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Coluna Vitor Vogas

Eleições 2024: Casagrande revela seus candidatos na Grande Vitória

Governador não se furtou a responder quem está apoiando para prefeito, ou em quem orienta voto, nos quatro maiores municípios da Região Metropolitana

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João Coser encontrou-se com Casagrande na semana passada. Luiz Paulo também, dois dias antes. Foto: Reprodução Instagram

O governador Renato Casagrande (PSB) não se fez de rogado. Em entrevista à Rádio BandNews FM na última terça-feira (11), propusemos a ele um “Giro dos Apoios Eleitorais do Governador”, e ele não se furtou a revelar (ou confirmar) quem está apoiando para prefeito nos quatro maiores municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória.

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Resumidamente, Casagrande afirmou estar mesmo fechado com a reeleição de Euclério Sampaio (MDB) em Cariacica, com a reeleição de Arnaldinho Borgo (Podemos) em Vila Velha e com a eleição de Weverson Meireles (PDT), candidato de Sergio Vidigal (PDT), na Serra. Apoio pessoal e declarado já no 1º turno.

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Quanto a Vitória, “para quem lhe perguntar” – e foi exatamente o que fizemos –, Casagrande recomenda voto em João Coser (PT) ou Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).

Vitória

A eleição a prefeito de Vitória entrou pelo mês de maio embolada, com nove pré-candidaturas a prefeito. Desde então, houve três baixas em série, “limpando” bastante o cenário. Nesta ordem, retiraram-se do jogo Tyago Hoffmann (PSB), Fabrício Gandini (PSD) e Sergio Majeski (PDT). Os dois primeiros apoiam Luiz Paulo.

Dos seis concorrentes restantes, dois são considerados adversários políticos pelo Palácio Anchieta: o deputado estadual Capitão Assumção (PL) e o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos) – favorito e homem a ser batido pelas forças ligadas ao governador.

As outras duas candidatas – ambas, mulheres –, com alguma flexibilidade, podem ser classificadas como aliadas do governo Casagrande: a deputada estadual Camila Valadão (PSol) e a vice-prefeita, Capitã Estéfane (Podemos).

Camila é independente na Assembleia, mas costuma votar com o Palácio Anchieta nos projetos mais importantes. O PSol apoiou a reeleição do governador no 2º turno em 2022. O partido é federado com a Rede, que está no governo Casagrande: a porta-voz estadual da Rede, Laís Garcia, é a diretora-geral da Escola de Serviços Público do Espírito Santo (Esesp).

O partido de Estéfane, Podemos, ao qual ela se filiou em abril, é da base de Casagrande. A própria vice-prefeito aproximou-se do governador e o apoiou publicamente no 2º turno em 2022 – o que foi, por sinal, um dos principais motivos do rompimento público de Pazolini com ela no mês seguinte, em novembro de 2022.

Feita essa ponderação, não cabe a mínima dúvida de que Luiz Paulo e João Coser são os dois pré-candidatos com quem Casagrande tem a aliança mais forte, mais antiga, mais duradoura e mais consistente, o que se reflete nesse pleito.

Não é de hoje que o governador tem incentivado os dois aliados a desafiarem o prefeito de direita, para tentar miná-lo por duas frentes: Coser, liderando uma chapa de esquerda; Luiz Paulo, à frente de uma coligação de centro que abriga inclusive o PSB de Casagrande.

Na entrevista à BandNews, o governador declarou seu compromisso com o petista e o tucano, destacando ainda outro componente: a gratidão, expressada por ele nas entrelinhas, pelo apoio pessoal que recebeu de ambos em sua campanha à reeleição em 2022, especialmente durante o enroscado 2º turno contra Manato (PL).

Apesar do duplo apoio declarado, Casagrande não vai subir no palanque nem de um nem do outro, pelo menos no 1º turno. Subir em ambos seria confuso. Subir no de um só seria dar um tratamento desigual. Até por equilíbrio de forças, ele manterá posição equidistante dos dois, fiel ao critério que já declarara em entrevista à TV Capixaba: nas cidades onde ele tiver dois ou mais aliados disputando, não entrará pessoalmente na campanha.

