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Coluna Vitor Vogas

Pazolini pode ser candidato a governador em 2026? Ele responde

Resposta do prefeito de Vitória para esta questão crucial no pleito municipal alimenta ainda mais uma especulação que já é forte no meio político capixaba

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Pazolini ao lado de Erick Musso na convenção do Republicanos em Vitória. Crédito: Max Fonseca

Pazolini ao lado de Erick Musso na convenção do Republicanos em Vitória. Crédito: Max Fonseca

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, foi lançado oficialmente à reeleição nesta sexta-feira (2), na convenção municipal do seu partido, o Republicanos, atípica tanto por conta do horário (ao meio-dia, em plena sexta) como também do local (no apertado escritório que é a sede do partido no Estado, na Enseada do Suá). Após a confecção da ata, um pequeno discurso e uma sessão de fotos com os apoiadores que se espremeram na também pequena sala comercial, o prefeito deu, enfim, a sua primeira entrevista à imprensa falando na condição de candidato à reeleição.

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Na entrevista, fizemos a Pazolini uma pergunta fundamental, a mesma que fizemos há duas semanas a Arnaldinho Borgo (Podemos), que seguramente será feita a Euclério Sampaio (MDB) e que esses três candidatos à reeleição na certa terão de responder bastante no decorrer das respectivas campanhas: se conseguir renovar o mandato, sobretudo se for reeleito com uma votação consagradora e sair do pleito municipal com o capital político turbinado, o prefeito por acaso admite que pode interromper ao meio seu segundo mandato, renunciando em 2026 para disputar o cargo de governador ou algum outro mandato eletivo?

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No ecossistema político capixaba, é grande a especulação de que Pazolini poderá fazer isso, tentando chegar ao Palácio Anchieta já em 2026, no vácuo de poder deixado pelo fim da Era Casagrande. E há quem acredite até que ele possa concorrer ao Senado. Daí a nossa pergunta. Interpelado sobre a possibilidade, Pazolini deu uma resposta interessantíssima, na medida em que alimenta ainda mais a mencionada especulação: o prefeito de Vitória não refuta de pronto essa hipótese. Para bom entendedor, prefere não descartá-la (quiçá para não correr o risco de depois passar por “mentiroso”):

“Eu me filiei [ao PRP, em 2020] no finalzinho do prazo para ser candidato a deputado estadual e fui o segundo deputado estadual mais votado deste Estado, com muita honra e uma campanha com duas pessoas, feito que está na memória de muita gente. Fui candidato a prefeito [em 2022] saindo de 3%. Nós não temos sequer domínio sobre o amanhã. Nós não sabemos o que vai acontecer amanhã. Então estamos focados hoje em preparar a nossa campanha, registrar a ata necessária e todas as formalidades legais, para de fato apresentar à cidade um plano de governo robusto, com melhorias. Esse é o nosso foco. É muito difícil planejar o futuro sob tantas incertezas.”

Estamos usando adjetivos como “fundamental” ou “crucial” para definir a questão apresentada não apenas porque se trata de uma possível interrupção de mandato do prefeito eventualmente reeleito (algo que pode ser pesado na balança de alguns eleitores na definição de voto), mas também porque a simples possibilidade de Pazolini não completar um segundo mandato eleva enormemente a importância de outra questão bem mais imediata: quem será o candidato/a a vice-prefeito/a de Pazolini?

> Arnaldinho escolhe vice e reforça parceria com Casagrande

O companheiro ou companheira de chapa escolhido por ele, se eleito ao seu lado em outubro, já chegará ao cargo, em 1º de janeiro de 2025, com a expectativa de poder efetivamente ser alçado ao cargo de prefeito de Vitória antes mesmo da metade do mandato, caso Pazolini realmente procure galgar a uma posição maior na próxima eleição estadual. Se o prefeito quiser fazer isso, precisará renunciar ao segundo mandato na Capital até abril de 2026.

Na entrevista após a convenção, Pazolini confirmou que sua escolha para o lugar de vice ficará entre os quatro nomes já apresentados por dois de seus principais partidos aliados e já listados aqui: pelo Novo, Aridelmo Teixeira; pelo Progressistas (PP), Cris Samorini, Leandro Piquet ou Marcos Delmaestro. Todos marcaram presença na convenção do Republicanos em Vitória nesta sexta, assim como o presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar, e o do PP, o deputado federal Josias da Vitória.

Pazolini explicou que, na ata oficial da convenção, além da aprovação da sua candidatura a prefeito e da homologação dos candidatos a vereador do Republicanos (o partido tem chapa completa em Vitória, com 22 postulantes), foram delegados poderes à direção municipal da legenda para decidir sobre alianças com outras siglas e escolher o candidato a vice-prefeito que completará a chapa.

Oficialmente, a escolha caberá à Executiva Municipal do Republicanos, presidida por Leandro Borges. Na prática, ficará a cargo do presidente estadual do partido, o ex-deputado estadual Erick Musso, a quem Pazolini delega a construção da sua política de alianças.

Arnaldinho refutou de imediato

Ao contrário de Pazolini, quando confrontado com o mesmo questionamento, no dia 20 de julho, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, negou de plano e de maneira categórica que tenha qualquer intenção de ser candidato a governador (ou a qualquer outro mandato eletivo) em 2026: “Isso está fora de questão. Não serei candidato em 2026”.

Arnaldinho garantiu que, se reeleito, completará o segundo mandato, em dezembro de 2028. Disse, ainda, que estará em algum projeto (na certa, o de Renato Casagrande) e trabalhará para ajudar a eleger algum candidato a governador, para evitar que o Espírito Santo “caia em mãos erradas”.

A declaração do prefeito de Vila Velha está registrada para a posteridade. Caso ele se reeleja e decida mudar de ideia (o que não é tão incomum em se tratando de política), precisará desmentir a si mesmo, descumprindo a própria palavra. Possível sempre é, mas, se Arnaldinho o fizer, colocará em descrédito suas próprias palavras.


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