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Coluna Vitor Vogas

O “Democrata Cristão”: por Senado, Callegari troca PL por DC

Decidido a ser candidato a senador, deputado conta por que decidiu sair do partido de Bolsonaro, o mesmo que ele se orgulha de ter ajudado a erguer no ES

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O deputado estadual Wellington Callegari no gabinete dele. Foto: Vitor Vogas

O deputado estadual Wellington Callegari no gabinete dele. Foto: Vitor Vogas

“Sou pré-candidato ao Senado e serei candidato ao Senado.” A assertiva é do deputado estadual Wellington Callegari. Poderá realmente ser. Mas não pelo Partido Liberal (PL). Justamente para viabilizar a sua pré-candidatura a senador, o deputado do sul do Estado decidiu sair do partido que ele mesmo diz se orgulhar de ter ajudado a levantar no Espírito Santo. Seu futuro partido já está definido: será o Democracia Cristã (DC), antigo PSDC, sigla do “eterno” candidato à Presidência José Maria Eymael.

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No PL desde 2020 – antes, portanto, da chegada de Jair Bolsonaro –, Callegari lutou internamente para ser o candidato do partido ao Senado em 2026, mas reconhece que esbarrou num obstáculo intransponível: não conseguiu convencer a pessoa que mais importa (talvez a única que importe de verdade no PL-ES). Presidente estadual do PL, o senador Magno Malta está decidido a dar a legenda para sua filha, Maguinha Malta, concorrer ao cargo e tentar se juntar a ele na Câmara Alta.

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Sem espaço para realizar o projeto no PL, Callegari decidiu migrar para o DC, presidido no Espírito Santo por Marcos Caran.

“No DC serei candidato, enquanto no outro partido busquei esse espaço e não tive.”

O deputado diz sair pela porta da frente e ter chegado a um entendimento com Magno, que, segundo ele, prometeu lhe dar a carta de anuência para que ele possa entrar com ação de desfiliação por justa causa no TRE-ES e mudar de partido sem perder o atual mandato na Assembleia por infidelidade partidária. Mas por que ele optou pelo DC?

A sigla é de direita, mas, como o próprio Callegari admite, é bastante pequena. Hoje, por exemplo, um candidato ao Senado do DC não teria tempo de propaganda de TV e rádio. Recursos do Fundo Eleitoral, se houver, serão escassos. Para superar o primeiro problema, ele aposta numa campanha massiva nas redes sociais, “onde todos são iguais”; para compensar o segundo, apostará numa campanha orgânica, baseada em doações de pessoas físicas identificadas ideologicamente com ele.

Aliás, o quesito “identidade ideológica” foi fundamental na escolha de Callegari. Católico, ele percebe, hoje, um vazio, mesmo no campo conservador, de líderes que verdadeiramente representem os valores dos “democratas cristãos” do Espírito Santo. Falta, para ele, um candidato ao Senado comprometido de verdade com o Eavengelho. Ele quer ser esse candidato e falar a esse público. A legenda, segundo o deputado, está garantida.

Leia em detalhes o que ele diz, na entrevista a seguir:

O que o senhor decidiu fazer e quais as motivações da sua tomada de decisão?

Infelizmente, a minha jornada dentro do PL se encerra, pelo menos por ora, mas se encerra. Não é fácil para nós. Eu ajudei a construir esse partido no Espírito Santo desde 2020. Não vim para o PL por causa do Bolsonaro. Eu cheguei dois anos antes, quando o PL estava em uma situação de baixa, o senador Magno Malta estava sem mandato, nós não tínhamos Bolsonaro, e eu entrei e nós conseguimos entregar para o partido, inclusive, três vereadores em Cachoeiro naquela eleição de 2020. Desde então, tenho ajudado a construir diretórios e lideranças dentro do partido. Mas na vida tudo acaba, tudo tem um fim, ou pelo menos uma interrupção. Neste momento, em vista do projeto maior de Brasil que eu tenho, tomei a decisão de deixar o PL e ir para um outro partido, para concretizar o projeto de candidatura que, se Deus quiser, eu pretendo que nos leve ao Senado.

