estaduais em Vila Velha e prometendo que, se eleito, a aliança continuará: “Quero falar com vocês que o governador vai continuar sendo parceiro de Vila Velha e colocando recursos na cidade”.

Em outro momento, o prefeito afirmou:

“Tenho orgulho de dizer que tirei Vila Velha do isolamento. A minha missão como prefeito foi levar paz para Vila Velha, sem perseguir ninguém. Hoje o Governo do Estado faz os maiores investimentos da história de Vila Velha, fruto da sensibilidade do governador Renato Casagrande, que está colocando recursos na cidade. Mas ele não coloca porque é bonzinho, não. Ele tá fazendo justiça social e histórica, por Vila Velha ter sido sabotada por muitos e muitos anos por aquelas pessoas que diziam que iam cuidar de você, morador, e nunca fizeram isso”.

Casagrande, aliás, esteve ontem à noite pessoalmente, pela primeira vez, em um comício em Vila Velha, ao lado de Arnaldinho – como para “selar” tudo o que ele disse no debate.

No discurso dos seus adversários, o “trunfo maior” de Arnaldinho foi usado contra ele.

Candidato do ex-prefeito Max Filho (PSDB), Maurício Gorza afirmou que “Vila Velha hoje é uma cidade terceirizada”: “Hoje quem governa a cidade é o governador. O senhor não teve autonomia para escolher seu vice”.

Chamando o prefeito de “político carreirista”, Babá também criticou o “apadrinhamento político” de Arnaldinho:

“Apesar de o prefeito dizer que não é da velha política, sim, ele dizia que não ia se apadrinhar, mas se apadrinhou com o Governo do Estado, porque só assim ele conseguiu fazer a gestão de Vila Velha, e ele fez a gestão porque o governador passou a ser o prefeito. Se não fossem as ações e obras do Governo Estadual, essa gestão não teria feito o que fez. E manteve Vila Velha isolada do Governo Federal”.

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Arnaldinho, em dada altura, citou que Vila Velha foi contemplada no Minha Casa Minha Vida (programa do governo Lula) e iniciará em breve a construção de 300 moradias populares.

Ramalho também disparou: “Realmente, ele tirou Vila Velha do isolamento político, quando ele junta todos os velhos políticos que ele diz que destruíram Vila Velha, hoje, no seu projeto para a reeleição: Neucimar Fraga, Ivan Carlini, Dr. Hércules, políticos que brigaram com ele o tempo todo. Hoje eles se juntam todos do lado de lá, no mesmo partido”.

Neucimar e Hércules estão no PP, que está na coligação de Arnaldinho. Carlini está no partido do prefeito, o Podemos. Hércules e Carlini são candidatos a vereador dentro da coligação liderada por Arnaldinho.

Servidores: “perseguição” e “abandono”

Outro tema que uniu todos os candidatos de oposição, a despeito de matiz ideológico, foi a “precarização do serviço público” e o “abandono” e “perseguição” a servidores da educação, da saúde, da Guarda Municipal e de outras áreas.

Segundo Ramalho, “a educação de Vila Velha é uma lástima”, os professores estão abandonados e desmotivados, sem reconhecimento salarial condizente com a titulação acadêmica. Ele prometeurevogar imediatamente o Plano de Cargos e Carreiras aprovado na gestão de Arnaldinho. O coronel afirmou também que a atual administração acabou com a Guarda Escolar, implantada no governo Rodney (no qual ambos foram secretários municipais).

Ramalho disse, ainda, que a Grande Terra Vermelha não tem uma escola em tempo integral para crianças de zero a três anos, além de ter casas à base de fossa, com esgoto a céu aberto. Declarou que o prefeito mente quando diz que acabou com a demanda por creches para crianças de 0 a 3 anos (“75% ainda estão fora”) e que Vila Velha tem o melhor Ideb da Grande Vitória. Nós checamos: tem mesmo, mas apenas nas séries finais do ensino fundamental; nas iniciais, fica atrás de Viana e Guarapari.

