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Coluna Vitor Vogas

House of Cards ES: Marcelo Santos perde comando de mais um partido

Com isso, personagem que andava sumido volta à cena política inusitadamente no Espírito Santo. Ele foi vice de Manato na eleição ao governo em 2022

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Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Foto: Ales

No começo do ano, com uma rapidez impressionante, Marcelo Santos começou a erguer, na política partidária capixaba, um castelo de cartas cujo limite parecia ser o céu. Em janeiro, num intervalo muito curto, o presidente da Assembleia Legislativa assumiu, por intermédio de aliados, o controle de duas siglas de pequeno porte no Espírito Santo, articulando-se diretamente com os respectivos dirigentes nacionais.

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No Solidariedade, uma Comissão Estadual Provisória passou a ser presidida no Espírito Santo por Cleveland Fraga Venancio, o Clevinho, subdiretor de Segurança Legislativa da Assembleia e auxiliar direto de Marcelo. No Partido Renovação Democrática (PRD), uma Comissão Estadual Provisória foi colocada nas mãos de Joelma Costalonga, secretária da Casa dos Municípios da Assembleia e também colaboradora do presidente do Legislativo Estadual.

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Nos meses seguintes, sempre em ligação direta com caciques nacionais, Marcelo intensificou articulações visando não somente se filiar ao União Brasil como, de preferência, já chegar assumindo pessoalmente a presidência da sigla no Espírito Santo.

Detalhe importantíssimo: até então, Marcelo na verdade estava filiado a um quarto partido neste enredo, o Podemos.

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No começo de julho, poucos dias após conseguir do TRE-ES a autorização legal para trocar de sigla sem perder o mandato, Marcelo filiou-se de fato ao União Brasil, esta, sim, uma sigla de grande porte. De imediato, a parte do plano que passava por assumir a presidência estadual não deu certo, ou, pelo menos, teve de ser adiada. A cúpula nacional do União manteve o partido no Estado sob a presidência de Felipe Rigoni.

Daí em diante, o castelo de cartas montado por Marcelo começou a se desfazer. O primeiro desmoronamento veio no flanco do Solidariedade. Insatisfeita com a condução de Marcelo e com sua filiação ao União, Paulinho da Força e companhia tiraram o partido das mãos dele no Espírito Santo, destituindo Clevinho e a Comissão Provisória nomeada em janeiro. No seu lugar, nomearam um interventor no Espírito Santo, o secretário-geral do Solidariedade no país, Luiz Antônio Adriano da Silva.

Uma fonte graduada do Solidariedade confirmou à coluna, na ocasião, que o motivo da intervenção foi Marcelo: “Por querer cuidar de mutos partidos e não cuidar de nenhum”.

Agora, ruiu o lado do castelo onde estava o PRD. Também por decisão nacional, o presidente da Assembleia acaba de perder o controle da sigla no Estado.

O PRD é o partido resultante da fusão entre duas pequenas siglas de direita, o Patriota e o PTB, que não superaram a cláusula de barreira nas eleições para a Câmara dos Deputados em 2022.

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A direção nacional da legenda fez o mesmo que fez a do Solidariedade: desconstituiu aquele órgão estadual provisório criado em janeiro, sob a presidência de Joelma Costalonga, aliada de Marcelo.

Na página do TSE, esse órgão estadual agora consta como “inativado por decisão do partido”, desde a última quinta-feira (1º). Em seu lugar, ainda não consta nada.

A coluna apurou porém que, por decisão nacional, o PRD no Espírito Santo irá para as mãos de um personagem que, inusitadamente, volta à cena na política capixaba: o empresário Bruno Lourenço. Em 2022, como presidente estadual do PTB (uma das siglas que originaram o PRD), ele foi o candidato a vice-governador do ex-deputado federal Carlos Manato (PL), na chapa bolsonarista derrotada pelo governador Renato Casagrande (PSB).

Embora manifeste respeito e admiração por Marcelo, Bruno não se considera membro do seu grupo político (e não é mesmo):

“Sou neutro nisso. O que tenho pelo presidente da Assembleia é respeito e admiração. Acredito que os projetos dele são enormes… ele pode ser deputado federal, senador ou até governador, tamanha influência e conhecimento político. Acho que por isso ele buscou o União Brasil. Na política devemos conversar sempre… e, sempre que ele quiser, irei conversar e quem sabe me tornar um aliado”.


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