Coluna Vitor Vogas
Coronel Ramalho muda a identidade: qual das duas é a versão correta?
Há menos de dois anos, quando preparava candidatura ao Senado, coronel evitava o rótulo de “bolsonarista” em entrevistas e se definia como de centro-direita. Ora, Bolsonaro pode ser tudo, menos um de centro-direita. Qual é a versão correta do político Alexandre Ramalho? Leia a análise completa aqui
Determinado a concorrer à Prefeitura de Vila Velha, o coronel da reserva e ex-comandante-geral da PMES Alexandre Ramalho assinou, na última quarta-feira (20), a ficha de filiação ao PL ao lado do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, após ter se encontrado pessoalmente em Brasília na véspera com Jair Bolsonaro, que “abençoou” sua pré-candidatura.
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Aprendendo rápido o jogo, Ramalho enxergou no PL uma oportunidade enorme de crescer eleitoralmente, ou seja, detectou um território imenso e “sem dono” em Vila Velha – o dos eleitores bolsonaristas –, a ser explorado, ocupado e demarcado por ele a partir de agora. O coronel passa a se apresentar como “o legítimo representante do bolsonarismo” na disputa municipal, visto que agora está filiado ao partido do ex-presidente.
Tal território estava mesmo deserto de representação, era “terra de ninguém” até então, uma vez que o prefeito Arnaldinho Borgo (ainda no Podemos), considerado favorito à reeleição, apesar de ter perfil mais à direita, nunca reivindicou essa condição de “candidato bolsonarista”, muito menos de “candidato do Bolsonaro”.
Com a ajuda de Magno Malta, Ramalho tratou de preencher esse vácuo. E já chegou marcando território, indo a Bolsonaro pessoalmente em Brasília para receber das mãos dele a unção em seu batismo no PL. Faltou só se pôr de joelhos perante o ex-presidente e ser tocado por sua espada no ombro, enquanto ouvia “Eu o declaro cavaleiro da ordem bolsonarista”.
Tudo muito bom, tudo muito bem, não fosse por um detalhe: a gritante contradição entre essa nova orientação de Ramalho (sua escolha e suas recentes declarações) e o discurso mantido pelo próprio coronel quando estreou na vida político-eleitoral, logo ali, dois anos atrás.
Mirando esse filão, o ex-chefe da Sesp jurou pessoalmente “fidelidade” a Bolsonaro ao ter com ele na última terça (19), repetindo o surrado (e vazio) bordão do capitão da reserva do Exército: “Deus, pátria, família e liberdade”.
Antes, no fim de fevereiro, Ramalho fizera um post no Instagram literalmente batendo continência para Bolsonaro e expressando-lhe seu eterno respeito e admiração. À colega Letícia Gonçalves, colunista de A Gazeta, Ramalho afirmou nunca ter escondido sua admiração pelo ex-presidente da República. O coronel agora afirma aos quatro cantos que sempre foi “bolsonarista”.
Calma lá, não é bem assim.
Que Ramalho é eleitor de Bolsonaro, ninguém nunca teve a menor dúvida, até porque ele mesmo sempre assim se declarou. Da mesma forma, ninguém jamais discerniu no coronel um único traço de político de esquerda. Isso é uma coisa.
Daí a se poder afirmar que ele sempre foi e sempre se declarou um político “bolsonarista” vai uma grande diferença – a menos que você queira entrar naquela análise rasa que toma “bolsonarista” por sinônimo de “direita”. Bolsonaro não é “a direita”. É a direita mais radical. É, por tudo o que sempre pensou, falou e fez, antes, durante e depois do seu governo, a representação mais bem-acabada da extrema direita no Brasil.
E não era a isso que Ramalho se perfilava – ou ao menos dizia se perfilar – quando ingressou na política, em julho de 2022. Precisamente naquele mês, recém-filiado ao ideologicamente amorfo Podemos, Ramalho lutava para viabilizar internamente sua pré-candidatura ao Senado. Em duas entrevistas concedidas então a esta coluna e ao EStúdio 360, tive oportunidade de perguntar diretamente ao coronel como ele mesmo se definia do ponto de vista ideológico.
Nas duas vezes, Ramalho se classificou como um representante da “centro-direita”. Com todo o respeito, Bolsonaro pode ser considerado tudo, menos um político de “centro-direita”, minimamente próximo ao centro ou a qualquer ideia “centrada” . “Não sou direita radical nem extremista”, afirmou Ramalho naquela entrevista. Bem, é exatamente isso o que Bolsonaro é.
Na mesma entrevista (que vale a pena reler na íntegra), perguntei ainda mais diretamente a Ramalho se ele se considerava um “bolsonarista”. Atenção: ele recusou o rótulo. Reconheceu-se, é claro, como um eleitor do então presidente, mas não como um seguidor acrítico e incondicional. Tanto é que chegou a pontuar algumas ressalvas a Bolsonaro e ao seu jeito de fazer política. Criticou, por exemplo, a falta de diálogo do então presidente com quem não pensa como ele.
