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Coluna Vitor Vogas

Dia decisivo para Arnaldinho (e não só para ele) em Brasília

Prefeito de Vila Velha irá ao encontro da presidente nacional do Podemos com o espírito de “ou vai ou racha”. Deve voltar com uma decisão tomada

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Da esquerda para a direita: Victor Linhalis, Renata Abreu e Arnaldinho Borgo. Foto: reprodução Instagram

Da esquerda para a direita: Victor Linhalis, Renata Abreu e Arnaldinho Borgo. Foto: reprodução Instagram

Publicamente eles negam, mas não é segredo para ninguém, há muito tempo, o relacionamento ruim entre o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, e o deputado federal Gilson Daniel. Este é o presidente estadual do Podemos, que também é o partido de Arnaldinho. Os dois interromperam o diálogo antes das últimas eleições municipais.

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Nesta quarta-feira (19), o prefeito de Vila Velha viaja para Brasília. Quer ter uma audiência decisiva com Renata Abreu, deputada federal por São Paulo e presidente nacional do Podemos. Arnaldinho vai ao encontro da dirigente com o espírito de “ou vai ou racha”. No encontro, pretende pedir a Renata a retirada de Gilson Daniel do comando do Podemos no Espírito Santo, por incompatibilidade.

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O prefeito gostaria que o cargo de presidente estadual fosse passado para o outro deputado federal do Podemos no Espírito Santo: Victor Linhalis, que foi eleito seu vice-prefeito em 2020 e chegou à Câmara, em 2022, com votação concentrada em Vila Velha, como “o candidato do Arnaldinho”. Mas essa nem é uma condição indispensável. O que ele quer, de verdade, é que Gilson Daniel não siga à frente do partido no Estado.

Por que “ou vai ou racha”? Aí é que está. Se Arnaldinho for atendido por Renata Abreu em seu pleito, ele continuará no Podemos, partido pelo qual se elegeu e se reelegeu prefeito de Vila Velha. Se tiver o pedido negado, o encontro será uma despedida: ele está determinado a migrar para outra sigla. A mudança pode não ser imediata, mas a decisão já está tomada. Arnaldinho não quer mais permanecer num partido comandado por Gilson Daniel.

Nesse caso, para onde ele iria? O destino mais provável, segundo a minha apuração, é o Progressistas (PP). Victor Linhalis tenderia a ir junto. Os dois têm mantido ótimo diálogo com o presidente estadual do partido, o deputado federal Josias da Vitória.

Arnaldinho também tem convite de Euclério Sampaio para se filiar ao União Brasil. Euclério é apontado como futuro presidente do União no Espírito Santo, no lugar de Felipe Rigoni. Hoje, contudo, o prefeito de Vila Velha está muito mais próximo do PP.

De todo modo, PP e União podem estar a caminho de constituir uma “superfederação”. Na noite de terça-feira (18), reunidos em Brasília, dirigentes do PP deram aval ao presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), para ele prosseguir as tratativas “no sentido de consolidar a federação [com o União]”, conforme publicou o próprio Ciro em sua conta no X.

A consolidação do acordo agora depende do União Brasil.

Em conclusão, a resposta de Renata Abreu para Arnaldinho e a definição que este tomará a partir da resposta terão reflexos não só no destino do próprio prefeito, mas também nos de Gilson Daniel, Victor Linhalis e outros agentes políticos capixabas.

Não me parece exagero dizer que, dependendo do resultado da viagem, a ida de Arnaldinho a Brasília pode chacoalhar o tabuleiro político, partidário e eleitoral do Espírito Santo nos próximos meses.

Só um tempero adicional…

Sob a direção de Arnaldinho – diretamente ou por intermédio de Victor Linhalis –, o Podemos seguramente rumará, em voo estável, com o governador Renato Casagrande (PSB) nas eleições gerais de 2026. O Palácio Anchieta terá uma segurança bem maior de que o partido de médio porte no Brasil (e grande porte no ES) ficará no palanque eleitoral capitaneado pelo governador.

Sob Gilson Daniel, no momento, não há essa segurança plena no Palácio Anchieta. O próprio Gilson não dá certeza quanto a isso. E se aproxima, ainda que discretamente, do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).