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Coluna Vitor Vogas

Como ficou a divisão do tempo de TV no horário eleitoral em Vitória

E mais: a jogada decisiva, de última hora, que permitiu a Pazolini equilibrar o jogo com Luiz Paulo na propaganda de rádio e TV

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Os seis candidatos a prefeito de Vitória

Os seis candidatos a prefeito de Vitória

É praticamente um empate técnico. Na última sexta-feira (16), o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) calculou a distribuição do tempo reservado aos candidatos na propaganda eleitoral de rádio e TV em Vitória. Nesse quesito, fundamental no decorrer da campanha, a vantagem será de dois candidatos: o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) poderão desfrutar de mais segundos preciosos que os seus adversários para buscarem convencer os eleitores a lhes confiar o voto.

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A rigor, quem terá o maior tempo, por bloco de 10 minutos no horário eleitoral gratuito, é Pazolini: 2 minutos e 37 segundos. O atual prefeito terá dois segundos a mais que Luiz Paulo, cujo tempo será de 2 minutos e 35 segundos (daí o “empate técnico”).

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Em terceiro lugar vem o deputado Capitão Assumção (PL), com 01:58 para apresentar as suas propostas a cada bloco de 10 minutos. Aqui há outro “empate técnico”, pois o quarto é o candidato do PT, João Coser, com 01:57.

Com as menores frações, o empresário Du (Avante) terá 25 segundos no ar por bloco de 10 minutos, mesmo tempo disponibilizado à deputada estadual Camila Valadão (PSol).

No frigir dos ovos, Pazolini, Luiz Paulo, Assumção e Coser terão tempos próximos. A divisão entre esses quatro ficou equilibrada. Camila e Du terão bem menos.

No 1º turno, a propaganda eleitoral gratuita irá ao ar do dia 30 de agosto ao dia 3 de outubro.

PSD a bordo: o pulo do gato de Pazolini

O “pulo do gato” de Pazolini, que lhe permitiu equilibrar forças com Luiz Paulo e até superar o tucano nesse aspecto, foi a articulação de bastidores, na reta final da pré-campanha, que levou a coligação do prefeito a “tomar” de Luiz Paulo um dos partidos com a maior bancada na Câmara dos Deputados (e, portanto, maior tempo de TV).

Foi o Partido Social Democrático (PSD), comandado nacionalmente pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e, no Espírito Santo, pelo ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos, candidato a prefeito de Colatina.

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Até meados de julho, com articulações locais conduzidas pelo deputado estadual Fabrício Gandini (presidente do PSD em Vitória), o partido era dado como um parceiro certo na coligação de Luiz Paulo. O próprio ex-prefeito e aliados dele contavam com o PSD em sua aliança e com um tempo de TV superior a 4 minutos por bloco de 10.

Entretanto, nas últimas semanas de definições de candidaturas e coligações, em articulação conduzida pelo presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, em parceria com Renzo Vasconcelos, o PSD migrou da coligação de Luiz Paulo para a de Pazolini, conforme anunciaram na semana passada.

Se o PSD tivesse ficado com Luiz Paulo, o tempo total do tucano, por bloco de 10 minutos, seria de 03:22.

Pazolini, por sua vez, teria de se contentar com 01:51 (menos que Luiz Paulo, Assumção e Coser).

O Republicanos de Erick e Pazolini apoia a candidatura de Renzo Vasconcelos em Colatina.

Como é feita a divisão do tempo

O tempo na verdade não é reservado ao candidato, mas a cada coligação, federação isolada ou partido isolado com candidato à prefeitura. Para garantir o mínimo tempo de exposição a cada concorrente, a Justiça Eleitoral divide por igual, entre todos, 10% do tempo (ou seja, um minuto por bloco de 10).

No caso concreto, como há seis candidatos a prefeito de Vitória, cada um ficou com 10 segundos nessa divisão (60s/6 = 10s).

Os outros 9 minutos de cada bloco de 10 são divididos em razão do número de representantes de cada coligação na Câmara dos Deputados (eleitos em 2022). Nessa conta, vale o tamanho das bancadas eleitas em 2022, consideradas as novas totalizações do resultado ocorridas até o dia 20 de julho deste ano.

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O número dos deputados federais de cada coligação é o resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos ou federações que a integrem.

Portanto, quanto maior e mais forte for a coligação do candidato, maior será a bancada da sua coligação na Câmara; consequentemente, mais tempo ele terá para fazer campanha no horário eleitoral.

Em termos práticos, esse é um dos principais pontos que justificam por que candidatos e dirigentes se empenham tanto, na fase de pré-campanha, em atrair partidos aliados e entrar no processo eleitoral com a aliança mais forte possível.