O senhor já definiu qual será seu novo partido?

Sim. Eu vou para o DC, para o Democracia Cristã, um partido que, embora pequeno de tamanho hoje, tem toda uma história muito forte no cenário político brasileiro desde 1945, e com o qual eu tenho uma afinidade muito grande, porque eu sempre defendi a doutrina social da igreja, nunca fiz segredo disso. O DC hoje passa por um processo de renovação muito forte, quer se colocar como uma alternativa no espectro da direita e centro-direita, trazendo uma mensagem cristã, que é a doutrina social da igreja.

Sua saída é fruto de um entendimento com o senador Magno Malta e com a direção estadual do PL ou não é bem assim?

Eu tenho uma regra na vida: de todos os lugares em que eu entro, eu tenho que sair de cabeça erguida, com a porta aberta. Eu não gosto de sair brigado, nem desonrando os lugares onde eu já atuei. Isso vale para relacionamentos, para profissão, para partidos. Sim, a minha saída do PL é uma saída acordada. Da minha parte foi buscado o diálogo com o presidente estadual, o senador Magno Malta, que deu o aval, entendeu as minhas razões e está me dando a liberação para sair. Nós vamos agora iniciar um processo junto à Justiça Eleitoral.

Quando o senhor fala em “liberação”, é inclusive com a carta de anuência?

Carta de anuência, isso aí. Isso já foi acordado. Eu estou voluntariamente abrindo mão da presidência municipal do PL de Cachoeiro, e o senador vai me dar a carta de anuência para eu sair do partido sem perda de mandato. Obviamente, de posse dessa carta, com meus advogados, nós vamos fazer uma provocação à Justiça Eleitoral e, quando tivermos o aval da Justiça, com total segurança, sairei oficialmente do partido. Terminando esse trâmite jurídico, eu ingresso de vez no DC. Mas antes disso, já agora, estamos reestruturando o DC no Espírito Santo. Obviamente, é um partido que não tem recursos financeiros, mas tem o principal: a sigla e o ideário que combina comigo.

E a legenda, deputado? A direção estadual e até a nacional do DC lhe asseguram a legenda para disputar uma cadeira no Senado?

Uma vez combinado com o presidente estadual, Marcos Caran, nós fomos, eu e ele, até São Paulo, onde tivemos uma reunião muito boa com o presidente licenciado Eymael e já com aquele que agora é o presidente, que é o João Caldas, de Alagoas, ex-deputado federal. Ele é o pai do prefeito de Maceió, JHC [hoje no PL], outro que deve ir para o DC. Existe hoje um processo de fortalecimento muito grande do partido, que inclusive está atraindo parlamentares, pessoas sem mandato também, que não se sentem hoje devidamente incorporadas nos partidos do espectro da direita. Então estamos vendo no DC um farol que traz um ideário. É um partido de direita, baseado nos princípios da democracia cristã.

Então sua motivação maior, ou, até me corrijo, a motivação exclusiva da sua decisão é a falta de espaço no PL para ser candidato a senador? É por isso, basicamente, que o senhor está de saída? Por não encontrar no PL a legenda para manter a candidatura?

Sim. Eu entendo que, no Brasil de hoje, o principal cenário de luta política é o Senado da República. É o Senado que é o local que pode tirar o Brasil do atoleiro em que se encontra. Nós vemos hoje um atoleiro institucional, diplomático, de proporções, eu diria, catastróficas, em que temos um presidente que está apostando no quanto pior melhor, um ministro do Supremo com claros sinais de psicopatia, que parece não medir o peso dos seus atos, que hoje está enfrentando a maior superpotência mundial e lançando o Brasil num possível desastre. E, diante disso, o povo nas ruas, contra a atual situação de opressão judiciária no Brasil. Quem é que tem o poder de mudar isso? O Congresso. Espero que ainda nessa legislatura, antes de a gente chegar lá. Se o Congresso não frear os abusos que estão sendo cometidos no Brasil, as perspectivas futuras do país não são boas.