Nicolas Trancho afirmou que a cidade só tem duas creches em tempo integral, na Praia da Costa e na Região 4.

De acordo com o candidato do PSol, professor de Geografia na rede municipal, as escolas estão sucateadas, as salas de aula não são climatizadas e estão lotadas de alunos, os profissionais do magistério estão desmotivados e mal remunerados, a educação municipal está politizada, o Programa Bolsa Aluno é usado com fins eleitoreiros e o professor está sendo perseguido: “Se fala qualquer coisa, pode ter o seu contrato cessado”.

Segundo o candidato do PSol, a prefeitura pressiona os professores para aprovarem automaticamente os alunos, a fim de melhorar o desempenho do município no Ideb. A nota no indicador do MEC leva em conta dois componentes: o índice de aprovação e a nota dos alunos no Saeb (provas de português e matemática).

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Ainda denunciando a “precarização dos serviços públicos”, o psolista citou que a unidade de saúde do bairro Coqueiral de Itaparica faz até “racionamento de gaze”.

Babá e Maurício Gorza fizeram coro. Nas palavras do petista, Arnaldinho cooptou e silenciou a Câmara Municipal e líderes comunitários. De acordo com o maxista, “os servidores municipais estão acuados” e vivem um “clima de perseguição”, sob “uma gestão autoritária e arrogante, que não dialoga com os servidores”.

Para Ramalho, a Guarda Municipal está desmotivada e “oprimida”: “As reclamações têm que ser feitas às escondidas”.

Aliás, talvez a melhor síntese do debate seja uma pergunta de Nicolas Trancho a Ramalho.

O candidato do PSol começou criticando o próprio Ramalho porque, em 2021, quando ele era secretário estadual de Segurança Pública, recebeu um ofício de representantes dos policiais militares reclamando de desmotivação no serviço, e apenas teria repassado o documento ao comandante-geral da PMES para providências.

O que começou como um princípio de embate entre os dois terminou com os dois concordando em torno do mesmo ponto: a Guarda Municipal de Vila Velha tem um péssimo piso salarial e carece de motivação e de melhores condições de trabalho.

De “Narnia” ao “País das Maravilhas”

Os candidatos de oposição também concordaram que Arnaldinho descreve e parece viver em outra cidade, não correspondente à realidade da Vila velha governada por ele.

“A gente tem a impressão de que está vivendo em outra cidade. Ou é Narnia, ou é a Ilha da Fantasia, ou é Alice no País das Maravilhas”, ironizou Babá, falando em “estelionato eleitoral”.

“A cidade é linda sob o viés das redes sociais do prefeito”, “concordou” Ramalho. “É uma gestão extremamente midiática, que anestesia, que embriaga, mas que não traz felicidade pra ninguém. A vida não é virtual”, “ecoou” Gorza.

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Padre Kelder: personagem incidental

Não foi só Casagrande que virou personagem incidental do debate. O outro foi o padre Kelder Brandão, lembrado em dois momentos – curiosamente, em falas críticas a Ramalho e a seu adversário, Arnaldinho.

A primeira menção foi na pergunta do colunista Leonel Ximenes a Ramalho, lembrando que, numa homilia, o religioso o condenou por ter humilhado um adolescente preto e pobre apreendido pela polícia, por envolvimento com o tráfico de drogas.

A segunda lembrança partiu de Gorza, que lembrou outra homilia do mesmo padre, na missa celebrada no campinho do Convento durante a Festa da Penha no ano passado, na qual, sem citar Arnaldinho, o padre afirmou que alguns poderosos não gostam de pobres e ambulantes. A crítica foi a um projeto da prefeitura que limitou a circulação de catadores de recicláveis em determinadas ruas da cidade.

Babá: suave na agenda ideológica

Diferentemente de Ramalho, o candidato do PT não se concentrou na agenda da esquerda. Só falou de Lula quando questionado especificamente sobre o PT pela colunista Letícia Gonçalves e nas considerações finais.


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