Coluna Vitor Vogas
A maratona de entregas de Pazolini na reta final da pré-campanha
O recado é mais ou menos o seguinte: a Prefeitura de Vitória tem feito investimentos volumosos sem precisar da ajuda do Governo do Estado
A partir deste sábado (6), em razão das eleições municipais, a legislação proíbe agentes públicos, incluindo prefeitos, de realizar algumas condutas, como nomeações, exonerações e contratações, assim como a participação em inauguração de obras públicas. Por isso, a exemplo de muitos “colegas” que disputarão a reeleição, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) acelerou o passo e protagonizou verdadeira maratona de entregas e anúncios nas últimas duas semanas, cuja apoteose foi a inauguração, na noite dessa sexta-feira (5), da primeira etapa da Nova Orla Noroeste, na Grande São Pedro. Foi o famoso sprint na reta de chegada.
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Diferentemente, porém, de outros prefeitos da Grande Vitória, como Euclério Sampaio (MDB) e, destacadamente, Arnaldinho Borgo (Podemos) – que são aliados de Renato Casagrande (PSB) e correram as próprias maratonas de mãos dadas com ele –, Pazolini realiza uma “corrida solo”, bem distante do governador. Faz questão, aliás, de enfatizar, mais com ações que com palavras, não apenas sua independência política em relação ao Palácio Anchieta, mas, principalmente, a autonomia financeira conquistada por sua administração.
O recado é mais ou menos o seguinte: a Prefeitura de Vitória tem feito investimentos volumosos sem precisar da ajuda do Governo do Estado.
Enquanto Arnaldinho e Euclério não se cansam de exaltar a “dobradinha” e a “parceria”, política e financeira, com o governador e seu governo – traduzida em maciços investimentos do Estado em Vila Velha e Cariacica –, quase tudo o que Pazolini anunciou ou inaugurou em sua maratona particular, percorrida nestas últimas semanas, só contou ou contará com recursos do próprio município, em parte graças à própria capacidade de arrecadação, em parte graças a operações de crédito contraídas em anos anteriores.
A série de entregas inclui algumas obras de vulto, seja para a malha viária da cidade, seja para a infraestrutura urbana, seja para o patrimônio histórico e cultural da capital capixaba.
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Há cerca de duas semanas, Pazolini inaugurou a reurbanização da Curva da Jurema, seguindo o conceito de “Rua Viva” – o mesmo adotado, por exemplo, na Rua da Lama, em Jardim da Penha. Foram R$ 4 milhões em investimentos com recursos próprios.
Na semana passada, o prefeito assinou a ordem de serviço para execução da primeira fase da requalificação do Canal de Camburi – no trecho que vai da Ponte de Camburi até um pouco antes da Ponte da Passagem, entre os bairros Santa Luzia e Jardim da Penha. A requalificação do canal, incluindo intervenções nas duas margens, é uma obra de R$ 230 milhões, a ser paga com recursos próprios.
No fim de semana passado, o prefeito deu a ordem de serviço para a urbanização do bairro Andorinhas. As intervenções abrangerão uma área de 44 mil metros quadrados (cinco campos oficiais de futebol, arredondando a conta). O projeto corresponde a um investimento de R$ 48 milhões, também só com dinheiro do caixa municipal.
Na última quarta-feira (3), Pazolini apresentou pessoalmente, para moradores e comerciantes do Centro, o projeto de reurbanização (ou “requalificação”, como tem chamado a prefeitura) do mercado da Vila Rubim. A área a ser reurbanizada corresponde a 25,3 mil metros quadrados (três campos oficiais de futebol, arredondando).
No mesmo dia, o prefeito anunciou pessoalmente, na sede da Guarda Municipal, a adoção de Inteligência Artificial (IA) nas câmeras de videomonitoramento da Capital. Desde o início da gestão, foram investidos R$ 6 milhões na Central de Videomonitoramento.
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No manhã do dia seguinte, quinta-feira (4), Pazolini protagonizou a cerimônia de inauguração das obras de restauração do Mercado da Capixaba, em benefício dos comerciantes locais, no Centro de Vitória. Concedido à iniciativa privada em contrato de quatro anos, prorrogáveis por igual período, o espaço restaurado custou à prefeitura R$ 9 milhões, também em recursos próprios.
No mesmo dia, o prefeito lançou o edital para contratação de empresa que fará a eletrificação de toda a frota que atende à Prefeitura de Vitória. Na próxima administração, os carros a serviço do município serão elétricos.
Na manhã de sexta-feira (5), Pazolini assinou a ordem de serviço do Mergulhão, como é chamada a via que ligará a Avenida Dante Michelini à Rodovia Norte Sul, no coração da região continental da cidade. Serão investidos R$ 77 milhões no projeto, só com recursos do município.
À noite, na linha de chegada do percurso, Pazolini inaugurou a primeira etapa da reurbanização da orla da Grande São Pedro. Com 1,1 quilômetro de extensão às margens do manguezal, a obra inclui estacionamento, paisagismo, passeio contínuo com calçada, ciclovia, deques, arquibancadas alagáveis, rampas e cinco atracadouros, entre outros equipamentos. Essa primeira fase, concentrada na Ilha das Caieiras, custou R$ 96 milhões.
A verba é da prefeitura, mas, assim como a que proporcionou outros importantes projetos desta lista, foi obtida por meio de operação de financiamento contratada na administração passada, de Luciano Rezende (Cidadania), junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O empréstimo de US$ 100 milhões foi contraído em 2019, com contrapartida de US$ 25 milhões por parte do município. Tem 25 anos de prazo de amortização, 5,5 anos de carência (até o ano que vem) e juros baseados na taxa Libor (London Interbank Offered Rate).
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Enquanto isso, a segunda fase da Nova Orla Noroeste já começou a ser executada. A um custo de R$ 114 milhões, financiados da mesma maneira, as intervenções urbanísticas abarcarão mais de 4 quilômetros de extensão, contemplando quatro bairros da Grande São Pedro: Santo André, Redenção, Nova Palestina e Resistência.
Paralelamente, a Prefeitura de Vitória já publicou o edital para contratação da empresa que realizará a obra de reurbanização da orla sul, que irá do Porto de Vitória, no Centro, até a altura do Horto Mercado, na Enseada do Suá, via Avenida Beira-Mar. Serão R$ 130 milhões custeados com recursos próprios. O projeto está em fase de licitação. A expectativa do governo Pazolini é que as propostas comerciais sejam abertas na segunda quinzena de setembro (bem perto do 1º turno das eleições municipais).
Além de tudo isso, falando especificamente sobre o Centro de Vitória, o próprio Pazolini destaca para a coluna outras entregas recentes que vão ao encontro da valorização urbanística, econômica, histórica e cultural do bairro, como a restauração do Viaduto Caramuru e do Museu Capixaba do Negro (Mucame), “hoje a maior sala cultural do Estado”, segundo o prefeito.
Ele ressalta, ainda, parcerias da prefeitura com a Vale, que instalará o Museu da Vale no Centro de Vitória, e com a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), que ocupará um dos armazéns históricos do Porto de Vitória, inaugurando ali a Findes Porto.
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Muitos dos detalhes apresentados acima foram informados à coluna por dois secretários de Vitória: o de Desenvolvimento da Cidade e Habitação, Luciano Forrechi, e o de Obras, Gustavo Perin.
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