Agora Ramalho está aí, jurando lealdade ao homem, admiração eterna, reivindicando para si (e só para si) o lugar de “candidato bolsonarista” em Vila Velha.
Pragmatismo, amigos… Pragmatismo. Dançando conforme a música, como ensinou Dona Cláudia ao nosso inseguro personagem Batista no genial texto de Machado de Assis, no romance Esaú e Jacó (1904).
Lá atrás, quando buscava lançar-se ao Senado às vésperas do pleito de 2022, esse lugar de “candidato bolsonarista” já tinha dono no Espírito Santo: pertencia a ninguém menos que Magno Malta, que viria a se eleger senador e que vem a ser agora, por acaso, o dirigente do PL a escancarar as portas da legenda para o ingresso de Ramalho. Os caminhos dos dois se encontraram.
Mas, naquele contexto de 2022, o objetivo do coronel era outro: numa disputa majoritária em que a esquerda capixaba não tinha – e não teria mesmo – nenhum representante, não interessava a Ramalho restringir-se a uma bolha, ou ao nicho bolsonarista, já dominado por Magno; ele queria, antes, o contrário: expandir ao máximo o seu eleitorado potencial, atraindo votantes dos mais variados espectros. Barrado pelo Podemos, Ramalho acabaria sendo candidato a deputado federal, sem sucesso nas urnas.
Agora, o objetivo é o inverso: concentrar-se justamente na atração desse segmento bolsonarista que é imenso em Vila Velha. Daí ter sido bem guardado na gaveta o discurso de moderação e as “ressalvas” daquele candidato que em 2022 colocava em si mesmo a etiqueta de “centro-direita”.
Conversei com uma raposa política capixaba que priva dos ouvidos de Ramalho. Essa raposa confirma o que, para muita gente, está claro: o coronel de fato está longe de ser um radical como Bolsonaro, muito menos um seguidor acrítico e incondicional do “Mito”. Mas de fato de bobo não tem nada.
Para concorrer em Vila Velha, o PP e o Republicanos (suas primeiras opções) não deram certo. Restou-lhe o PL de Magno. Ele percebeu o filão, o vazio de representação nesse domínio, o campo enorme a percorrer sem concorrentes na Bolsolândia de Vila Velha, e astutamente concluiu: é por aqui mesmo que eu vou.
Para essa mesma raposa, esse novo e recém-assumido discurso (eu diria um pouco subserviente) de “admiração” e “fidelidade” do coronel que simboliza “lei e ordem” a um mau soldado baderneiro desde os tempos de caserna tem muito de act-out, de interpretação de um personagem que Ramalho resolveu incorporar pois percebeu que, se for convincente no papel e conquistar de verdade esse público, tem tudo para ser recompensado nas urnas contra Arnaldinho em outubro.
De todo modo, como o discurso e a apresentação desse Ramalho 2024 destoam muito daquele Ramalho versão 2022, é mais que legítima a pergunta: qual deles é o verdadeiro coronel? O homem da direita moderada? Ou o homem que expressa admiração e jura lealdade a um líder radical de extrema-direita?
Em qual dos dois Ramalhos devemos acreditar?
Incoerências: discurso de “lei e ordem” X admiração por Bolsonaro
Agora, vamos assumir que o “personagem” era o de 2022 e que Ramalho seja verdadeiramente um profundo e incondicional admirador de Jair Bolsonaro, como tem se revelado ultimamente. Se isso for mesmo verdade, então nos descobrimos diante de um conjunto de incoerências maiores. Algumas, de tão evidentes, não podem deixar de ser apontadas. Comecemos, pois, pela mais óbvia.
Enquanto Ramalho sempre prezou (e, de certa forma, simbolizou) “a defesa da lei e da ordem” em nome de uma força de segurança do Estado, Bolsonaro sempre foi um agitador nas Forças Armadas, um incendiário na Câmara dos Deputados e um agente do caos no Governo Federal, produzindo crise atrás de crise ou aprofundando as já existentes.
Como oficial do Exército, por pouco ele não foi expulso da tropa por indisciplina nos anos 1980. Em 1986, passou 15 dias preso por ter assinado na revista Veja, sem autorização nem conhecimento dos superiores, artigo reivindicando aumento salarial. No ano seguinte, a mesma publicação noticiou o envolvimento de Bolsonaro, jamais admitido por ele, em um plano terrorista visando à detonação de bombas em unidades militares no Rio de Janeiro. Por essa acusação, ele respondeu a processo interno e chegou a ser condenado à expulsão por uma comissão do Exército, mas o Superior Tribunal Militar (STM) reverteu a condenação em julgamento de recurso em 1988.
