TV Capixaba
Como a vitória de Donald Trump impacta a economia do ES?
Economista capixaba analisa como a política econômica protecionista de Trump pode afetar o Espírito Santo, estado que depende dos EUA para exportações de aço, celulose e café solúvel
Em entrevista ao EStúdio 360, o economista Antônio Marcus Machado discutiu os possíveis impactos da vitória de Donald Trump na economia capixaba. O Espírito Santo, onde aproximadamente 30% das exportações são destinadas aos Estados Unidos, pode enfrentar novas barreiras tarifárias. Com produtos importantes como celulose, aço, pimenta-do-reino, rochas ornamentais e café solúvel indo para o mercado americano, o aumento das tarifas de importação pelos EUA poderia ser um desafio para os exportadores locais.
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Trump anunciou que deve elevar tarifas de importação para produtos estrangeiros, uma medida que afeta principalmente a China, mas que pode impactar o Brasil de maneira indireta. Segundo o economista, a proposta de tarifas variando entre 20% e 60% pode prejudicar exportadores capixabas. Isso traria dificuldades para a entrada de produtos no mercado americano, forçando as empresas a buscarem alternativas.
Empresas do Espírito Santo devem adaptar-se
Para o econmista, a resposta das empresas capixabas diante desse cenário incerto deve ser o fortalecimento do mercado interno, uma opção já adotada por outros países em crises econômicas. Ele explicou que, com o aumento das tarifas nos EUA, alguns produtos brasileiros podem precisar ser vendidos internamente para evitar estoques excedentes.
Ele observou que o Espírito Santo já iniciou algumas medidas para melhorar o ambiente econômico, como a redução de impostos sobre o café Conilon. Além disso, o estado está se destacando pelo equilíbrio fiscal, o que pode contribuir para uma economia mais forte, pronta para enfrentar oscilações externas.
Reformas estruturais são essenciais
Em sua entrevista ao EStúdio 360, o economista reforçou a importância de reformas fiscais e tributárias para que o Brasil e o Espírito Santo reduzam sua dependência econômica dos Estados Unidos. Segundo ele, a reforma trabalhista é uma medida que pode contribuir para aumentar a competitividade das empresas capixabas e nacionais. A redução de impostos sobre empresários e a simplificação de processos são, na visão de Machado, fundamentais para que o setor privado tenha mais liberdade para inovar e buscar novos mercados.
Além disso, ele destacou a importância da educação técnica para aumentar a produtividade da mão de obra local, o que torna as empresas brasileiras mais competitivas globalmente. Ele apontou que países como a Alemanha e a China têm uma economia robusta devido ao investimento em produtividade e treinamento profissional.
Investimentos em tecnologia podem ser um diferencial
Antonio Marcus Machado também falou sobre as oportunidades que podem surgir para o setor tecnológico. A vitória de Trump pode, por exemplo, incentivar parcerias com empresas norte-americanas que busquem alternativas aos produtos chineses.
No setor de rochas ornamentais e aço, o economista acredita que a incorporação de novas tecnologias poderia ajudar a reduzir custos e melhorar a eficiência produtiva. Segundo ele, isso será essencial para competir em um mercado global cada vez mais competitivo.
Ele conclui afirmando que, embora as tarifas e a valorização do dólar apresentem desafios, o Espírito Santo pode estar bem posicionado se aproveitar as oportunidades de inovação e realizar reformas estruturais.
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