Vila Velha: e se Max Filho mudar de ideia e for candidato a prefeito?

Max Filho foi prefeito de Vila Velha por três mandatos: 2001-2004; 2005-2008; 2017-2020

Uma especulação começa a surgir no horizonte político em Vila Velha, é mantida por muitos agentes políticos da cidade, e a pulga também começa a coçar atrás da orelha deste escriba: e se Max Filho (PSDB) no fundo, no fundo, estiver preparando uma candidatura surpresa, guardando-a a sete chaves para soltá-la no limite do prazo, até 5 de agosto? Ou, mesmo que não o esteja planejando agora, nem escondendo o jogo, e se ele “mudar de ideia” lá na frente e acabar entrando no páreo? Se Neucimar Fraga (PP) pode, por que não ele?

Não seria a primeira vez. Em 2016, Max era deputado federal e deixou para anunciar a candidatura a prefeito no último dia do prazo, pegando de surpresa até os adversários, que não se prepararam para enfrentá-lo nas urnas. Max venceu aquela eleição.

O ex-prefeito agora tem o controle total do PSDB de Vila Velha. No município, “o partido é dele”, como disse com todas as letras o presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, em visita a Vitória, na última segunda-feira (1º).

O novo presidente da Comissão Interventora do PSDB em Vila Velha, instituída de cima para baixo por resolução da Executiva Nacional, é o ex-vereador Maurício Gorza. Mal assumiu o cargo, Gorza passou a se declarar postulante à Prefeitura de Vila Velha, para defender o legado do ex-prefeito e do seu pai, o ex-governador Max Mauro. O “pré-candidato dos Max” é extremamente leal à família Mauro, mas até o passarinho que pousa na restinga da Praia da Costa e as pedras portuguesas da subida do Convento da Penha sabem que o ex-vereador não tem a menor competitividade.

Estamos aqui só a especular, mas… e se Gorza estiver só “guardando o lugar” para Max?

A justificativa do ex-prefeito para não ser candidato é respeitável e compreensível: seu pai enfrenta o Mal de Alzheimer, o que lhe exige dedicação intensa aos cuidados com o ex-governador. Todo o nosso respeito à família Mauro e solidariedade ao ex-governador em razão da delicada questão de saúde.

No entanto, se Max Filho decidir ser candidato, a explicação que agora o afasta das urnas é a mesma que, se invertida, pode vir a justificar sua eventual candidatura lá na frente, mudando de ideia e entrando de cabeça nessa briga. Podemos imaginar: “Estou indo para o sacrifício em meu nome e em nome de meu pai, para defender nossa honra e nosso legado, inclusive a pedido de meu pai”.

No dia 5 de março, disse-me concretamente Max Filho: “Neste momento, meu pai não precisa do prefeito, mas do filho”. Mas e se isso em quatro meses virar “Verás que um filho teu não foge luta”?

Os Max, tanto o pai como o filho, sempre adoraram uma boa briga política. E a verdade é que a briga de Max Filho com o prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos) não começa agora, mas remonta a 2020. Ele tem, com o prefeito, como se diria em inglês, unfinished business, negócios inacabados.

É uma briga inconclusa, iniciada no último pleito e não totalmente encerrada até hoje. Max tem muita coisa engasgada, guardada ao longo dos últimos quatro anos. Mesmo que ele tenha chances muito reduzidas de vitória, que oportunidade melhor que a eleição, com todas as atenções dos cidadãos voltadas para os candidatos, para ele despejar o que está acumulado, as críticas que tem a fazer, perante toda a população da cidade? Uma vitrine eleitoral como essa não se repetirá para ele.

Posso estar enganado, mas estou meio desconfiado desse Max renunciando ao combate, ainda mais agora que detém o controle da Federação PSDB/Cidadania na cidade, em canal direto com a direção nacional dos tucanos, sem precisar de aval da Estadual comandada por seu desafeto Vandinho Leite. Por mais nobre que seja a sua justificativa…

---

Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui