Coluna Vitor Vogas
Pesquisa na Serra: Audifax e Muribeca na frente, mas Weverson no jogo
Novo levantamento da Futura para a Rede Vitória indica favoritismo para opositores do atual prefeito, mas também crescimento do candidato de Vidigal
A pesquisa realizada pela Futura Inteligência para a Rede Vitória, publicada na manhã desta terça-feira (20) pelo jornal online Folha Vitória, conduz a algumas conclusões. A primeira é que, no início oficial da campanha, o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP) e o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos) largam com nítido favoritismo. A segunda é que, mesmo largando de trás, o ex-secretário estadual de Turismo Weverson Meireles (PDT), candidato apoiado pelo prefeito Sergio Vidigal (PDT), não pode ser considerado fora do jogo. Ao contrário.
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No cenário estimulado, Audifax desponta com 34,1% das intenções de voto. No limite da margem de erro (4,0 pontos percentuais para mais ou para menos), está tecnicamente empatado com Muribeca, apontado por 29,3% dos entrevistados. Correndo por fora, Weverson chega a 8,1%.
Os números de Werverson, comparados aos dos dois principais oponentes, ainda são baixos, é verdade. Mas o conjunto de dados do levantamento mostra que ele, pelo menos, entrou no mapa eleitoral da Serra. Para o comitê de campanha do PDT, a primeira boa notícia oferecida pela pesquisa é a curva de crescimento de Weverson desde que foi lançado por seu padrinho político, no dia 16 de março.
A primeira sondagem da série da Futura para a Rede Vitória – com entrevistas realizadas em abril, logo após o lançamento de Weverson – trazia o pupilo de Vidigal com apenas 0,9% de menções na espontânea e 1,9% de intenções de voto no principal cenário estimulado.
A comparação não é precisa, pois os “candidatos coadjuvantes” mudaram de uma pesquisa para a outra (muitos ficaram pelo caminho). De todo modo, cabe o registro de que, nesta segunda rodada, Weverson passou de 0,9% para 6,5% de menções na espontânea; na estimulada, o crescimento em quatro meses de pré-campanha foi de 1,9% para 8,1%. Como dito, ele entrou no mapa.
O crescimento certamente foi fruto da hiperexposição de Weverson ao lado de Vidigal nos últimos quatro meses – por vezes incorrendo em excessos, tolhidos pela Justiça Eleitoral.
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A segunda boa notícia proporcionada pela pesquisa ao QG do PDT na Serra é o altíssimo índice de indefinição, sobretudo na espontânea. Nessa primeira parte do questionário, na qual os respondentes não têm acesso à lista de candidatos, quase metade dos entrevistados (48,2%) não responderam ou se disseram indecisos. Para se ter uma ideia, na pesquisa realizada em Vitória, o mesmo índice ficou em 29,0%.
Além disso, nada menos que 14,2% citaram espontaneamente “outros” candidatos. É razoável supor que, em boa parte desses “outros”, houve menções a Sergio Vidigal por parte de eleitores desavisados. O quadro, enfim, ainda está bastante aberto. E a campanha de Weverson/Vidigal aposta justamente na captação de votos dessa grande parcela de eleitores ainda indecisos e, evidentemente, de eleitores do prefeito agora órfãos.
No dia 30 de junho, Vidigal chegou a declarar à coluna que Weverson largaria com muito mais de 1% e que, se largasse com 10%, seria “ótimo”. Bem, ele larga com 8,1%. O prefeito na certa tinha pesquisas internas que indicavam o crescimento desde abril e essa posição de largada – o que foi determinante em sua decisão de manter a candidatura de Weverson, em vez de voltar atrás e disputar a reeleição.
A eleição na Serra seguramente será decidida em dois turnos. Vidigal já declarou à coluna que o principal desafio da campanha é levar Weverson ao 2º turno: “Se ele chegar ao 2º turno, será o próximo prefeito da Serra”. Para isso, Weverson precisa tirar os 21 pontos percentuais que hoje o separam de Muribeca. A tarefa é dificílima, mas não impossível.
Além do grau de indefinição e da aposta na transferência de votos do “criador” para a “criatura”, o PDT tem outro trunfo evidenciado pela pesquisa: a ótima avaliação, no momento, do trabalho de Vidigal, a qual, em tese, pode facilitar a estratégia de transfusão de votos.
A campanha do PDT venceu o primeiro desafio, que era colocar Weverson no jogo. O xis da questão agora é se ele vai se estabilizar nesse patamar insuficiente ou se manterá um crescimento gradativo e sustentável, a ponto de ameaçar Audifax e Muribeca. Só o decorrer da campanha e as próximas pesquisas o dirão.
Vamos aos números completos do levantamento da Futura para a Rede Vitória!
