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Coluna Vitor Vogas

Gilson Daniel: “O Podemos não estará no secretariado de Casagrande”

Presidente estadual do Podemos encerra a discussão sobre a presença do partido no 1º escalão do governo e explica a decisão de não indicar ninguém

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Gilson Daniel é deputado federal e presidente do Podemos no ES

Gilson Daniel é deputado federal e presidente do Podemos no ES

Presidente do Podemos no Espírito Santo, o deputado federal Gilson Daniel põe uma pedra na discussão sobre a eventual participação do partido no governo Casagrande. O deputado afirma, categoricamente, que decidiu não indicar nenhum quadro partidário para compor o secretariado.

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Gilson confirma que ele e Casagrande chegaram a encetar conversas sobre o ingresso do Podemos no primeiro escalão, porém as tratativas esbarraram em um primeiro fator. Como o próprio Gilson não poderia retornar ao secretariado, o governador lhe pediu para indicar outro nome. Ele, porém, preferiu não fazer isso (abaixo ele explica por quê).

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Segundo o deputado e dirigente, a ausência do Podemos no alto escalão não muda em nada o apoio que o partido segue franqueando ao atual governo Casagrande. “Neste momento, optamos por não participar do governo com cargos. Mas seguiremos alinhados ao movimento político do governador”.

O próprio Gilson foi secretário de Governo e secretário de Planejamento, entre 2021 e 2022, no segundo governo Casagrande.

Leia nossa entrevista com ele:

Como presidente estadual do Podemos, como o senhor avalia o espaço e a representação do partido no atual governo Casagrande, neste momento?

O Podemos esteve representado pelo Coronel Ramalho, como secretário de Segurança. Quando o governador se elegeu para o atual governo, no fim de 2022, ele convidou o Podemos para participar do secretariado. Ramalho era nosso suplente na Câmara dos Deputados e nos representou até fevereiro do ano passado. Depois disso, mantivemos relação com o governo e temos relação com o governo, mas sem secretário de Estado. Então hoje o Podemos não tem representação no governo. Isso não quer dizer que não sejamos aliados do governo, até pela relação pessoal que tenho com o governador.

Então hoje, apesar de o Podemos não ter secretário de Estado, indicado pelo senhor e pelo partido, o senhor considera que o Podemos ainda faz parte do governo Casagrande?

Posso te dizer o seguinte: nós somos aliados do governador e sempre fomos, com ou sem espaço. Na verdade, nossa intenção sempre foi entregar política pública. Nosso interesse não está na questão de composição. Não estamos preocupados com emprego e cargo público. Todas as vezes em que estivemos no governo, foi para entregar política pública. Foi assim no meu período, foi assim no período do Ramalho, que fez um grande trabalho na Segurança Pública. Achamos que o governo está andando, está fazendo muitas entregas no Estado. Tem uma boa relação conosco, tanto é que o Podemos é o único partido que tem dois nomes indicados pelo governador como possíveis candidatos majoritários ao Governo do Estado…

O senhor e Arnaldinho Borgo…

Sim. Ele tem falado do nome prioritário do Ricardo Ferraço, de Vidigal, Euclério, Arnaldinho, Da Vitória e eu. Então o governador tem feito um gesto nesse sentido. Mas neste momento optamos por não participar do governo com cargos. Mas seguiremos alinhados ao movimento político do governador. Ele tem apoiado os prefeitos do partido. Todos os prefeitos do Podemos têm uma ligação forte com ele. Então temos um alinhamento com o governo.

Então, neste momento de minirreforma do secretariado, o Podemos não ocupará nenhuma secretaria?

Nossa opção é a de não compor o governo. É uma opção do partido.

Dito isso, mesmo não estando em nenhuma secretaria, o partido continuará apoiando o governo Casagrande?

Sim. Temos uma aliança com o governador. Nossos deputados estaduais na Assembleia apoiam o governo. Eu, no Congresso Nacional, tenho tocado muitas pautas ajudando o governo, nas questões que envolvem o Espírito Santo. Nossos prefeitos todos têm uma aliança, até porque o governo tem ajudado muito, vide Viana e Vila Velha. Nossa intenção é sempre entregar políticas públicas. Não estou na política por cargos nem por questões pessoais.

Então essa questão está superada?

Está superada.

Por que essa decisão de não participar do secretariado? Nas últimas semanas, fontes do governo Casagrande davam a seguinte informação: “Sim, o Podemos quer estar no primeiro escalão, e nós queremos que o Podemos esteja, com representante, mas está havendo um impasse”. O senhor confirma que chegou a haver uma conversa e uma negociação nesse sentido?

Existiu, sim. Temos algumas questões que já foram postas na imprensa, sobre a possibilidade de eu ou o Victor Linhalis tirar uma licença do mandato e assumir uma secretaria.

Essa possibilidade de fato chegou a ser discutida entre o senhor e o governador?

Sim. Mas nós temos um impasse que é a questão do suplente do Podemos na Câmara Federal, que é o Ramalho. No ano passado, ao disputar a eleição à Prefeitura de Vila Velha, ele fez um movimento muito forte contra o governo e contra o Arnaldinho, que é um aliado do governo e é do Podemos. Então isso realmente inviabilizou esse movimento.

Nesse caso, o governador pediu ao senhor para indicar outro nome do partido…

Sim… Mas, como eu disse, o Podemos não está só atrás de cargos.

Para encerrar esse tópico, o senhor chegou a avaliar a possibilidade de voltar a compor a equipe de governo?

Não, porque havia esse impasse que mencionei, que travava qualquer possibilidade. Não dava nem para eu avaliar essa possibilidade.

Mas, se não fosse por esse entrave, por conta do fator Ramalho, o senhor pessoalmente queria voltar a ser secretário de Estado?

Olha só, eu sou Executivo. Trabalho muito. Se você olhar o trabalho que tenho feito em Brasília, é o maior de todos os deputados capixabas. A gente se dedica muito àquilo que a gente pega para fazer. E eu gosto do Executivo. A minha vida na política é para entregar. Eu sou um executor, sou um gestor. Eu vibro com isso. Estou fazendo isso em Linhares com Lucas [Sacaramussa], estou fazendo isso em São Mateus com o Marcus [da Cozevip], estou fazendo isso em Viana com o Wanderson [Bueno]. Então é claro que me agrada uma possibilidade de entregar políticas públicas. Mas não existia essa possibilidade de eu voltar para o secretaria, por causa daquela questão.

E, daqui para a frente, vocês vão continuar colaborando com o governo da mesma maneira, independentemente de espaço?

A gente gosta realmente de fazer política pública. O espaço é para garantir a entrega da política pública. Não é só um cargo para dizer que o partido está participando de uma composição político-partidária dentro do governo. Só pelo cargo, isso não nos interessa.