“Eu tenho relação de compromisso político com Luiz Paulo e com João Cose, então no 1º turno, naturalmente, aos meus amigos que estiverem comigo, eu direi isto: que os dois são candidatos que estão no meu arco de alianças. Eu orientarei, é essa a palavra, vou sugerir que eles sejam os dois nomes. Nada contra os demais candidatos. Estou tendo uma relação institucional com o prefeito Pazolini. Não tivemos relacionamento político de aliança nestes últimos tempos, mas construímos agora uma relação institucional… Mas eu tive uma eleição dura em 2022. E João Coser e Luiz Paulo estiveram comigo. Então, às pessoas que quiserem me ouvir no 1º turno, eu indicarei esses dois candidatos para as pessoas fazerem sua opção”, afirmou Casagrande.

Mas e quanto ao 2º turno? Se Luiz Paulo ou Coser passar de fase contra Pazolini, o governador, aí sim, entrará na campanha do aliado remanescente na segunda etapa do certame? Ele responde que ainda está avaliando.

“Eu certamente não participarei de campanha de forma acintosa no 1º turno. Pode ser que eu participe no 2º turno, se tiver 2º turno. Vamos avaliar no tempo certo.”

Já em Vila Velha, Cariacica e Serra, Casagrande sublinha seu compromisso eleitoral, respectivamente, com Arnaldinho, Euclério e o candidato de Vidigal, Weverson Meireles, por uma conjugação de fatores: os partidos dos três (respectivamente, Podemos, MDB e PDT) fazem parte de sua base; ele mesmo e seu governo mantêm profunda parceria política e administrativa com os três; assim como no caso de Coser e Luiz Paulo, os três foram aliados leais e prestimosos em sua própria campanha à reeleição.

Vila Velha

Em Vila Velha, o PT, também aliado de Casagrande, lançou a pré-candidatura do ex-vereador João Batista Babá. Além disso, apesar de ter saído do governo em janeiro e migrado em março para o PL, o ex-secretário estadual de Segurança Pública Alexandre Ramalho não pode ser considerado adversário de Casagrande. Os dois eram aliados até poucos meses atrás. Mantêm relação de respeito mútuo.

No entanto, segundo Casagrande, tanto Ramalho como o PT já entraram na pré-campanha em Vila Velha sabendo de seu compromisso inarredável de apoio a Arnaldinho.

“Nossa relação institucional com Arnaldinho é muito forte, muito intensa. A relação política também. Recebi o apoio dele na campanha. O Babá também me ajudou na campanha. O Ramalho também me ajudou na campanha. Mas Vila Velha é diferente. O ex-secretário [Ramalho], quando foi secretário, nós discutimos muito isso, falamos com ele: ‘Indo para Vila Velha, para disputar a eleição em Vila Velha, você sabe da relação que eu tenho com o prefeito Arnaldinho’. E o Babá também sabe da relação que tenho com Arnaldinho. Então todos sabem desse alinhamento institucional, administrativo e político com o prefeito Arnaldinho. Isso já é público. Respeitarei as pessoas que forem para a disputa, mas todos sabem do meu alinhamento.”

Em Vila Velha, o PSB é parceiro do prefeito e reivindica a indicação do seu candidato a vice. Pelo que apurei, até Casagrande entrou no circuito, na semana passada, para manter viva a possibilidade. Para isso, Cael Linhalis (PSB), até então secretário de Planejamento de Vila Velha, entregou o cargo em acordo com o prefeito, respeitando o prazo legal e assim mantendo-se habilitado a compor a chapa com Arnaldinho.

O favorito do prefeito, contudo, segue sendo o presidente da Câmara de Vila Velha, Bruno Lorenzutti (MDB).

