O Gestor
Fábio Junger e EMEC: diversificação e inovação para crescer e se reinventar
Fabio Junger, CEO da EMEC, traz ideias de diversificação e inovação adotadas no grupo

Fabio Junger, da EMEC, foi o convidado da semana. Foto: Reprodução/Youtube
O podcast “O Gestor”, apresentado por Bruno Rigamonti e Gabriel Feitosa, recebeu Fabio Junger, presidente da Associação dos Empresários da Serra (Ases) e do conselho da Emec. Os episódios desta temporada vão ao ar toda segunda-feira pelo canal do youtube.
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Fundação e trajetória inicial
- A EMEC é uma empresa familiar criada em 1991 pelo pai de Fabio Junger. Inicialmente, o grupo nasceu focado em obras e serviços. Os serviços públicos incluem limpeza urbana, parques e jardins, coleta de lixo e varrição.
- Fabio entrou na empresa em 1997, pouco depois da fundação. Após a entrada de Fabio, o foco mudou para serviços públicos. A empresa se especializou na área de parques e jardins, que hoje é o core principal da EMEC Serviço.
- O grupo criou a EMEC Incorporação, ampliando sua atuação para o mercado imobiliário. A EMEC Agro é outro braço do grupo, considerado um “filhote” dos negócios, fruto da paixão particular de Fabio Junger.
Riscos e evolução do setor público
- No início, o setor público apresentava riscos altos, com atrasos em pagamentos e insegurança jurídica. Com o tempo, leis e processos ajudaram a reduzir esses riscos.
- Inicialmente, altos riscos vieram acompanhados de retornos financeiros maiores. Conforme a segurança aumentou, a rentabilidade caiu, demandando diversificação dos negócios.
- A EMEC foi pioneira em mecanização dos processos de limpeza no Brasil. Desde 2006, busca inovação trazendo metodologias e equipamentos dos Estados Unidos e Europa. Participa de feiras e eventos internacionais para se atualizar e aplicar essas inovações no negócio.
Humanização das cidades
- O serviço de limpeza pública tem foco na humanização das cidades desde 1997, começando na Serra. O objetivo é aumentar a autoestima da população, fazendo com que as pessoas sintam que a cidade é delas.
- A EMEC atua intensamente na manutenção de parques e jardins, valorizando espaços de lazer para a população. No município da Serra, a empresa cuida de 273 praças. Em Vitória, destaca-se a manutenção da Praça dos Namorados, Praça do Papa e parques como a Pedra da Cebola.
Área de obras e incorporação
- A área de obras já foi o core principal da EMEC, incluindo obras públicas. Antes da EMEC, o pai de Fabio já tinha experiência em incorporação, estando no DNA da família.
- A incorporação e obras de loteamentos são uma extensão dos serviços prestados aos municípios. Loteamentos envolvem abrir vias, canteiros, fazer meio-fio e cuidar da infraestrutura urbana.
- A expertise da EMEC nessa área gera resultados visíveis para a comunidade. A empresa leva essa experiência para empreendimentos imobiliários, condomínios fechados e novos bairros, aplicando o mesmo cuidado e qualidade da área pública.
Desenvolvimento de loteamentos e condomínios
- A EMEC iniciou com loteamentos rurais, hoje é o maior segmento em desenvolvimento. Nos próximos 6 anos, há previsão de R$ 820 milhões em VGV em loteamentos na região de Linhares.
- O produto rural é o mais simples, criado em formato de associação, não condomínio. Cada fração rural tem no mínimo 20.000 m² (2 hectares), o menor permitido no Brasil. A associação cuida da área, evitando custos típicos de fazendas ou sítios, como caseiros.
- Funcionários atendem a todos os associados, cuidando do plantio e pequenas atividades rurais, como apicultura e hortas.
- O objetivo é oferecer lazer e contato com a natureza sem burocracia ou custos altos.
- A EMEC também desenvolve condomínios residenciais: em Domingos Martins, 46 casas prontas e em Hélio Ferraz, próximo ao bairro Fátima, 60 casas em construção.
Estruturação do funding
- A EMEC divide a incorporação em três papéis principais: terrenista, incorporadora e investidor.
- O terrenista pode ser a própria família, o negócio ou terceiros. A incorporadora é quem cria e “embala” o produto para venda. O investidor traz o capital necessário para o empreendimento.
- Em alguns projetos, a EMEC atua em todos esses papéis simultaneamente. Em outros, a empresa estrutura parcerias para cada parte da incorporação.
- A EMEC mantém parceria com empresas como Apex e Nasca, que atuam em ambientes de negócios similares.
Impacto da SELIC
- A alta da taxa SELIC atualmente é um grande desafio para o setor. Historicamente, a incorporação é o primeiro segmento a sair e também o primeiro a entrar em crise.
- Projetos imobiliários buscam retorno entre 20% e 24% para serem atrativos. Quando a SELIC está entre 5% e 20%, o retorno compensa o risco. Com a SELIC muito alta, acima de 20%, o risco fica alto demais e o mercado desacelera.
- O ciclo típico de um empreendimento hoje é de aproximadamente 5 anos. Investidores que atuam nesse mercado pensam no retorno ajustado à SELIC e aceitam ciclos longos.
Paixão e estratégia no agro
- O sócio e pai de Fabio é engenheiro agrônomo, o que influencia a atuação no agro. O agro é fundamental para o Brasil, sendo responsável pela produção de alimentos para o mundo. Apesar dos altos e baixos típicos de commodities, o setor oferece segurança de negócio.
- A entrada de Fabio no agro demorou, pois ele esperava o momento certo. A profissionalização da empresa permitiu que Fabio dedicasse mais tempo a projetos com razão e paixão.
Foco estratégico e inovação
- O objetivo estratégico atual é consolidar e recriar a etapa de incorporação nos próximos 5 anos. Há necessidade de inovar na área de serviços, superando práticas usadas nos últimos 30 anos.
- Antes, inovação significava comprar novos equipamentos em feiras internacionais e aplicá-los. Agora, a inovação envolve tecnologias autônomas, como equipamentos espalhados pela cidade que operam sozinhos.
- No agro, existe a necessidade de consolidar projetos, como o de levar a cultura do conilon para Roraima. Investimentos no agro são de longo prazo, com retorno estendido; o foco atual é preparar o negócio para as futuras gerações.
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