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Coluna Vitor Vogas

Nova pesquisa em Vitória sublinha real pergunta na disputa a prefeito

Levantamento da Paraná Pesquisas indica que, hoje, Pazolini estaria reeleito no 1º turno. Coluna destrincha os principais resultados do levantamento

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Os seis candidatos a prefeito de Vitória

Os seis candidatos a prefeito de Vitória

Se a eleição em Vitória fosse hoje, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) estaria reeleito no 1º turno. Essa é a principal conclusão apresentada pela primeira pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas desde o início oficial da campanha, no último dia 16. Realizado entre a última quinta-feira (22) e o último domingo (25), o levantamento traz o atual prefeito com 50,9% das intenções de voto, no cenário estimulado.

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Excluídos nulos, brancos e indecisos, Pazolini hoje alcançaria 57,0% dos votos válidos, com base na mesma pesquisa.

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Mais que reforçar o favoritismo do candidato do Republicanos – também indicado por sondagem anterior, da Futura Inteligência –, a consulta da Paraná Pesquisas coloca em evidência a pergunta mais importante neste ponto da disputa em Vitória: a eleição na capital capixaba terá mesmo dois turnos, como quase todos acreditavam antes do tiro de largada do processo, ou Pazolini será capaz de defini-la em turno único?

Hoje, a julgar pelos dados da pesquisa, aquilo que parecia uma possibilidade distante, antes da largada oficial, começa a se revelar agora uma hipótese factível… Mas é óbvio que, nos próximos 41 dias, tempo que nos separa da votação em 1º turno, esse quadro parcial poderá mudar sensivelmente. A propaganda eleitoral de rádio e TV ainda nem começou a ser veiculada. A “estreia” será na próxima sexta-feira (30). Ainda não houve debates.

No cenário estimulado – no qual os 800 entrevistados tiveram acesso à lista de seis candidatos a prefeito –, o segundo colocado é o ex-prefeito e deputado estadual João Coser (PT), com 16,3% – menos de um terço (1/3) das intenções de Pazolini, Em votos válidos, o petista chega a 18,2%.

Em terceiro lugar, aparece o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, candidato do PSDB, com 8,6% das intenções. Em votos válidos, Luiz Paulo teria 9,6%. Dentro da margem de erro da pesquisa – 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos –, o tucano está tecnicamente empatado com os dois candidatos seguintes.

A deputada estadual Camila Valadão, do PSol, tem 7,6% das intenções de voto – ou 8,5% dos votos válidos.

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Já o também deputado estadual Capitão Assumção (PL), candidato bolsonarista, é apontado por 5,3% dos entrevistados – o equivalente a 5,9% dos votos válidos.

O empresário Du (Avante) só é a opção de voto de 0,5% dos entrevistados, mesma marca obtida por ele em votos válidos.

VOTOS VÁLIDOS

Lorenzo Pazolini: 57,0%

João Coser: 18,2%

Luiz Paulo: 9,6%

Camila Valadão: 8,5%

Capitão Assumção: 5,9%

Du: 0,5%

Espontânea: Pazolini na frente, mas alta indefinição

Na medição do cenário espontâneo, os entrevistadores perguntaram aos entrevistados em quem eles votariam sem apresentar a eles a relação de candidatos. Essa é a primeira pergunta do questionário.

Nesse cenário, o grau de indefinição ainda é alto. Mais da metade dos entrevistados (54,3%) não responderam ou não souberam responder, enquanto 5,6% disseram que vão votar em branco ou anular o voto. Isso significa que, de cada cinco entrevistados, três não apontaram nenhum candidato, “na ponta da língua”, como seu preferido.

Nesse cenário, Pazolini foi citado por 27,5% dos respondentes. Coser foi mencionado por 6,1%. Em seguida vieram Camila (2,5%), Assumção (1,6%) e Luiz Paulo (1,4%). Outros nomes citados corresponderam a 1%.

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A segunda pergunta do questionário foi precisamente a do cenário estimulado, na qual os entrevistados foram estimulados a escolher um candidato mediante a apresentação da relação de concorrentes. Aí Pazolini deslancha.

Rejeição de Coser é a mais alta

A Paraná Pesquisas também mediu o grau de rejeição dos candidatos. Também aqui uma boa notícia para Pazolini: só 15,9% dos entrevistados não votariam nele sob nenhuma hipótese. O percentual pode ser considerado baixo, considerando um prefeito em fim de primeiro mandato.

Quem se sai pior nesse aspecto é João Coser: 34,6% não votariam nele de jeito nenhum. Se está longe de o deixar fora do jogo, tampouco representa uma boa notícia para o candidato do PT, pois limita sua margem de crescimento. De saída, ele só disputa 65% dos votos possíveis.

O segundo maior grau de rejeição é conferido ao Capitão Assumção: 23,0%. O índice, na verdade, é surpreendentemente baixo para um candidato que, como deputado estadual, vive envolto em polêmicas e exprime alto grau de radicalismo ideológico.

