Coluna Vitor Vogas
Os partidos que mais têm candidatos a prefeito no ES
Veja aqui o levantamento da coluna, a partir dos dados oficiais do TSE, e nossa análise sobre o que isso representa para 2024 e também para as eleições de 2026
Confirmando uma tendência anunciada, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro é, disparadamente, o que mais lançou candidatos próprios a prefeito no Espírito Santo. Sob a presidência estadual do senador Magno Malta, o Partido Liberal (PL) vai concorrer em nada menos que 50 municípios capixabas (se todos os pedidos de registro forem aprovados pela Justiça Eleitoral).
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O Espírito Santo tem 78 municípios. Isso significa que o partido de Magno terá candidato a prefeito em mais de 60% das cidades capixabas – um número que, por si, chama a atenção.
Chama ainda mais a atenção na comparação com os outros partidos. No ranking das agremiações que mais lançaram candidatos a prefeito no Espírito Santo, o segundo colocado é o Partido Socialista Brasileiro (PSB). A sigla do governador Renato Casagrande, presidida no Estado por Alberto Gavini, pretende concorrer à prefeitura de 36 cidades (quase a metade).
Evidentemente, a influência pessoal do governador e o fato de o PSB governar o Espírito Santo ajudam a explicar essa capilaridade do partido, sobretudo pelo interior. O PSB não lançou nenhum candidato a prefeito na Grande Vitória.
Na sequência, vem um pelotão formado por quatro partidos. O PP tem 27 candidatos a prefeito. O Podemos, 26. O Republicanos lançou 24, assim como a Federação Brasil da Esperança (Fe Brasil), formada por PT, PCdoB e PV.
No Estado, o Podemos e o PP são presididos, respectivamente, pelos deputados federais Gilson Daniel e Josias da Vitória. Os dois são possíveis candidatos a governador em 2026. O PT também tenciona participar com protagonismo da próxima corrida ao Palácio Anchieta.
O pelotão seguinte vem bem atrás. É aberto pelo MDB, cujo presidente no Espírito Santo é o vice-governador Ricardo Ferraço. O partido tem 13 candidatos a prefeito. Ricardo também é cotado como possível candidato à sucessão de Casagrande.
O plano de Magno
Magno Malta tem um plano bem delineado e já exposto por ele à coluna. Movido pelo mantra, repetido ad nauseam por ele e seus seguidores, de que “2026 passa por 2024”, o senador pretende fazer com que o PL eleja o maior número possível de vereadores e, principalmente, prefeitos no Espírito Santo neste pleito.
Para isso, a estratégia é básica e se reflete em nosso levantamento: lançar o maior número possível de candidatos, no maior número possível de municípios.
A estratégia, porém, é arriscadíssima. A lógica pode conter furos. Exatamente por querer lançar um número descomunal de candidatos próprios, o PL está politicamente isolado na grande maioria dos municípios nos quais vai para a disputa.
Em outras palavras, a grande maioria dos candidatos a prefeito do PL vai à luta sem coligação, isto é, sem nenhum partido aliado, muitas vezes contra adversários que têm grandes coligações e estão na máquina municipal – o partido, hoje, só tem um prefeito no Estado: o de São Gabriel da Palha, Tiago Rocha, candidato à reeleição.
Esse altíssimo índice de isolamento também aparece em nosso levantamento.
Dos 50 candidatos a prefeito do PL, pelo menos 30 vêm completamente isolados, sem nenhum outro partido em seu palanque.
Quanto aos demais, com raríssimas exceções (Tiago Rocha é uma delas), coligação até existe, mas muito debilitada. Em quase todos os casos, os parceiros são partidos como o Agir e, em especial, o PRTB. Com todo o respeito, são partidos minúsculos, que muito pouco agregam à campanha.
Ademais, é preciso ponderar que não existe uma relação matemática, de proporcionalidade, do tipo “quanto mais candidatos eu tiver, mais candidatos vou eleger, por via de consequência”. As chances reais de êxito de cada candidato devem ser analisadas caso a caso, dependendo de uma série de fatores e variáveis que convergem para uma palavra: a competitividade de cada um. Essa “competitividade”, em geral, passa diretamente pela política de alianças: a quantidade de partidos e forças políticas locais que o apoiam. Isolado, ou quase isolado, fica muito mais difícil.
Considerando os dez municípios mais populosos do Espírito Santo (Serra, Vila Velha, Cariacica, Vitória, Cachoeiro, Linhares, Colatina, Guarapari, São Mateus e Aracruz), o PL, em nenhum deles, tem um candidato de quem possa se dizer que “larga como favorito”. E nenhum deles possui uma coligação que possa ser considerada forte.
No Espírito Santo, um total de 20 partidos ou federações têm pelo menos um candidato a prefeito no Espírito Santo. Abaixo, apresentamos o ranking completo das legendas que mais têm candidaturas, em ordem decrescente:
1º PL: 50
2º PSB: 36
3º PP: 27
4º Podemos: 26
5º Republicanos: 24
5º Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV): 24
7º MDB: 13
8º PSD: 11
9º União Brasil: 10
10º Federação PSDB/Cidadania: 9
10º PDT: 9
12º Federação PSol/Rede: 8
12º DC: 8
14º Agir: 6
15º Avante: 3
15º PMB: 3
15º PRD: 3
15º PRTB: 3
19º Novo: 2
20º Mobiliza: 1
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