Como deputado federal, empenhou-se na apologia de crimes hediondos como a tortura e o estupro. Não precisamos nos alongar acerca das relações estreitas e até hoje muito mal explicadas do clã Bolsonaro com milicianos no Rio de Janeiro (policiais corruptos que agem à margem da “lei e da ordem”), os graves indícios de funcionários fantasmas lotados em seu gabinete parlamentar na Câmara, as investigações sobre um esquema de rachadinha no gabinete de seu primogênito na Alerj…
Também não se pode deixar de lembrar o papel cumprido por Bolsonaro e seus aliados capixabas durante a traumática greve da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), instituição de Ramalho, em fevereiro de 2017. O motim foi liderado, entre outros, pelo hoje deputado estadual Capitão Assumção (que chegou a ser preso e condenado por isso em 1ª instância pela Justiça Estadual), o mesmo com quem Ramalho ora ombreia no PL-ES.
Ilegal e inconstitucional, a greve contou o apoio do próprio Bolsonaro (“lei e ordem”?). Em 6 de fevereiro, terceiro dia do motim, o então deputado federal publicou um vídeo criticando o Governo do Espírito Santo, fazendo propaganda de Assumção e, ainda, alertando para a possibilidade de o movimento se alastrar para outros estados. O vídeo foi visualizado por 2 milhões de pessoas.
Enquanto Bolsonaro e bolsonaristas apoiaram a greve, Ramalho, ao lado do então comandante-geral da PMES, Nylton Rodrigues, fincou pé no lado oposto: justamente o da defesa da lei e da ordem, sem se perfilar com os aquartelados.
Já como presidente da República, precisaríamos de outra coluna para nos aprofundarmos – e de algumas para elencarmos tudo –, mas, para este momento, limitemo-nos a citar o principal:
1) Se alguém ainda não entendeu que Bolsonaro, o defensor da “lei e da ordem”, buscou até o último momento aplicar um golpe de Estado para se perpetuar no poder a todo custo, desacatando a vontade popular soberanamente expressa pelas urnas, me desculpe, mas, ou vive em outro planeta, ou sofre de um gravíssimo problema de compreensão da realidade empírica.
Como fartamente evidenciado a esta altura, o soldado de má fama no quartel atuou, enquanto presidente, da mesma forma que atuava na caserna: à margem da lei e da ordem. Fez de tudo para agir fora das “quatro linhas legais”, rasgar a lei maior deste país (a Constituição Federal) e reverter à força o resultado do pleito, durante o processo eleitoral e após a confirmação da derrota, atacando instituições, insuflando os apoiadores fanáticos, terroristas travestidos de “patriotas” cuja mobilização (“lei e ordem”?) culminou com o 8 de janeiro.
No limite, o próprio presidente atentou contra a mesma democracia que lhe permitiu chegar aonde chegou; ameaçou a sobrevivência de nosso regime democrático no qual o governante é escolhido diretamente pelo povo – assim como ele mesmo o foi em 2018.
Em suma, como combinar o discurso de “defesa da lei e da ordem” com o 8 de janeiro? E como desvincular o 8 de janeiro de Bolsonaro, já que foi consequência direta da sua recusa obstinada em acatar o resultado das urnas? E como isso se coaduna com a ideia de “lei e ordem” vinculada a Ramalho? A menos que o coronel da reserva da PMES concorde com tal comportamento.
2) Como sabe e reconhece qualquer especialista em Segurança Pública, qualquer estudioso do assunto, qualquer secretário estadual ou municipal da área e qualquer operador de segurança, a política insensata (para não dizer insana) de facilitação do acesso a armas de fogo por civis durante os quatro anos de governo Bolsonaro dificultou sumamente o trabalho das secretarias estaduais responsáveis pela segurança pública e o trabalho diário dos bons policiais que atuam na ponta (justamente em defesa da lei e da ordem e no cumprimento do dever de proteger a sociedade).
Por que isso? Ora, não precisa ser um gênio para concluir que todo aquele afrouxamento das regras para aquisição, posse e porte de armamento e munição, aquela moleza toda concedida aos CACs Brasil afora, só poderia resultar exatamente no que resultou: proliferação de mais armas ainda, mas essas adquiridas legalmente, nas ruas e nas mãos de criminosos.
O sucessor de Ramalho na Sesp, delegado federal Eugênio Ricas, assumiu o cargo no início de fevereiro dizendo precisamente isso: essa corrida armamentista irresponsável precisava mesmo ser urgentemente revista, como de fato vem sendo desde o ano passado, para o bem da sociedade e dos próprios policiais que atuam na linha de frente do combate ao crime. Uma arma como essa, desviada para as mãos erradas, pode circular por décadas pelas ruas até ser apreendida. É uma política de morte, suicida, que se volta contra a própria sociedade à medida que alimenta a criminalidade e, literalmente, a municia.
