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Coluna Vitor Vogas

Gilson Daniel garante apoio a governo Casagrande… mas deixa 2026 em aberto

Em entrevista à coluna, presidente do Podemos no ES fala sobre a próxima eleição estadual, Ricardo Ferraço, Pazolini, Arnaldinho, seus planos e mais

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Gilson Daniel é deputado federal e presidente do Podemos no ES

Gilson Daniel é deputado federal e presidente do Podemos no ES

O presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel, garante que o partido seguirá apoiando o atual governo de Renato Casagrande (PSB), mesmo sem nenhum representante no secretariado – ele mesmo decidiu não indicar ninguém. A secretária de Governo, Emanuela Pedroso, é filiada ao Podemos, mas não tem mais relação com o partido, e espera-se que seja candidata a deputada federal pelo PSB.

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Isso com relação ao atual governo. Quanto a 2026, a conversa é diferente.

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Criticando muito a ansiedade dos agentes políticos e a antecipação da próxima eleição estadual, o deputado federal não dá, neste ponto do percurso, garantias de que o Podemos estará necessariamente na coligação majoritária liderada por Casagrande.

O atual governador poderá ser candidato a senador, como é o seu projeto prioritário. A questão é quem será o candidato a governador representando esse movimento. Gilson afirma que, se o candidato for o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), isso favorecerá uma composição com o Podemos. Mais ainda se for Arnaldinho Borgo (pressupondo, é claro, que o prefeito de Vila Velha permaneça no Podemos).

No entanto, o deputado prefere não assumir compromisso de apoio ou aliança eleitoral neste momento e afirma que manterá o diálogo com todo mundo até abril de 2026 – marco imposto pelo calendário eleitoral para a tomada de uma série de decisões fundamentais para a definição do tabuleiro eleitoral: Casagrande renunciará para ser candidato a senador? Arnaldinho renunciará para se candidatar a governador? E o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), fará o mesmo para participar do pleito?

Ao elencar os possíveis candidatos a governador pelo seu grupo, Casagrande e Ricardo Ferraço têm incluído o próprio Gilson. O deputado considera um gesto importante, que prova a vontade de ambos de manter a aliança com ele e com o Podemos. Mas afirma: a princípio, é candidato à reeleição na Câmara Federal.

Eis a entrevista:

O senhor declarou que o Podemos, mesmo sem cargo no secretariado, vai continuar apoiando o atual, vou frisar, atual governo Casagrande. E para 2026, deputado, o senhor já definiu isso? Pode nos dar aqui, agora, uma garantia de que o Podemos estará no projeto eleitoral majoritário liderado pelo governador Casagrande?

Essa discussão será feita na Executiva do partido. Nós somos dois nomes, Arnaldinho e eu, na lista dos potenciais candidatos, mas nós temos uma relação muito bacana, de amizade, principalmente minha, com o vice-governador Ricardo Ferraço. Eu tenho uma relação muito boa, tenho conversado muito com ele. Esse movimento está muito distante ainda, por mais que tenha muita movimentação política agora, mas essa movimentação política não chegou na sociedade. A população que pega um ônibus para ir trabalhar todo dia não sabe nem que tem eleição no ano que vem. Então, a gente tem que ter os pés no chão. Eu acho que, no momento, temos que estar preocupados com a entrega das políticas públicas, mas é claro que tem uma ansiedade grande com relação às eleições… Mas essa ansiedade não está no Podemos. Essa ansiedade pode estar em um monte de partidas. Não no Podemos. O que eu estou preocupado hoje é com a população, com o meu mandato, com a entrega, com aquilo que eu tenho que exercer de mandato. Para mim, faltam quase dois anos para a eleição.

E o senhor? Qual é o seu projeto eleitoral, a priori?

Coordenar o movimento político do Podemos para 2026.

Mas me refiro à sua candidatura. Qual é a candidatura prioritária?

Naturalmente, sou candidato à reeleição.

E o senhor enxerga alguma possibilidade de vir a disputar alguma candidatura majoritária (Senado ou governo)?

É por isso que estou falando da ansiedade. Acho que tem muita coisa para acontecer até a eleição. É preciso ouvir a sociedade capixaba para saber o que ela quer a partir do próximo governo. Nós temos 24 anos de dois bons governadores governando o Espírito Santo. Fizeram uma contribuição gigantesca para o Espírito Santo. Mas é o momento também em que a sociedade vai poder ter a oportunidade de escolher um novo para o Espírito Santo. É uma oportunidade. É claro que isso vai ser discutido no momento certo, que não é agora. Agora a maior movimentação é no meio político.

Mas, deputado, o senhor acha possível que o Podemos esteja, no ano que vem, em outro palanque majoritário estadual que não o de Renato Casagrande?

Temos que entender qual vai ser o palanque do governador e qual vai ser o palanque adversário do dele. Entendeu?

O senhor não descarta o Podemos, eventualmente, em um palanque adversário?

