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Coluna Vitor Vogas

Cordel Político: a Corrida de Arnaldinho para ser Candidato a Governador

Mas não havia muito tempo a pensar! / Dali foi de bike para a Prainha. / Um passo de funk pôs-se a dançar / (molejão que não se sabia que ele tinha). / Noutro palco, do Jesus Vida Verão, / bateu um tambor, e o som não saiu torto. / E, enquanto o aclamava a multidão, / a ideia lhe voltou, e um desconforto…

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Casagrande e Arnaldinho correndo juntos

Casagrande e Arnaldinho correndo juntos

Arnaldinho acordou às cinco horas,
viu o “Sextou, não sextarei” do Casagrande,
deu um beijo na esposa e foi-se embora
rumo à primeira parada, num stand.
Antes do café, já tinha disparado
com pistolas e testado um fuzil.
Se sentindo ainda mais revigorado,
deu um gole n’energético e partiu.

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Tomou seu café, então, com uns pedreiros
que estão fazendo uma nova obra,
deu aquela inspecionada no canteiro,
postou tudo e se mandou (tempo não sobra).
Vestiu logo a sua roupa de corrida,
correu do Moreno às ondas do Barrão
e, enquanto fazia o trecho de ida,
começou a assaltá-lo inquietação…

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Mas não havia muito tempo a pensar!
Dali foi de bike para a Prainha.
Um passo de funk pôs-se a dançar
(molejão que não se sabia que ele tinha).
Noutro palco, do Jesus Vida Verão,
bateu um tambor, e o som não saiu torto.
E, enquanto o aclamava a multidão,
a ideia lhe voltou, e um desconforto…

Mas, enquanto tentava raciocinar,
que se deslocar dali ele já tinha:
uma ordem de serviço a assinar
(no caminho, inaugurou duas pracinhas)…
Até a sede do governo foi a nado,
pôs o terno e no gabinete achou-se,
mas nem meia hora ali ficou parado:
após cinco ou seis despachos, despachou-se.

Lá se foi a inaugurar campo society
e (deixado ou não deixado) marcou gol,
ganhou muitos likes em um post light,
mas o denso pensamento lhe voltou.
Porém ele não sabia traduzir,
não reconhecia o foco da angústia.
Fez mais cinco posts pra descomprimir,
subiu ao Convento, orou, papou hóstia…

Ao descer, olhou o relógio: sete e trinta!
E pensou: “Já sei! Vou lá para o Palácio!
O Renato, com certeza, meu cupincha,
poderá me dar um bom conselho, sábio!”
E correndo, então, mandou-se do Convento,
com passadas largas, cruzou a Terceira
Ponte e afinal chegou ao Centro
de Vitória e, a pé, subiu a ladeira.

Eis que lá na Praça (“Esta não fui eu!”)
João Clímaco, onde o Palácio fica,
Arnaldinho uma surpresa recebeu,
ao ver fila que dobrava a esquina.
Muita gente conhecida e lá na frente…
olha o Ricardo Ferraço, sim, senhor!
Foi então que ele sacou, finalmente:
“Mas é isso!!! Quero é ser governador!”

— Dá licença aí, Ricardo, meu “amigo”!
— Baixa a bola, Arnaldo Filho! Furar fila?!?
— Calma aí que o meu papo n’é contigo.
Quero falar com o ômi lá em cima!
Da janela, nesse instante, Casagrande
espichou-se e mandou ele subir:
— Venha logo, Arnaldinho! Suba! Ande!
Um projeto claro quero lhe abrir!

Lá no gabinete, após ritos de praxe,
Casagrande foi logo lhe abrindo o jogo:
— Você pode se mover bem à vontade!
Mas, pra mim, será meu Plano B, de “Borgo”…
Como, bem há pouco, você viu lá embaixo,
essa fila, para mim, tem preferência.
Em abril do ano que vem, eu me despacho,
e o Ricardo assume aqui a “presidência”.

Prosseguiu Casão, diante do prefeito:
— Tua movimentação, pra mim, é importante!
Posso lançar mão de ti, se não der jeito.
Mas à fila é preciso, doravante,
respeitar! É necessário ter respeito!
O Ricardo assumirá minha função
em abril! E então terá todo o direito
de buscar, com meu apoio, a reeleição.

Arnaldinho ouviu tudo e, no regresso,
nadando até o Cais de Capuaba,
em sua mente ficou tudo muito certo:
“Eu vou governar o povo capixaba!!!
Ele disse que eu posso me mover…
Ora essa! Então, já vou me articular!
Qual é o primeiro passo? Deix’eu ver…
Claro! Um partido devo controlar!”

O prefeito, então, tentou ter o Podemos,
o partido onde ele se encontrava,
porém onde com o presidente, há tempos,
uma bela treta já desenrolava.
Não deu certo, pois com Gilson Daniel
foi mantido o comando estadual.
A esperança ali foi pro beleléu.
Ele então agradeceu e disse tchau.

Sem partido, então, Arnaldo foi pra pista
e um crush apareceu: PSD
Com Kassab, o seu cacique paulista,
o prefeito, com Dr. Victor, foi ter.
O problema 1: de lá voltou dizendo
que já tava tudo bem e tudo certo:
do presida estadual, prefeito Renzo,
tomaria, como nada, o seu cetro.

O problema 2: o partido em questão
é a nova agremiação do Paulo,
e Renato Casagrande, boladão
entendeu por bem, então, interpelá-lo.
Disse: “Arnaldinho, ouça, meu amigo:
você pode se movimentar à vontade,
mas, se você se amigar com inimigos,
muito simples: acabou nossa amizade!”

Correndo de volta para Vila Velha,
Arnaldinho decidiu: “Eu vou em frente!
Farei a campanha como der na telha,
como em 2020: ninguém crente…”
Começou, então, a percorrer o Estado,
disse “Sou pré-candidato” há poucos dias
e passou a ter com o vice, Ricardo,
silenciosa disputa: Guerra Fria!

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