Coluna Vitor Vogas
Marcelo Santos perde comando de partido no Espírito Santo
Executiva Nacional do Solidariedade, presidida por Paulinho da Força, destituiu a Comissão Estadual Provisória nomeada em janeiro e ligada a Marcelo
O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União Brasil), perdeu nesta quinta-feira (18) um dos dois partidos que estavam sob sua direção indireta no Espírito Santo. A Executiva Nacional do Solidariedade, presidida interinamente pelo deputado federal Paulinho da Força, destituiu a Comissão Estadual Provisória nomeada em janeiro e politicamente subordinada a Marcelo.
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No lugar dela, será nomeado um interventor no Espírito Santo até o fim do processo eleitoral. O interventor será o secretário-geral do Solidariedade no país, Luiz Antônio Adriano da Silva, mais conhecido como Luizão. O próprio confirma a decisão.
Até meados de janeiro, o Solidariedade era comandado no Espírito Santo por Douglas Pinheiro. No dia 31 de janeiro, Douglas foi derrubado. Como resultado de articulações de Marcelo, a direção nacional institui uma Comissão Estadual Provisória presidida por Cleveland Fraga Venancio, o Clevinho. Ocupando o cargo comissionado de subdiretor de Segurança Legislativa da Assembleia, Clevinho é politicamente ligado a Marcelo, assim como os outros membros desse órgão provisório, todos escolhidos a dedo pelo presidente da Assembleia.
Na mesma toada, em movimento com idêntico formato, Marcelo assumiu indiretamente o comando de outra legenda no Espírito Santo: o Partido Renovação Democrática (PRD), resultante da fusão do Patriota com o PTB, passou a ter um órgão estadual provisório presidido por outra aliada do presidente da Ales: a secretária da Casa dos Municípios, Joelma Costalonga.
Em 24 de junho, Marcelo recebeu do TRE-ES a autorização para sair do Podemos e trocar de partido sem perder o mandato parlamentar. No dia 3 de julho, ele anunciou sua filiação a um quarto partido nesta história: o União Brasil. Embora a presidência estadual do União tenha permanecido com Felipe Rigoni, Marcelo chegou ao partido, sabidamente, com a intenção de assumir a direção da sigla no Espírito Santo.
Insatisfeita com a condução de Marcelo, a direção nacional do Solidariedade decidiu retirar o partido de sua alçada em solo capixaba. Na cúpula nacional, Paulinho da Força e companhia não gostaram nem um pouco do fato de Marcelo ter se filiado ao União Brasil e de querer influir nos rumos de mais de um partido ao mesmo tempo. Foi ele, sem dúvida alguma, o grande motivador da decisão.
No site do TSE, o órgão provisório constituído em janeiro já consta como “inativo”. O futuro interventor, Luizão, contará com a colaboração informal do antigo presidente estadual, Douglas Pinheiro.
O próprio Douglas não voltará para o Solidariedade por um motivo simples: assessor comissionado no gabinete do prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos) até o começo deste mês, ele se filiou ao MDB e será candidato a vereador de Vila Velha.
Segundo Douglas, a intervenção nacional no Espírito Santo, às vésperas do início do período de convenções partidárias, pode levar o Solidariedade a mudar seu posicionamento na eleição para a prefeitura municipal em algumas cidades capixabas, tanto no interior como na Grande Vitória.
Um exemplo é a Serra, onde, sob a influência de Marcelo, o partido estava tendente a apoiar Pablo Muribeca (Republicanos). Agora, segundo Douglas, o Solidariedade pode ficar com Weverson Meireles (PDT), candidato do prefeito Sergio Vidigal (PDT).
Em Nova Venécia, sob Marcelo, o Solidariedade estava fechado com Barrigueira Lubiana (PSB). Agora, pode passar a apoiar o atual prefeito, André Fagundes (Podemos).
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