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ESTIMULADA
A Futura entrevistou 600 eleitores da Serra, por telefone assistido por computador, entre 7 e 12 de agosto. É preciso registrar que o instituto incluiu Mauro Luiz da Silva, o qual, no entanto, nem pontuou. A Futura não incluiu na sondagem o sétimo candidato registrado a prefeito da Serra: Antonio Bungenstab, presidente estadual do pequeno PRTB.
Audifax e Pablo Muribeca empatam tecnicamente na dianteira. Eis os resultados:
Audifax Barcelos (PP): 34,1%
Pablo Muribeca (Republicanos): 29,3%
Weverson Meireles (PDT): 8,1%
Roberto Carlos (PT): 2,5%
Igor Elson (PL): 1,7%
Wylson Zon (Novo): 0,5%
Ninguém/Branco/Nulo: 9,6%
Não sabe/Não respondeu/Indeciso: 14,1%
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ESPONTÂNEA
Audifax Barcelos: 13,4%
Pablo Muribeca: 11,0%
Weverson Meireles: 6,5%
Igor Elson: 0,8%
Roberto Carlos: 0,6%
Ninguém/branco/nulo: 5,3%
Outros: 14,2%
NS/NR/indeciso: 48,2%
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REJEIÇÃO
A Futura também mediu a rejeição aos pré-candidatos. Nenhum deles tem um índice preocupante, que o coloque “fora do jogo”. O maior é o do ex-deputado Roberto Carlos (PT), em quem 24,7% não votariam de jeito nenhum. O de Weverson, 13,8%, é bem baixo (o que pode também ser explicado pelo seu baixo recall político). Só não é menor que o de Wylson Zon (9,1%), candidato muito pouco conhecido.
Roberto Carlos: 24,7%
Pablo Muribeca: 22,1%
Audifax Barcelos: 21,7%
Igor Elson: 15,1%
Weverson Meireles: 13,8%
Wylson Zon: 9,1%
Não rejeita ninguém: 14,4%
Rejeita todos: 5,5%
NS/NR: 15,5%
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CENÁRIOS DE 2º TURNO
A Futura simulou três possíveis cenários de 2º turno, combinando os três candidatos com maiores intenções de voto. A vantagem é de Audifax, que hoje derrotaria tanto Muribeca quanto Weverson. Os resultados:
Audifax x Muribeca
Audifax: 45,4%
Muribeca: 37,6%
Ninguém/branco/nulo: 11,3%
NS/NR/indeciso: 5,7%
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Audifax x Weverson
Audifax: 53,5%
Weverson: 22,5%
Ninguém/branco/nulo: 14,6%
NS/NR/indeciso: 9,4%
Importante: A vantagem de Audifax sobre Weverson permanece enorme, mas observe-se que caiu em relação à medição realizada em abril. Àquela altura, na mesma simulação, Audifax tinha 61,2% contra 9,5% de Weverson. Em quatro meses, portanto, a diferença caiu de 51,7 pontos percentuais para 31 pontos. A vantagem do ex-prefeito foi encurtada em 20,7 pontos.
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Muribeca x Weverson
Muribeca: 44,2%
Weverson: 19,0%
Ninguém/branco/nulo: 18,8%
NS/NR/indeciso: 18,1%
Aqui se observa algo parecido. A vantagem de Muribeca sobre Weverson segue bem dilatada, mas diminuiu na comparação com a sondagem realizada em abril. Àquela altura, na mesma simulação, Muribeca tinha 45,7% contra 9,3% de Weverson. Em quatro meses, portanto, a diferença caiu de 36,4 pontos percentuais para 25,2 pontos. A vantagem do deputado, assim, foi reduzida em 11,2 pontos.
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AVALIAÇÃO DO GOVERNO VIDIGAL
No tiro de largada eleitoral, o prefeito e seu governo aparecem bem avaliados pela população da Serra.
Vidigal foi avaliado como ótimo ou bom por 61,1% dos entrevistados pela Futura, enquanto apenas 12,8% o consideram ruim ou péssimo. Para 23,9%, o prefeito é regular.
Já a administração de Vidigal foi classificada como boa ou ótima por 57,8% dos entrevistados. Só 8,7% a avaliam como ruim ou péssima. Outros 30,9% a consideram regular.
Informação importante: os números de Vidigal e sua gestão melhoraram na comparação com os da pesquisa anterior da Futura, realizada em abril e publicada no dia 10 maio. Àquela altura, o prefeito era considerado ótimo ou bom por 52,0% dos entrevistados (agora, são 61,1%). Seu governo era ótimo ou bom para 51,0% (agora, são 57,8%).
Portanto, ele chega à largada eleitoral ainda mais bem avaliado. Melhorou na hora certa, para poder “turbinar” seu afilhado político.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
A Futura realizou 600 entrevistas por telefone assistido por computador, entre 7 e 12 de agosto de 2024, com eleitores de 16 anos ou mais. A pesquisa tem margem de erro de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos e índice de confiabilidade de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número ES-01663/2024.
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