Camila Valadão é rejeitada por 19,4%; Luiz Paulo, por 15,4%; Du, por apenas 6,8% (as pessoas não rejeitam que não conhecem).

Lula e Bolsonaro como “cabos eleitorais”

A Paraná Pesquisas também aferiu o potencial de transferência de votos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Lula (PT), isto é, a influência do apoio de cada um na definição dos eleitores de Vitória.

Neste ponto, a pesquisa traz a segunda má notícia para Coser e também um dado nada animador para o Capitão Assumção – respectivamente, candidatos apoiados por Lula e Bolsonaro.

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Nem o atual presidente da República nem o seu antecessor no cargo se mostram excelentes “cabos eleitorais” em Vitória. Mas a rejeição a Lula é maior, o que complica mais a vida de Coser.

Só 22,9% dizem que com certeza votariam num candidato apoiado por Bolsonaro, 29,8% poderiam votar e 43,1% jamais votariam. Isso limita consideravelmente o potencial de crescimento de Assumção, que faz campanha colada em Bolsonaro.

Ao mesmo tempo, só 17,3% seguramente votariam no candidato apoiado por Lula, 28,2% poderiam votar e nada menos que 51,2% não votariam de jeito nenhum. Esse dado, em especial, limita por demais o teto de crescimento de Coser.

Na convenção do PT em Vitória, no dia 3 de agosto, o ex-prefeito afirmou que certamente fará uma campanha conectada com Lula e com o governo federal do PT. A pesquisa expõe, todavia, que a resistência do eleitor de Vitória a Lula persiste em patamar elevado – perdendo, nesse quesito, apenas para Vila Velha, entre as cidades da Região Metropolitana.

Pode-se avaliar que, nesses dois municípios da Grande Vitória, mais até que um antipetismo, sedimentou-se um antilulismo em grande parte do eleitorado – o que explica, em grande parte, a ótima votação obtida por Bolsonaro nessas duas cidades na última eleição presidencial, maior que na Serra e em Cariacica, por exemplo.

Casagrande pode ser chamado a entrar na campanha

Na realidade, quem desponta como o melhor cabo eleitoral em Vitória é o governador Renato Casagrande (PSB). Só 21,9% dizem que votariam com certeza no candidato apoiado por ele, mas 47,1% respondem que poderiam votar. Somando as duas respostas, a potencial influência de Casagrande chega ao patamar de 69%. Só 27,3% jamais votariam no candidato dele.

O PSB de Casagrande apoia Luiz Paulo e está na coligação do tucano. Casagrande, por sua vez, apoia pessoalmente dois candidatos: Luiz Paulo e Coser. Mas, pelo menos a esta altura do processo, é um apoio discreto, quase protocolar. O governador só tem dito que, a quem lhe perguntar, ele recomenda voto nesses dois.

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Pode ser – e esta é apenas uma conjectura – que, lá na frente, em meados de setembro, o governador seja chamado a entrar pessoalmente em campo, ou se sinta instado a fazer campanha aberta a favor de um dos dois candidatos – o que tiver mais chances de “passar de fase” –, justamente a fim de conter uma possível vitória de Pazolini no 1º turno, ainda mais se restar evidente que essa é mesmo uma possibilidade real.

Mas, se assim fizer, Casagrande também assumirá o risco de ter eventual derrota debitada de sua conta política.

Avaliação de Pazolini é muito boa

O prefeito Pazolini está bem avaliado pela população de Vitória, fator certamente mais relevante na explicação do seu bom desempenho nas testagens de intenções de voto.

De acordo com a Paraná Pesquisas, a administração do prefeito é avaliada como boa ou ótima por 62,8% dos entrevistados. Só 13,5% a consideram ruim ou péssima, enquanto 22,5% a têm como regular.

De maneira ainda mais direta, o instituto perguntou se os eleitores aprovam ou desaprovam a gestão de Pazolini. A aprovação atinge 75,6%, contra 21,1% de reprovação.

Toda disputa com o atual chefe do Poder Executivo buscando a reeleição ganha um caráter quase de referendo: o governante merece ou não ter seu mandato renovado por mais quatro anos? Quando o governante em questão está bem avaliado assim, o desafio dos seus opositores fica muito mais complicado.

A Paraná também aferiu a avaliação de Pazolini em consultas realizadas em maio e julho. O índice de aprovação dele manteve-se estável.

A aprovação do prefeito é menor e a desaprovação é maior entre eleitores mais jovens (de 16 a 24 anos) e com ensino superior. Mas a oscilação é pequena.

Metodologia da pesquisa

A coleta de dados foi realizada através de entrevistas pessoais com 800 eleitores de Vitória, entre os dias 22 e 25 de agosto de 2024. A amostra atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 3,5 pontos percentuais para os resultados gerais. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº ES-00851/2024 para o cargo de prefeito.


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