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Coluna Vitor Vogas

Capitã Estéfane: “Serei candidata a prefeita de Vitória pelo Podemos”

Presidente estadual do partido, Gilson Daniel também confirma o lançamento da pré-candidatura da vice-prefeita ao cargo hoje ocupado por Pazolini

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Capitã Estéfane discursa na Prefeitura de Vitória. Crédito: reprodução Facebook

A vice-prefeita de Vitória, Capitã Estéfane, filiou-se na última sexta-feira (5) ao Podemos, partido de centro-direita, a convite do presidente estadual da sigla, o deputado federal Gilson Daniel. E se enganaram aqueles, entre os quais me incluo, que pensaram que ela entrava na legenda para ser candidata a vereadora. Ela mesma e seu novo partido têm planos eleitorais bem maiores. Na tarde desta terça-feira, a própria Capitã Estéfane confirmou à coluna: o Podemos vai lançá-la ao cargo de prefeita de Vitória.

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Publicada mais cedo pelo Tribuna Online, a informação também é confirmada por Gilson Daniel.

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Estéfane está com Gilson nesta terça-feira (9) em Brasília. Às 18 horas, eles se encontrarão com a deputada federal por São Paulo Renata Abreu, presidente nacional do Podemos. A dirigente vai endossar o lançamento da pré-candidatura.

Com assento no 1º escalão do Governo Estadual, o Podemos é um dos partidos que integram a coalizão política do governador Renato Casagrande (PSB) no Espírito Santo.

Estéfane da Silva Franca Ferreira tem 33 anos, é evangélica, negra, criada na Grande São Pedro e capitã da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES). Nas eleições municipais passadas, em 2020, completou a chapa puro-sangue do Republicanos em Vitória, ao lado do então deputado estadual Lorenzo Pazolini. Aquela eleição, a primeira disputada por Estéfane, marcou a entrada da oficial da PMES na política.

Se o “ato inaugural” foi feliz, o mandato de vice-prefeita foi acidentado desde 2021. Gradativamente, prefeito e vice-prefeita foram se distanciando até o rompimento político, no fim de 2022.

Estéfane saiu do Republicanos e, sem sucesso nas urnas, candidatou-se a deputada federal pelo Patriota naquele ano. Enquanto Pazolini vivia dias de tensão crescente com o governo Casagrande, ela se aproximou do Palácio Anchieta. No 2º turno da eleição estadual, enquanto Pazolini não declarou apoio a ninguém, ela se manifestou publicamente a favor da reeleição de Casagrande contra Manato (PL). Chegou a gravar um vídeo ao lado do governador e a subir em seu palanque, num comício em Vitória, ao lado de três ex-prefeitos: João Coser (PT), Luciano Rezende (Cidadania) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).

Capitã Estéfane declara apoio a Casagrande

O auge do atrito público de Estéfane com Pazolini se deu em novembro de 2022, logo depois da vitória eleitoral de Casagrande. Em solenidade da prefeitura para inauguração de um centro de vivência para idosos em Jardim Camburi, com os dois diante da plateia, o prefeito chegou a retirar o microfone da mão dela, impedida assim de discursar. A vice-prefeita saiu do evento chorando em um vídeo que ela mesma publicou em suas redes sociais.

Foi o transbordamento de um caldo que já vinha fervendo havia algum tempo. Na véspera, Estéfane concedera a esta coluna uma entrevista em que acusou Pazolini de praticar violência política de gênero contra ela. Segundo disse a vice-prefeita na ocasião, o prefeito a impediria de exercer o seu mandato como vice-prefeita e não lhe proveria com a mínima estrutura e um número mínimo de assessores para poder desempenhar sua atuação política na cidade.

Ato contínuo, o próprio Pazolini republicou em sua rede social um post que, basicamente, insinuava que Estéfane não poderia cobrar do prefeito espaço político na administração municipal após ter se mostrado politicamente desleal a ele.

Poucos dias depois, em novo evento público da Prefeitura de Vitória, para inauguração de novas instalações no Parque da Gruta da Onça, perante uma plateia formada majoritariamente por crianças, Estéfane assumiu a palavra (desta vez, com o microfone) e, diante de Pazolini, rebateu um a um os argumentos usados pela assessoria da prefeitura em uma nota oficial sobre o desentendimento entre os dois.

Desde então, prefeito e vice se distanciaram totalmente. Estéfane muito raramente é vista em solenidades da Prefeitura de Vitória. Agora, os dois poderão voltar a “se encontrar” e a ser vistos nos mesmos eventos, como debates eleitorais. Também estarão “juntos” nas mesmas urnas, se a candidatura de Estéfane for mantida.

Se ela for mesmo candidata, será a primeira vez que Vitória terá uma mulher autodeclarada preta postulando o cargo de prefeita da cidade. O tabu também poderá ser quebrado, no mesmo pleito, pela deputada estadual Camila Valadão (PSol), se a parlamentar também for candidata à Prefeitura da Capital.


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