Então o senhor está saindo para ser candidato a senador e, no DC, será candidato a senador?

Serei candidato a senador. Com a anuência de Eymael, do presidente atual João Caldas e do presidente estadual, Caran. No DC serei candidato, enquanto no outro partido busquei esse espaço e não tive.

O que foi que o Magno lhe respondeu, nessas suas tentativas de diálogo? Em entrevista anterior a mim, em maio, o senhor disse que faria um trabalho de convencimento interno, mas pelo jeito não foi bem-sucedido nesse intento, não conseguiu persuadir o Magno a substituir a filha dele na chapa. Foi isso que ele lhe falou? É a Maguinha mesmo?

É isso. O trabalho de convencimento interno, na verdade, foi muito bem realizado, porém esbarrou na principal pessoa a ser convencida, que é o presidente da sigla aqui no Estado: o senador Magno Malta. Ele entende que a filha dele é a melhor candidata. Não vou entrar no mérito disso, se ele está certo ou se está errado, mas eu não concordei, não concordo. E, tendo em vista a minha discordância, não me restava outro caminho, se eu quisesse manter minha candidatura ao Senado, se eu quisesse manter-me fiel ao que eu já tinha dito, inclusive garantido aos meus seguidores, senão sair do PL e procurar o meu caminho em outro partido.

O senhor mesmo, nesta conversa, reconheceu que o DC é um partido pequeno e com poucos recursos. Como viabilizar essa candidatura ao Senado não só do ponto de vista político, mas sobretudo dos recursos financeiros necessários para sustentar uma candidatura majoritária? Como é que o senhor vai conseguir botar de pé essa candidatura em termos práticos?

O DC é carente de recursos, mas é rico hoje no Espírito Santo em duas coisas. Primeiro, um ideal político consistente, necessário ao Brasil de hoje, que são os valores do Evangelho. Quem melhor representa a direita do que os valores do Evangelho, os valores cristãos? Segundo ponto: o DC traz liderança para o cenário político capixaba. Uma figura, que sou eu, que se coloca no papel de disputar uma eleição do Senado, entendendo o que significa essa eleição do Senado, não só para a direita, mas para o Brasil todo. Esses dois pontos, que são os dois pontos principais, que a meu ver faltam aos demais partidos, serão pontos de gravidade para o terceiro ponto, colocado por você: recursos. Os recursos, que só podem vir de pessoas físicas, virão conforme esses dois primeiros pilares, liderança e valores, forem colocados na mesa.

Em outras palavras, o senhor está apostando em doações de pessoas físicas?

Estou apostando em doações, não só aqui dentro do Estado, mas inclusive de fora do Estado. Estou apostando também no Projeto DC Nacional, um projeto que vem com força, que tem pessoas dispostas a apoiar e que vai construir alternativas, não só no Espírito Santo, mas em todo o Brasil. Não sou a única liderança da direita que está saindo de onde está, de certos partidos de direita, para ir para o DC.

Inclusive aqui no Espírito Santo?

Com certeza aqui no Espírito Santo.

O senhor pretende fazer, pessoalmente, esse trabalho de arregimentação?

Não pretendo tirar ninguém do PL. Não pretendo fazer um trabalho de assalto ao partido, ao qual sou muito grato e ao qual sou muito leal, apesar de estar saindo. Não vou fazer trabalho de assaltar. Porém, o DC está aberto para quem deseja hoje um espaço democrático, livre, com verdadeira troca de ideias.

O senhor vai assumir a presidência estadual do DC? Algum cargo de direção?

Não, não pretendo assumir nenhum cargo. Tem pessoas ligadas a nós que estarão na Executiva, mas eu próprio não. O Caran continua à frente do partido, cargo exercido por ele há mais de dez anos. É uma figura que trouxe grandes coisas. Para você ter uma ideia, o DC tem 15 vereadores no Espírito Santo. O PL mesmo, que é um partido enorme, tem 55. O Novo tem 3. O DC tem 15.

E tempo de TV?

