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Coluna Vitor Vogas

OAB-ES: opositores de Rizk a um passo de aliança e união de chapas

A nove dias da eleição pela presidência da OAB-ES, dois candidatos de oposição estão muito perto de unir forças contra atual presidente. Saiba aqui qual é a estratégia e como ficará o desenho da “chapa unificada” resultante do acordo, em caso de confirmação

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Erica Neves e Neffa Junior podem unir forças pela direção da OAB-ES

Erica Neves e Neffa Junior podem unir forças pela direção da OAB-ES

A nove dias da eleição pela presidência da OAB-ES, marcada para o dia 22, dois candidatos de oposição estão muito perto de unir forças contra o atual presidente, José Carlos Rizk Filho. A advogada Erica Neves e o advogado José Antônio Neffa Júnior intensificaram negociações que vinham se desenrolando há algum tempo, ao longo do processo eleitoral, visando à construção de uma aliança política.

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Erica está à frente da Chapa 10, “A OAB que Você Quer”, enquanto Neffa encabeça a Chapa 11, “Transforma OAB!”. Os outros dois candidatos à presidência são Ben-Hur Farina, também opositor de Rizk (pela Chapa 3, “Muda OAB”), e o atual presidente (à frente da Chapa 1, “A Ordem É Evoluir”).

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A aliança está a um passo de ser consumada, segundo fontes dos dois lados diretamente envolvidas nessa articulação. Nos últimos dias, a aproximação esquentou muito e os dois grupos convergiram, em uma série de reuniões com a presença de Erica, Neffa e alguns poucos aliados de cada um.

Em estágio bem avançado, o acordo significa, na prática, uma “unificação política das duas chapas”, com Neffa recuando em favor de Erica. Ou seja, Neffa aceitará retirar sua candidatura à presidência, tornando-se automaticamente o principal apoiador de Erica, que manterá a própria candidatura.

Em compensação, como parte do acordo, parte da chapa de Neffa será “absorvida” pela de Erica, incluindo o próprio Neffa e sua candidata à vice-presidente da OAB-ES, a advogada Elisa Galante. Desse modo, para contemplar o grupo de Neffa, Erica se dispõe a ceder espaços em sua chapa para acomodar Neffa e Elisa. Membros da chapa de Erica serão substituídos pelos dois.

Além dos mais de 40 conselheiros estaduais, dos conselheiros federais da OAB-ES e dos membros da Caixa de Assistência aos Advogados do Espírito Santo (CAAES), cada chapa é composta por cinco candidatos à diretoria da seccional: presidente, vice-presidente, secretário-geral, secretário adjunto e tesoureiro.

Ainda não foi definido o espaço que caberá a Neffa no novo desenho da chapa de Erica. Mas é possível que ele seja “encaixado” como secretário-geral (alguém com muito poder operacional) ou tesoureiro (o poder de gerir as finanças de toda a seccional).

Todos aí são advogados, mas a engenharia política funcionará da seguinte forma:

Tecnicamente, a chapa de Neffa, inscrita em outubro, comunicará à Comissão Eleitoral a sua renúncia, desistindo do pleito. A de Erica, por sua vez, deverá registrar as alterações em sua composição. Segundo fontes envolvidas nas tratativas, o regramento da OAB-ES e do Conselho Federal, bem como o edital do processo, permitem que isso seja feito. O que não se pode fazer – e, de fato, não é o caso – é uma “fusão de chapas” ou inscrição de uma nova chapa após o prazo regulamentar para isso, expirado em outubro.

> Entrevista: “Vamos dar uma atenção maior à Grande Vitória”, promete José Carlos Rizk Filho

Por que Erica?

Em primeiro lugar, os dois grupos convergiram para essa união de forças por entenderem ser essa a melhor estratégia a fim de derrotar o atual presidente, José Carlos Rizk Filho, adversário em comum de ambos.

Os dois lados decidiram pela manutenção de Erica por concluírem, com base em pesquisas, que ela é a candidata de oposição mais competitiva, com mais chances de derrotar Rizk. Erica foi a principal oponente do atual presidente na eleição passada, em 2021.

A aposta, logicamente, é numa transferência direta, para Erica, dos votos que tendiam a ir para Neffa. É preciso aguardar para ver se isso se confirmará. Caso se confirme, os dois outros candidatos serão diretamente afetados.

Rizk terá de enfrentar uma adversária efetivamente mais forte, turbinada pelos eleitores de Neffa. Já Ben-Hur acabará prejudicado, de certo modo ficando isolado e vendo suas próprias chances reduzidas como alternativa a Rizk na oposição.

> O mapa da votação do Quinto na OAB-ES: candidatos mais votados em cada subseção


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