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Coluna Vitor Vogas

Max Filho recua e está praticamente fora da eleição em Vila Velha

Ex-prefeito comunicou a aliados que está impossibilitado de assumir pré-candidatura a prefeito no momento por conta do estado de saúde do pai

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Max Filho. Foto: reprodução Instagram

Por motivos de ordem familiar, o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho recuou e dificilmente será candidato nas eleições municipais deste ano. No fim de janeiro, Max nos informou sua intenção de voltar para o PDT e até precisou a data em que planejava se filiar: 4 de março. Até então, o ex-prefeito vinha mantendo conversas com Sergio Vidigal e Weverson Meireles, principais líderes do PDT no Espírito Santo, sobre ser candidato a prefeito de Vila Velha pelo partido. Os dois garantiam a Max a legenda para isso. Mas houve uma mudança de planos. Uma mudança em nome do pai.

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Na noite dessa segunda-feira, dia 4 de março, mesma data em que teria ocorrido a filiação de Max, o ex-prefeito reuniu seu grupo político em seu escritório no Centro de Vila Velha e comunicou aos companheiros que, no momento, não está em condições de ser pré-candidato.

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O motivo externado aos companheiros, e confirmado por Max à coluna, é o estado de saúde gravíssimo do seu pai, o qual exige intensos cuidados e dedicação quase em tempo integral da sua parte. Prestes a completar 87 anos na próxima segunda-feira (11), o ex-governador Max Mauro sofre do Mal de Alzheimer e está muito debilitado. Só entre dezembro e fevereiro, ele precisou ser hospitalizado quatro vezes. Max Filho e sua única irmã se revezam na assistência pessoal ao pai. Com frequência, o ex-prefeito é quem dá banho nele e dorme ao seu lado, em seu apartamento na Praia de Itapuã.

Como servidor da Justiça do Trabalho, onde é analista judiciário, Max Filho dá expediente no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Centro de Vitória, de segunda a sexta-feira, do meio-dia às 19 horas. De manhã e de noite, cuida do pai. Assim, quando não está trabalhando, está pendente de Max Mauro. Para piorar, a mãe de Max também requer cuidados: acaba de passar por uma cirurgia de catarata. Não sobra tempo para fazer campanha.

Foi essa a situação que o ex-prefeito transmitiu aos aliados na noite dessa segunda. Todos já tinham conhecimento das suas dificuldades de ordem pessoal, mas, na reunião, ele as explicitou.

“Não há decisão tomada, mas compartilhei com os companheiros a minha dificuldade hoje por razões familiares”, disse o ex-prefeito à coluna. “Meu pai tem Alzheimer. De dezembro a fevereiro, foram quatro internações hospitalares. Entre a primeira alta e a segunda internação, só eu conseguia dar banho nele. Minha agenda hoje se divide entre o trabalho no TRT e o acompanhamento do meu pai. Se no passado eu fui candidato muitas vezes por grande influência do meu pai, hoje posso não vir candidato por grande necessidade dele. Neste momento, ele não precisa do prefeito. Precisa do filho.”

Max descreve as atuais condições físicas do ex-governador: “Essas internações o enfraqueceram demais. Ele não está tendo forças nas pernas para ficar de pé. Está muito acomodado na cadeira de rodas. Tem sido essa a nossa luta”.

Max confirma ter informado aos aliados que está sem tempo algum para se dedicar às atividades preparatórias da campanha, indispensáveis para a viabilização de uma candidatura majoritária.

“Falei dessa minha dificuldade. Os companheiros esperam uma agenda de pré-campanha, de visitas a líderes comunitários, por exemplo. Mas eu não estou conseguindo cumprir essa agenda. A minha agenda tem sido outra.”

Maurício Gorza assume o papel

Aliado de longa data dos Max em Vila Velha, o ex-vereador Maurício Gorza saiu da reunião praticamente como o pré-candidato do grupo dos Mauro a prefeito da cidade. Os dois já vinham conversando há muito tempo sobre isso. O acordo entre eles era que, se Max decidisse não se candidatar a prefeito, Gorza assumiria a condição de pré-candidato do grupo para defender o legado dos Mauro em Vila Velha. Na reunião, Max abriu o jogo e disse isso explicitamente aos companheiros.

O próprio Gorza reconhece que hoje é remota, estimada em 1%, a chance de Max se candidatar, mas mantém aquele 1% de esperança: “Na política, às vezes 1% é maior que 99%”.

No primeiro governo de Max em Vila Velha (2001-2004), Gorza foi vereador de sua base na Câmara Municipal. No segundo (2005-2008), foi vice-prefeito. No terceiro (2017-2020), foi subsecretário de Meio Ambiente e subsecretário de Educação.

PDT se retira da mesa

Com as dificuldades externadas por Max Filho, as portas do PDT praticamente se fecham para ele. O partido de Vidigal queria voltar a filiar Max para lançá-lo a prefeito de Vila Velha. Não tem interesse em albergar eventual candidatura de Maurício Gorza pelo grupo dos Mauro.

Na manhã desta terça-feira, o presidente estadual do PDT, Weverson Meireles, recebeu informações sobre o teor da reunião de Max com seus correligionários e o “passo atrás” dado pelo prefeito. Ligou para Max e lhe informou que, sem Max na cabeça da chapa, o PDT não tem por que lançar candidato próprio contra Arnaldinho em Vila Velha.

A esta coluna, Weverson informou que, com o recuo de Max, o partido se sente liberado para dialogar com outras forças políticas em Vila Velha e agora buscará viabilizar aquela que passa a ser sua alternativa prioritária: apoiar a reeleição de Arnaldinho Borgo em troca do apoio do Podemos ao candidato do PDT a prefeito.

A princípio, Vidigal pode ser candidato à reeleição, mas o próprio Weverson tem sido lapidado e ganhado projeção como possível aposta do prefeito da Serra à sucessão, caso ele desista de disputar. Dirigido na Serra pelo deputado estadual Alexandre Xambinho, que é parceiro de Vidigal, o Podemos faz parte do governo do pedetista na Serra.

“Weverson me ligou. Ele me disse que o PDT estaria aberto para a gente se a gente confirmasse a minha candidatura, tipo uma imposição: ‘vocês vêm, mas você tem que ser o candidato. Não posso dar essa certeza. Minha agenda tem sido outra”.

Apesar de tudo, Max afirma que continuará “dialogando com os companheiros, na medida do possível, sobre as possibilidades”.

Max ainda está filiado ao PSDB, no qual não tem mais espaço e do qual já decidiu sair. Para se manter apto a disputar a eleição de outubro para prefeitos e vereadores, assim como qualquer cidadão, ele precisa estar filiado até o dia 6 de abril ao partido pelo qual concorrerá.

Max tem 55 anos e ainda não está aposentado, nem no TRT nem na vida pública. Mas a volta à política pelo visto terá de esperar um pouco mais.

Enquanto isso, Majeski se filia

Enquanto isso, o ex-deputado estadual Sergio Majeski se filiará oficialmente ao PDT nessa quarta-feira (6). O ato de filiação ocorrerá às 18 horas, na Câmara Municipal de Vitória. Majeski chega como pré-candidato do PDT à Prefeitura de Vitória.


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