Quanto ao tema “vice de Arnaldinho”, o governador saiu um pouco pela tangente:

“Esse é um debate mais partidário do que meu, de governador. O PSB orientou o Cael a se afastar da prefeitura e naturalmente conversou isso com Arnaldinho. O prefeito tem duas opções: o Cael e o Bruno. Ele tem tempo para fazer essa avaliação. O vice é uma escolha muito da relação do prefeito. […] Não falo pelo PSB, mas é lógico que, partidariamente, o PSB deseja, sim, compor a chapa do Arnaldinho. Mas esse é um assunto que o PSB vai discutir.”

Cariacica

Cariacica é um caso muito semelhante ao de Vila Velha. Na cidade, o PT, importante aliado de Casagrande, tem a pré-candidatura da ex-secretária municipal de Educação Célia Tavares. Mas, segundo o governador, seu compromisso de apoio a Euclério, reafirmado por ele, precede o ingresso do PT com Célia na pré-campanha e será mantido até o fim.

“Sim, estou comprometido com Euclério, com todo o respeito à candidatura da Célia, que é também uma aliada, sempre destacando a nossa participação e parceria com Euclério. Estamos mudando a história de Cariacica, como estamos mudando a história de Vila Velha, com essas parcerias. Então com respeito à candidatura da Célia, sem nenhum atropelo e sem nenhum prejuízo a ela, ela também sabe desse alinhamento nosso com o prefeito.”

Em Cariacica, o PSB também quer indicar a vice de Euclério, com chances, aliás, bem maiores. Será provavelmente a contadora efetiva da prefeitura Shymenne de Castro, que já está no aquecimento: assim como Cael fez em Vila Velha, ela entregou, na semana passada, o cargo de secretária municipal de Administração e Recursos Humanos.

Serra

Na Serra, o PT lançou a pré-candidatura do ex-deputado estadual Roberto Carlos. Além disso, apesar de o partido de Pablo Muribeca (Republicanos) não estar na coalizão de Casagrande, o próprio deputado é um aliado e faz parte de sua base parlamentar na Assembleia.

Entretanto, assim como em Vila Velha e Cariacica, Casagrande diz ter um compromisso anterior e conhecido por todos os aliados com o prefeito Sergio Vidigal – o qual agora se estende ao pré-candidato lançado pelo pedetista, Weverson Meireles.

“Mantenho meu compromisso. Também é preciso registrar. As pessoas sabem que meu apoio é respeitoso. Respeito a candidatura do Pablo Muribeca, que não é meu adversário na Assembleia, mas ele sabe também que na campanha o Vidigal foi importante na Serra para a minha reeleição. Minha conversa não tem nada escondido com nenhuma dessas pessoas. Não tenho conversa escondida com o Ramalho, nem com o PT, nem com Muribeca, nem com ninguém que eu converse. O Roberto Carlos é do PT, que é um partido aliado. Mas todos sabem desse meu compromisso. Então todos estão indo para um projeto sabendo da minha posição de forma antecipada. Meu alinhamento administrativo político nessa eleição é com o prefeito Sergio Vidigal e em torno do projeto que ele estiver defendendo.”

Na Serra, o PSB não pleiteia a vice.

Luiz Paulo e Coser vão ao governador

Luiz Paulo esteve no Palácio Anchieta há uma semana. Coser, há cinco dias. Os dois registraram o encontro com Casagrande no Instagram. O petista foi mais conciso:

“Aquele que tem a capacidade de dialogar constrói pontes, firma parceiras e nunca está sozinho.”

Já o tucano escreveu o seguinte:

“Estive hoje com o Governador @casagrande_es e conversamos bastante a respeito do futuro da nossa Capital. O governador tem conduzido o Espírito Santo na trilha do equilíbrio fiscal, da inovação e da transformação social e acredito que Vitória precisa seguir esse mesmo caminho.

É evidente que isso não se faz isso sozinho; gestão é um esforço coletivo, de todas as forças da sociedade. Por isso, é uma grande honra estar nessa caminhada com partidos da base aliada do governador, trabalhando juntos para criar um projeto para Vitória que seja verdadeiramente coletivo. Afinal, ouvir é fundamental para construir uma Vitória boa de se viver!”


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