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Coluna Inovação

Engenharia e indústria no Espírito Santo 4.0

O Espírito Santo 4.0 busca consolidar inovação e independência industrial a partir de tecnologia de ponta

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Espírito Santo 4.0. Foto: Reprodução

Espírito Santo 4.0. Foto: Reprodução

Existem dois tipos de engenharia: as que administram coisas que existem e as que criam coisas que ainda não existem. Aqui no estado somos muito bons no primeiro tipo, mas ainda iniciantes no segundo. Na verdade, o ES montou uma rede de fornecedores de serviços para atender às grandes empresas da indústria de base do estado(mineração, siderurgia, celulose, petróleo e gás) e essas empresas cresceram de tal maneira que se espalharam para outros estados e também entraram em outras áreas. A Imetame, por exemplo, criada para atender à Suzano, está desenvolvendo um porto em Aracruz que será uma das bases do ParkLog, a plataforma logística capixaba. A expansão da indústria capixaba se deu pelo crescimento das grandes empresas com seus avanços tecnológicos e pela rede de fornecedores que cresceram aprimorando seus serviços.

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Faltou uma coisa: a indústria de produtos seriados criada a partir de projetos de engenharia inovadores. As empresas de serviços, mesmo com tecnologia, ficam dependentes das grandes empresas, que podem ter restrições temporárias de contratação. Se as empresas fabricarem produtos seriados que podem ser vendidos para todo o país e eventualmente até para o exterior, elas ficam menos dependentes de demandas irregulares. Se estas empresas dominarem uma tecnologia sofisticada, podem seguir a trilha de uma Embraer que domina o projeto de equipamentos sofisticados como aeronaves e pode usar peças de qualquer lugar do mundo, mas dominando a cabeça da cadeia, o projeto, com patentes e com capacidade de inovar no produto.

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Quem quiser entrar nessa trilha agora não deverá seguir apenas as tecnologias tradicionais, mas pular etapas direto para a indústria 4.0, seja para conceber produtos ou para implementar os processos necessários de produção. E existem instituições preparadas para auxiliar nesse processo no estado. O IST – Instituto Senai de Tecnologia, na Avenida Beira Mar em Vitória, está equipado para auxiliar empresas nos desenvolvimentos tecnologicamente sofisticados de projetos, inclusive com a possibilidade de captação de recursos subsidiados. O LCAD, laboratório de computação de alto desempenho da Ufes, tem histórico de sucessos de tecnologia como as startups Lume Robotics para veículos autônomos, a Motora, desenvolvendo software para o carro voador da Embraer e a Aumo em IA para corporações.

Recentemente o LCAD, que já possui um supercomputador para IA, adquiriu um robô humanoide e o projeto desafiador de experiência e aprendizado é fazê-lo preparar um café autonomamente. Também na Ufes, o LABTEL – Laboratório de Telecomunicações foi um dos 11 selecionados no país para promover, em rede, o avanço científico, tecnológico, inovador e empreendedor da área de Fotônica no país, trabalhando com LEDs, lasers e fibras óticas, por exemplo. A Rede Sisfóton é uma iniciativa da Coordenação-Geral de Tecnologias Habilitadoras – CGTH do MCTI – Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações. Muitos egressos desses laboratórios trabalham em grandes empresas ou startups de IA, IoT, visão computacional, e robótica e são a semente da engenharia necessária para desenvolver o Espírito Santo 4.0 e ganhar o país e quiçá o mundo.

Evandro Milet

Evandro Milet é consultor, palestrante e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Possui Mestrado em Informática(PUC/RJ) e MBA em Administração(FGV/RJ). É Conselheiro de Administração pelo IBGC, Membro da Academia Brasileira da Qualidade-ABQ, Membro do Conselho de Curadores do Ibef/ES e membro do Conselho de Política Industrial e Inovação da Findes. Foi Presidente da Dataprev, Diretor da Finep e do Sebrae/ES, Conselheiro do Serpro e Banestes. Tem extensa atuação como empresário, executivo e consultor em inovação, estratégia, gestão e qualidade, além de investidor e mentor de startups, principalmente deeptechs. Tem participação em programas de rádio e TV sobre inovação. É atualmente Presidente do Cdmec-Centro Capixaba de Desenvolvimento Metal-Mecânico.

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