A gente tem uma definição hoje de uma candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço, que nos agrada muito. Tenho uma relação muito boa com ele. Mas ao mesmo tempo a gente vê que tem outros movimentos nesse grupo político liderado pelo governador. Então a gente tem que esperar o momento certo para poder definir. Mas o Podemos tem relação com a classe política toda do Estado. Eu sou um deputado que tem relação com ambos os lados, quem se coloca lá e cá. Mas acho que está muito cedo.

Mas o senhor acabou de dizer que o nome de Ricardo lhe agrada. Se for mesmo ele o candidato desse grupo, se ele se viabilizar, principalmente se assumir o governo em abril de 2026 etc., isso favorece a presença do Podemos nesse movimento?

Favorece. Por que não? Nós temos uma relação boa com ele. É claro que isso é uma discussão. Não é uma decisão do Gilson Daniel. Eu tenho que ouvir. Nós temos, por exemplo, um prefeito que tem feito um grande mandato e está se colocando também. Pode ser o candidato também.

O senhor está falando agora do Arnaldinho?

Do Arnaldinho, que tem se colocado. Até então, ele é filiado ao Podemos. Então pode ser. Mas nós temos uma relação muito boa com o Ricardo. Eu tenho conversado com o Ricardo diretamente.

Se for o Ricardo, isso o anima. Se for o Arnaldinho, também?

Claro! Mais ainda, pois é do Podemos.

Logo depois da última eleição municipal, o senhor se reuniu com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, cotado no mercado político como potencial candidato a governador em oposição a esse grupo do governador. Em janeiro, o senhor esteve com o presidente dos Republicanos, Erick Musso. Como o senhor explica esse movimento? É uma aproximação política também com esse grupo?

Eu estive com o Pazolini para discutir outros assuntos. É claro que, se eu me sentar na mesa com um da política, eu vou conversar sobre política. Mas o meu assunto com o Pazolini não teve relação com questão político-eleitoral. Até porque, pelo menos lá, ele não tratou desse assunto. O Pazolini é meu amigo desde antes de ele ser deputado estadual. Ainda era delegado. Os dois são muito meus amigos. O Erick, quando foi deputado, quando foi presidente da Assembleia, me ajudou muito. Ele é um cara que eu nunca deixei de lidar com ele, independentemente dessas questões políticas. Não na política municipal, é claro, porque eu me afastei um pouco de Vitória, porque tenho uma aliança e uma relação com o Renato [Casagrande] muito forte. Então me afastei, não participei da política de Vitória, até porque o Podemos não foi com ninguém na eleição de Vitória. Agora, o Republicanos me ajudou muito nas últimas eleições municipais.

Vocês se coligaram em muitos municípios.

O Republicanos foi um dos partidos que mais me ajudou na eleição municipal. O Podemos fez 11 prefeitos, 12 vice-prefeitos, 125 vereadores. O Republicanos foi um partido que foi muito parceiro nosso.

E vocês podem reeditar essa parceria na próxima eleição estadual? Para eu ser mais direto na pergunta, o Podemos pode vir a caminhar com uma eventual candidatura de Pazolini com o Republicanos, dependendo do desenho lá do outro grupo liderado pelo Casagrande?

Eu vou te dar a mesma resposta. Tem muita coisa que vai acontecer até lá. Tem alguns nomes que o Renato tem falado. Ele falou que o Ricardo é o prioritário, mas tem o Sérgio Vidigal, o Euclério, Sampaio, o Arnaldinho Borgo, o Da Vitória… e o Gilson Daniel. Então, o Renato tem falado que o Ricardo precisa se viabilizar, e ele está trabalhando muito para isso. Há um esforço grande.

Como o senhor recebeu essas declarações tanto de Ricardo, primeiramente, como de Casagrande, depois, incluindo o senhor nesse rol de possíveis candidatos a governador pelo grupo?

É um gesto. É um gesto que eles fizeram comigo e com o Da Vitória. Eu tinha feito anteriormente um movimento de aproximação. É um gesto. E isso conta muito. A gente trabalha. A gente é líder político, líder partidário. A gente trabalhou muito, entregou muito na última eleição.

Arnaldinho Borgo acabou de receber um convite público do Euclério Sampaio, futuro presidente estadual do União Brasil, para se filiar a esse “novo União”. O senhor está preparado para perder Arnaldinho ou vai trabalhar para mantê-lo no Podemos?

Ter uma liderança como Arnaldinho no Podemos é muito importante para nós, tanto o Podemos estadual como o Podemos nacional. Arnaldinho tem uma relação muito forte com a presidente nacional do nosso partido [a deputada federal Renata Abreu]. Em toda a minha trajetória política, em todos os momentos, eu sempre vejo o seguinte: quando vai chegar o período eleitoral, começa muita conversa que fulano não vai assumir, fulano vai sair. O Arnaldinho “está saindo do Podemos” desde que ele ganhou para prefeito em 2020. E o Podemos é um partido que dá todas as condições para ele. O deputado Victor Linhalis [ex-vice-prefeito de Arnaldinho], de Vila Velha, também tem uma relação forte com a direção nacional. Não tem motivo para sair do Podemos. Podemos dar as condições que ele quiser. O Victor está na Mesa Diretora da Câmara, como o terceiro suplente, por dois anos.