O DC hoje não tem tempo de TV. Ele vai ter direito a participação em debates, se houver debate para senadores aqui no Estado, com a entrada de alguns deputados federais que vão ingressar no partido. Mas TV não, a não ser que haja uma coligação. Porém, o que nós entendemos é que essa disputa do Senado, pela sua polarização, será extremamente inflamada num ambiente em que todos têm o tamanho proporcional ao seu discurso e aos seus valores: as redes sociais. Nesse ambiente, o DC vai estar muito firme e forte.

Quero me ater a uma palavra que o senhor acaba de usar: polarização. No campo da direita, sobretudo uma direita bolsonarista, mais identificada com o ex-presidente Bolsonaro, temos a própria Maguinha Malta, pré-candidata do PL. Além dela, o deputado Evair de Melo (PP), também aliado de Bolsonaro, que quer ser candidato a senador. Manato tem se movimentado… E até o Novo tem falado em lançar um candidato próprio. Não fica aí uma disputa interna, sob o risco de vocês acabarem dando um grande abraço dos afogados? Um não pode brigar com o outro, tirar votos do outro, favorecendo, em última análise, os candidatos da esquerda?

Essa é uma pergunta excelente que envolve múltiplas reflexões. Primeiro ponto: favorecimento dos candidatos da esquerda. O campo da direita vai ter algumas opções? Sim. E o campo da esquerda também. Nós temos hoje, por exemplo, a candidatura de Renato Casagrande, Fabiano Contarato, Meneghelli, que, a meu ver, é um político mais de centro-esquerda e não de centro-direita. Então você também tem uma divisão do lado de lá. Segundo ponto: nós temos duas vagas. Então, eu tenho advogado que nós não precisamos de uma candidatura da direita. Precisamos de duas. Duas candidaturas da direita que não venham com esse negócio de pedir o segundo voto. Eu não peço o segundo voto. Eu peço o primeiro. E o segundo voto, quem me apoia, por favor, vote em alguém da direita. Não existe votar em um cara da direita e, ao mesmo tempo, votar em Casagrande, em Contarato e mesmo em Meneguelli, de quem eu gosto muito. Não tenho nada contra ele. Mas não existe uma pessoa bolsonarista, de direita conservadora, votar nesses nomes. Direita conservadora tem que votar em direita conservadora. Então, tem que votar em dois senadores de direita. Por isso defendo que tenhamos duas candidaturas ao Senado.

Então, pegando carona no seu raciocínio, o senhor, em seu entendimento com o Magno, cogita fazer uma campanha casada com a Maguinha Malta?

Não. Dificilmente. Acredito que não será esse o caminho, até mesmo devido ao perfil do senador, da filha dele. Isso não haverá, pelo menos assim. O que eu cogito é fazer uma campanha para a direita. E aí entro no outro ponto que você colocou; candidatos. Atualmente, quem são de fato os pré-candidatos definidos da direita? Callegari e Maguinha. Talvez o Novo, e mais ninguém. Manato não tem partido. Diz que vai ser candidato, mas ainda não se moveu para nenhum partido. Ele é hoje filiado ao PL, que obviamente não vai dar a legenda para ele, já ficou claro. Evair de Melo não se declara candidato ao Senado. Pelo menos em todas as conversas que eu tive com ele até hoje, ele mesmo faz questão de dizer: sou deputado federal. Aí, lá na frente, parece que ele vai ver.

Mas não há espaço para “lá na frente” agora. O cenário político brasileiro agora é de luta. Ou você se declara e se lança para aquilo que o destino está colocando para você, ou não.

Não vejo como alguém queira ser candidato ao Senado sem se declarar agora. Porque as opções estão sendo discutidas agora. A crise do Senado e das instituições está ocorrendo agora. Faz um ano que eu vejo pessoas perguntando quem serão os candidatos ao Senado. Eu não vejo tantas pessoas perguntando quem é o candidato a governador. E, ao mesmo tempo, acho que há uma falha das lideranças de direita: a indecisão, a dificuldade de dialogar. Eu não tenho esse problema. Não tenho problema de indecisão. Sou um homem decidido. E não tenho problema de diálogo. Ouço a todos, dialogo com todos. Até com a oposição à direita. Só que, na hora de defender os valores, aí eu sou inflexível. Eu defendo os valores da direita.