Como isso se coaduna com a ideia de “lei e ordem” simbolizada por Ramalho? A menos que ele concorde com a política de frouxidão no acesso a armas de fogo implementada por Bolsonaro.
3) Há muito mais. Poderíamos falar aqui da criminosa gestão da pandemia por parte do presidente negacionista, minimizando a gravidade da doença, sabotando medidas preventivas no discurso e nos exemplos pessoais, fazendo tudo o que estava a seu alcance para “vender” um tratamento charlatão e promovendo uma campanha diuturna contra a vacinação. Sistematicamente, fez propaganda antivacina e lobby em prol da cloroquina. A “lei” seria a morte? A “ordem” era deixar morrer?
Poderíamos mencionar de passagem a desastrosa política para o meio ambiente e os direitos humanos…
Poderíamos citar, ainda, algumas das graves suspeitas surgidas após o encerramento do mandato, incluindo até a de apropriação, obviamente ilegal, de bens valiosos pertencentes ao Estado brasileiro, visando à própria locupletação (enriquecimento ilícito).
Mas atenhamo-nos a três fatos ocorridos ou vindos a público na semana da filiação de Ramalho ao PL:
i) a revelação da reunião presidida por Bolsonaro com os chefes das três Forças Armadas, no dia 7 de dezembro de 2022, na qual se tratou especificamente de instrumentos para a aplicação de um golpe de Estado com auxílio dos militares;
ii) o indiciamento de Bolsonaro, pela Polícia Federal, pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, sob a acusação de fraudar cartões de vacinação contra a covid-19, na última terça-feira (19), mesmo dia em que Ramalho esteve pessoalmente com o ex-presidente para que abonasse sua filiação ao PL;
iii) o retorno à prisão de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, após prestar depoimento ao Supremo na última sexta-feira (22), dois dias depois de Ramalho assinar a ficha de filiação ao partido do ex-presidente.
Que representante é Jair Bolsonaro da “lei e da ordem”? E como essa conduta se coaduna com a imagem de “representante da lei e da ordem” associada a Ramalho?
A menos que ele esteja de acordo com todos esses fatos que relacionamos acima.
Trecho-chave da entrevista de Ramalho publicada em 03 de julho de 2022:
Como o senhor define seu posicionamento político-ideológico?
Eu me defino como centro-direita. Pelas causas que defendo da família, da religião, dos bons costumes, da boa convivência pelos pactos legais que são postos para uma sociedade harmônica, eu me coloco como centro-direita.
E seu posicionamento em relação ao governo Bolsonaro e principalmente ao atual presidente? O senhor se classificaria como um “bolsonarista”? Considera-se um apoiador do presidente?
Eu me considero uma pessoa que se identifica com algumas causas. Coaduno totalmente com a postura dele em algumas questões em que ele defende o patriotismo, a sociedade brasileira, a família, a religião. Mas não sou nenhuma direita radical, extremista. Consigo dialogar com todos. Respeito todas as ideias, a pluralidade das ideias. E acho que é disso que estamos precisando: sair um pouco da polarização e conversar. É conversando que a gente se entende, respeitando uns aos outros.
O senhor, então, não se define como um “bolsonarista”?
Mas o que é que seria o “bolsonarista”? Quando a gente fala “bolsonarista”, acaba vulgarizando um pouco. Eu me defino como centro-direita que coaduna com algumas ideias dele. Mas não sou radical em dizer que ele está coberto de razão em tudo. Isso não.
Vou conceituar “bolsonarista” como um apoiador incondicional do atual presidente, em todas as causas, em tudo o que ele faz e fala.
Não. Eu sou centro-direita. Tenho minhas ressalvas. Se você me perguntar: entre um e outro, você vai se posicionar com quem?
Certo: como eleitor, se a eleição presidencial ficar mesmo entre Lula e Bolsonaro, o senhor tende a apoiar e a votar no atual presidente?
No atual presidente.
Foi seu voto na eleição passada?
Foi meu voto.
No primeiro e no segundo turno?
Sim. Mas acho que a gente devia tentar fugir dessa polarização e caminhar numa vertente do diálogo. Esse é o principal ponto. Mas, infelizmente, ainda está muito polarizado.
O senhor falou de “ressalvas” a Bolsonaro. Quais seriam elas?
Vejo como dificuldade, talvez, a questão do diálogo. Nós continuamos polarizados. Acho que o governante tem que dialogar com todos.
Ela peca pela falta do diálogo, por dialogar só com quem o apoia?
Eu abriria mais o diálogo para outros setores.
Inclusive setores que não votaram nele?
Exato.
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