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Coluna Vitor Vogas

Pazolini ganha apoio de partido de Gandini, que estava com Luiz Paulo

Apoio firmado por Renzo Vasconcelos ao prefeito de Vitória também é retribuição por apoio do Republicanos à sua candidatura a prefeito de Colatina

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Da esquerda para a direita: Erick Musso, Lorenzo Pazolini e Renzo Vasconcelos. Foto: Assessoria do Republicanos

Da esquerda para a direita: Erick Musso, Lorenzo Pazolini e Renzo Vasconcelos. Foto: Assessoria do Republicanos

Na seção “alianças partidárias”, a última grande dúvida que pairava em Vitória foi sanada na tarde desta segunda-feira (12). O Partido Social Democrático (PSD) anunciou apoio à reeleição do prefeito Lorenzo Pazolini. Presidido no Espírito Santo pelo ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos, o PSD vai integrar a coligação liderada pelo Republicanos na Capital.

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O acordo foi construído por Renzo diretamente com o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, articulador político de Pazolini.

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O PSD é um dos partidos com a maior bancada na Câmara dos Deputados. Pelas contas do Republicanos, deve agregar cerca de 50 segundos, por bloco de 10 minutos, à campanha de Pazolini no horário eleitoral gratuito de rádio e TV.

Como tudo na política, para um ganhar, outro tem de perder. Enquanto a coligação de Pazolini se reforça, a de um adversário dele se enfraquece. A campanha do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) contava com o PSD em sua aliança.

Até a convenção do PSDB em Vitória, realizada no Centro de Convenções, no dia 20 de julho, Luiz Paulo e sua assessoria tratavam o PSD como um partido aliado, integrante de sua coligação – ao lado da Federação PSDB/Cidadania, do PSB, do União Brasil e do MDB.

De fato, essa foi a construção estabelecida ao longo dos meses anteriores. Falava-se em “G6”, em uma frente ampla de centro formada por partidos aliados do governo de Renato Casagrande, incluindo o PSD.

E aí precisamos trazer para este texto um personagem fundamental neste enredo, cuja posição agora é derrotada dentro do próprio partido: o deputado estadual Fabrício Gandini.

Gandini é ninguém menos que o presidente do PSD em Vitória.

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Por convite de Renzo Vasconcelos, o deputado filiou-se ao partido em dezembro do ano passado. Em maio deste ano, chegou a anunciar pré-candidatura a prefeito de Vitória, mas foi só balão de ensaio. Após reuniões a sós com Luiz Paulo e outras com representantes dos seis partidos citados acima, Gandini retirou a pré-candidatura e declarou apoio ao ex-prefeito, no começo de junho.

Em mais de uma entrevista, o deputado defendeu que esse grupo deveria estar unido em torno de uma só candidatura – no caso, a de Luiz Paulo. Para todos os efeitos, como presidente do PSD em Vitória, Gandini seria o fiador da presença do partido na coligação liderada pelo tucano.

Luiz Paulo e Gandini, em encontro no fim de maio

Mas Renzo Vasconcelos tinha outros planos. Desde o primeiro momento após Gandini retirar a pré-candidatura em Vitória, Renzo declarou que o PSD contava com a candidatura dele, mas, a partir do recuo de Gandini, passaria a avaliar outras possibilidades na eleição majoritária em Vitória. O presidente estadual passou, então, a intensificar o diálogo com o Republicanos. É importante frisar que Renzo jamais confirmou apoio do PSD a Luiz Paulo.

Os sinais de que o PSD estava mesmo se desviando de rota ficaram mais acentuados na convenção de Luiz Paulo, no dia 20 de julho. O PSD não mandou nenhum representante à convenção. Nem Renzo, nem Gandini, nem ninguém.

Em sua própria convenção, o PSD de Vitória delegou à Executiva Estadual, conduzida por Renzo, o poder de decidir sobre as alianças do partido na eleição à Prefeitura de Vitória.

Na prática, Gandini saiu de cena e deixou o caminho aberto para Renzo sacramentar com Erick Musso a opção preferida por ele: apoio a Pazolini e coligação com o Republicanos.

A opção de Renzo passa primordialmente por Colatina, onde ele começou a carreira política como vereador e, pela primeira vez, será candidato a prefeito.

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Na maior cidade do noroeste capixaba, o Republicanos de Erick não lançou candidato a prefeito e está apoiando Renzo. Assim, o apoio do PSD a Pazolini em Vitória é mais uma retribuição ao Republicanos, somando-se a outras. Na Serra, por exemplo, o PSD também apoia o candidato do partido de Erick Musso, Pablo Muribeca.

E como fica Gandini nessa história?

Procurado pela coluna, o deputado Fabrício Gandini disse, por intermédio de sua assessoria, que não vai se manifestar sobre o assunto.

Informações de bastidores dão conta de que ele deve, se não sair de cena, manter uma postura bem discreta e distante da eleição à Prefeitura de Vitória. Se apoiar Luiz Paulo (como queria), irá contra a posição oficial do próprio partido, em gesto que poderia configurar até infidelidade partidária. Mas apoiar Pazolini, de quem é notório crítico e desafeto, é algo que o deputado jamais fará.

A coluna apurou que, até para se afastar de Vitória, Gandini vai assumir a coordenação da campanha de vários candidatos do PSD em municípios do interior do Estado, ajudando Renzo a fazer o partido crescer no Espírito Santo.

Gandini continua como presidente de direito do PSD em Vitória, mas não vai se envolver nas articulações do partido na Capital. Quem se encarregará disso é o próprio Renzo, numa inversão de posições: Renzo tocará o PSD em Colatina e em Vitória, enquanto Gandini cuidará do partido no resto do interior.

Em nota enviada por sua assessoria, Renzo confirmou a informação:

“Como presidente estadual do PSD, conversei com o deputado Fabrício Gandini, que é o presidente municipal da sigla em Vitória. Ele pediu para que eu conduzisse o PSD na eleição na capital, enquanto ele ficaria responsável pela consolidação das alianças partidárias em municípios do interior do Espírito Santo”.

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Para Gandini, além de ser uma forma de respirar novos ares, esse é um modo de ele aprofundar uma mudança de rumo iniciada por ele já na segunda metade de seu mandato passado na Assembleia, depois de não ter chegado nem ao 2º turno na eleição à Prefeitura de Vitória em 2020: expandir a sua área de influência e ampliar o seu eleitorado, deixando de ser um deputado metropolitano e com reduto somente em Vitória.

Pode ser um movimento importante pensando em seu futuro político.

Gandini: trajetória oscilante

A trajetória de Fabrício Gandini durante o período de pré-campanha em Vitória foi bastante oscilante: rapidamente, foi de pré-candidato a prefeito a apoiador de Luiz Paulo e, de apoiador de Luiz Paulo, a um dirigente partidário sem voz ativa em Vitória e cuja sigla agora está com Pazolini.

Coligações

Agora, equilibrando mais o jogo com Luiz Paulo, a coligação de Pazolini fica com Republicanos, PP, PSD, Novo, PRD e DC.

A de Luiz Paulo continua com PSDB/Cidadania, PSB, MDB e União Brasil. Ainda tem o Partido da Mulher Brasileira (PMB), que chegou depois.

A de Renzo em Colatina, além do PSD e do Republicanos, tem o União Brasil e o Avante.

Renzo sobre Pazolini

“Nosso apoio à reeleição de Lorenzo Pazolini (Republicanos) passa pelo respeito que temos à sua administração e ao reconhecimento desse trabalho vitorioso. Também estamos alinhados com o Republicanos, partido que caminhará conosco em várias cidades capixabas.”


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