Eleições: direita moderada fez a festa nas maiores cidades capixabas

No sentido da leitura: Lucas Scaramussa, Euclério Sampaio, Arnaldinho Borgo e Lorenzo Pazolini

Confirmando um prognóstico feito aqui no Portal ES360, representantes de uma direita moderada e bastante pragmática fizeram a festa nas eleições municipais do Espírito Santo.

Tomemos como recorte os dez municípios mais populosos do Estado: Serra, Vila Velha, Cariacica, Vitória, Cachoeiro, Linhares, Colatina, São Mateus, Guarapari e Aracruz.

Em nove deles, os futuros governantes foram conhecidos nesse domingo (6). Em todos os nove, os prefeitos eleitos são filiados a partidos de centro-direita, ou da direita conservadora (mas não propriamente “bolsonarista”), ou são, pessoalmente, mais identificados com a direita. Nove de dez pinos foram derrubados (e um está balançando). A direita moderada fez quase um strike nas urnas.

O Podemos (partido de centro-direita que está nos governos Lula e Casagrande) reelegeu Arnaldinho Borgo em Vila Velha, além de ter chegado à Prefeitura de São Mateus com o empresário Marcus da Cozivip e à de Linhares com o deputado estadual Lucas Scaramussa.

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O Progressistas (PP) reelegeu Doutor Coutinho em Aracruz e alcançou a Prefeitura de Cachoeiro com o deputado estadual Theodorico Ferraço. Assim como o Podemos, o partido está na base de Lula e Casagrande.

O Republicanos reelegeu Lorenzo Pazolini em Vitória e chegou à Prefeitura de Guarapari com o vereador Rodrigo Borges. Altamente conservador nos costumes, o partido também entrou no governo Lula em 2023. Por aqui, não faz parte do governo Casagrande.

O Partido Social Democrático (PSD) vai governar Colatina com o ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos, presidente estadual da legenda. O PSD é a sigla de direita fundada e presidida nacionalmente pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Foi uma das mais que cresceu no país nestas eleições municipais. Está no governo Lula, mas não no governo Casagrande.

Já o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) manteve a Prefeitura de Cariacica com Euclério Sampaio. O partido na verdade é de centro, mas Euclério, historicamente, é um político de direita.

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Importante ressaltar que nenhum desses prefeitos eleitos e dos respectivos partidos fez campanha centrada na discussão entre direita e esquerda, pautada na polarização ideológica, nem buscou promover a nacionalização da disputa local.

Dos dez pinos, a exceção é justamente o município mais populoso. Na Serra, a disputa foi para o 2º turno, entre o ex-secretário estadual de Turismo Weverson Meireles (PDT) e o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos). Este se declara de direita, assim como seu partido. Weverson, por sua vez, já foi até presidente estadual do PDT, partido de centro-esquerda integrado ao governo Casagrande e ao governo Lula.

Enquanto isso, o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi muito mal no Espírito Santo. Elegeu cinco prefeitos, todos em cidades pequenas. Mas, nessa categoria das dez maiores cidades, seus dez candidatos passaram bem longe da vitória nas urnas.

Ainda pior resultado foi amargado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Assim como nas eleições municipais de 2020, a maior agremiação de esquerda do país não conseguiu eleger o prefeito de nenhuma das 78 cidades capixabas. Nas dez maiores, o candidato mais bem votado do PT foi João Coser (PT), em Vitória. Ele só teve 15,6% dos votos válidos e nem sequer passou para o 2º turno.

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