Só para fazer justiça aqui, ainda no campo da direita, há o atual senador Marcos do Val. Não sabemos quais são os planos dele, mas ele pode pleitear a reeleição…

Não considero Marcos do Val uma opção de direita, apesar de estar sendo injustiçado pelo STF, por Alexandre Moraes. Ele não foi eleito pela direita. Foi eleito pelo PPS [atual Cidadania], com o apoio de Renato Casagrande. E, uma vez no Senado, teve uma trajetória totalmente errática. Ora acusa o presidente Bolsonaro de golpe, ora acusa Alexandre Moraes de outras coisas. Com todo o respeito a ele e com toda a solidariedade pela injustiça que ele está sofrendo, ele não representa nada da direita conservadora capixaba.

Temos visto não só os partidos pequenos como até os maiores se juntando por meio de fusões, federações etc. O DC não pode entrar nessa onda, para ultrapassar a cláusula de barreira, e isso não pode atrapalhar os seus planos?

O que está levando às fusões? Duas coisas. A primeira é a reforma eleitoral, com a consequente cláusula de barreira e tudo mais, que levou ao agigantamento de alguns partidos e ao achatamento de outros. Esse é um ponto. O outro ponto mais importante é a polarização entre direita e esquerda. O PL não precisa, pois os partidos que tem ideais fortes, identidade forte, não vão se fundir. Você está vendo alguém falar do Novo se fundir? O Novo não vai se fundir.

E isso não está no horizonte do DC?

Não está no horizonte do DC, porque o DC tem a sua marca. Quem está se fundindo hoje? Partidos do Centrão que não têm marca. O PT tem a esquerda. O PSol tem extrema-esquerda. A direita, o PL, tem os bolsonaristas. O Novo tem uma direita um pouco mais liberal, porém muito aguerrida. O DC terá boa parte dos bolsonaristas e dos cristãos, que hoje não se sentem contemplados pelo Novo e pelo PL. Agora, o que sobra? Sobra aquela massa de eleitores que não tem identidade nem de esquerda nem de direita e que são arregimentados por máquinas políticas. É aí que está. Essas máquinas políticas são caras. E aí é que está o desespero da necessidade de ter grande acesso ao Fundão Eleitoral, que está levando PP e União a se fundirem, a possibilidade de Republicanos e MDB se fundirem. Por que eles se fundem? Porque a captação de votos desses partidos se dá por meios fisiológicos, que necessitam de máquinas quanto maiores e mais eficientes. Partidos que são de identidade, de posição ideológica, têm um voto muito mais barato. É nesse campo que o DC entra. E, para não perder isso, ele não pode se fundir nem se federalizar.

ADENDO: a história do Democracia Cristã, por Callegari

“A Democracia Cristã é o maior partido da Alemanha, tem uma história fantástica na Itália, no Chile. No Brasil, desde 1945, nós temos a presença da Democracia Cristã. O PDC foi o partido pelo qual Jânio Quadros se elegeu presidente, com o apoio da UDN. Com o regime militar e o bipartidarismo, o PDC, claro, deixou de existir. Mas, com a volta do pluripartidarismo no fim do regime militar, voltou como PDC, Partido Democrata Cristão. A Arena virou o PDS, Partido Democrático Social. Em 1994, os dois se fundiram, dando origem ao PPB, Partido Popular Brasileiro, que depois mudou para Partido Progressista, atual Progressistas (PP). Mas, quando houve esse processo de fusão do PDC com o PDS em 1994, os democratas cristãos mais leais ao ideal do partido não aceitaram, entre eles o Eymael. Eles saíram para fundar o PSDC, Partido Social Democrata Cristão. É dessa dissidência que nasce em 1995 o PSDC, atualmente chamado DC.”