Pazolini: 2’27’’

Na prática, a coligação de Pazolini, “Vitória da União”, é a que ficou com o maior tempo de TV e rádio porque é aquela cujos partidos, somados, têm mais representantes na Câmara dos Deputados: Republicanos, PP, PSD e PRD, juntos, possuem 134 deputados federais.

O Republicanos, sozinho, só teria direito a 43 segundos. Mesmo com os 10 segundos a que todos têm direito, não chegaria a 1 minuto por bloco. Mas os dois aliados mais fortes na coligação incrementaram esse tempo: PP (47 deputados) e PSD (42) estão entre as maiores bancadas da Câmara.

O PP aportou 51 segundos a Pazolini. O PSD, mais 46 segundos. Mais os 5 segundos do PRD, o prefeito conseguiu chegar ao tempo de 02:37, superando até Luiz Paulo.

Outros dois partidos pequenos, Novo e DC, também estão na coligação de Pazolini, mas não contribuíram com nenhum segundo.

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Luiz Paulo: 2’25”

A coligação de Luiz Paulo, “Vitória pro Futuro”, tem um total de 133 representantes na Câmara (um a menos que a de Pazolini), daí seus dois segundos a menos.

Dono da maior bancada da coligação (59), o União Brasil, presidido no Espírito Santo por Felipe Rigoni e em Vitória pelo vice de Luiz Paulo, Victor Ricciardi, foi quem contribuiu com o maior tempo: 01’04”. Somaram-se, ainda, os tempos da Federação PSDB/Cidadania, do MDB e do PSB.

O Partido da Mulher Brasileira (PMB) também está na coligação de Luiz Paulo, mas, sem representação na Câmara, não agregou um segundo.

Capitão Assumção: 1’58”

Todo o tempo da coligação do deputado do PL, “Vitória por Você”, advém do próprio partido. Com a maior bancada na Câmara (99 deputados), o PL garantiu sozinho 01:48 para seu candidato. Mais dez segundos, ele chegou ao total de 01:58.

Assumção também tem o apoio dos nanicos Agir e Mobiliza, mas ambos não têm representantes eleitos na Câmara.

João Coser: 1’57”

Quase todo o tempo da coligação do ex-prefeito e deputado estadual do PT, “Vitória em Primeiro Lugar”, vem da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV). Do tempo total de 01:57 de Coser, 01’28” vem da Fe Brasil.

Atrás do PL, a federação de esquerda tem a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados, com 81 integrantes.

A estes se somaram os 18 deputados federais do PDT. Após a desistência do ex-deputado Sergio Majeski, o partido de centro-esquerda aderiu à coligação de Coser, aportando mais 18 segundos ao candidato petista.

Camila Valadão: 0’25”

Além dos 10 segundos a que todos têm direito, todo o tempo da deputada estadual provém da própria federação, formada pelo PSol com a Rede. São 15 segundos a mais, totalizando 0:25. A federação de Camila vem isolada.

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Du: 0’25”

A coligação do empresário Du, “Vitória Mais Segura”, é formada por três partidos pequenos: Avante, Solidariedade e PRTB. Os dois primeiros, somados, têm 14 deputados federais, o que corresponde a 15 segundos. Com os 10 segundos extras, Du chegou a 0:25, como Camila.

Blocos e inserções: como será veiculada a propaganda eleitoral

De acordo com a Lei das Eleições (1997), para o cargo de prefeito, as emissoras de rádio devem veicular a propaganda eleitoral gratuita, de segunda a sábado, em dois blocos de dez minutos: das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10.

As emissoras de televisão também devem exibir dois blocos diários de dez minutos, de segunda a sábado, mas em horários diferentes. O primeiro irá ao ar das 13h às 13h10; o segundo, das 20h30 às 20h40.

No mesmo período destinado à propaganda eleitoral em rede, as emissoras de rádio e de televisão devem reservar, de segunda-feira a domingo, 70 minutos diários para a propaganda eleitoral gratuita na forma de inserções de 30 e 60 segundos, a critério do respectivo partido, da federação ou da coligação.

As inserções serão distribuídas ao longo da programação veiculada entre as 5h e as 24h, na proporção de 60% para o cargo de prefeito e 40% para o de vereador.

Sem bloco de vereadores…

Atenção! Se você é daqueles que curtem e se divertem com os tradicionais blocos reservados àquela fila de candidatos a vereador no horário eleitoral gratuito, temos uma má notícia para você: desta vez, não haverá propaganda de candidatos a vereador nos blocos de 10 minutos. Estes serão reservados, de segunda a sábado, apenas para os candidatos a prefeito.

A propaganda dos candidatos a vereador será exibida somente nas inserções de 30 segundos ou um minuto, durante os intervalos comerciais, ao longo da programação normal.

As risadas podem até estar garantidas… mas somente nos “reclames do plim-plim”.


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