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Como os partidos estão lidando com a falta de confiança da população?

O jornalista Cilio Netto faz uma análise do papel dos partidos e examina os desafios que eles enfrentam atualmente, incluindo a falta de confiança por parte da população

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Como os partidos políticos estão lidando com a falta de confiança da população?. Foto: Freepik

Como os partidos políticos estão lidando com a falta de confiança da população?. Foto: Freepik

A política brasileira é um campo complexo, influenciado por diversos fatores históricos e sociais. Para compreender plenamente esse cenário, é essencial analisar o papel dos partidos e examinar os desafios que eles enfrentam atualmente, incluindo a falta de confiança por parte da população. Ao longo da história do Brasil, os partidos políticos desempenharam um papel fundamental na conquista de direitos e na formação da identidade política do país. No entanto, à medida que o tempo avançou, essas agremiações enfrentaram desafios, incluindo conflitos internos e a perda de conexão com a sociedade. A confiança na política foi profundamente abalada, como demonstrado por uma pesquisa realizada em 2021 pelo Instituto Datafolha, que revelou que 60% dos brasileiros não confiam nas instituições partidárias.

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Para reverter essa crise de confiança, os partidos estão adotando estratégias inovadoras. Investimentos em comunicação ousada, campanhas de filiação e fortalecimento das fundações têm sido táticas comuns. Além disso, a adoção de programas de compliance e medidas de combate à corrupção estão se tornando mais prevalentes entre os partidos, visando a restauração da integridade e da ética política. Muitos ainda estão cada vez mais focados no fortalecimento ideológico de seus filiados, como é o caso do Partido dos Trabalhadores e do Partido Liberal, hoje, os dois maiores do Brasil.

A política brasileira passou por mudanças significativas nos últimos anos, incluindo a aprovação de uma reforma em 2017. Essa reforma impactou particularmente os partidos menores, exigindo que atingissem a cláusula de barreira nas eleições para acessar os recursos dos fundos eleitoral e partidário. A cláusula de barreira, também conhecida como cláusula de desempenho, é um critério estabelecido para limitar a atuação parlamentar e o acesso ao financiamento público. Isso levou a uma redução no número de agremiações registradas, uma vez que aquelas que não conseguiram cumprir esse critério perderam recursos e influência.

Com o fim iminente de partidos menores, as federações partidárias surgem na tentativa de ao menos, ser uma possibilidade para que continuem existindo. As federações foram aprovadas pelo Congresso em 2021 e funcionam como uma espécie de coligação. A diferença é de que duram quatro anos e a federação feita nacionalmente deve ser seguida por todos os estados. Até o momento, três já foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE): PT-PCdoB-PV, Rede-PSOL e PSDB-Cidadania.

Em suma, os partidos políticos desempenharam um papel vital na história do Brasil, contribuindo para a conquista de direitos e a formação da identidade política. No entanto, os desafios atuais, incluindo a falta de confiança, exigem abordagens inovadoras para restaurar a credibilidade e reconectar-se com a população. À medida que a política brasileira continua a evoluir, é essencial observar as tendências emergentes, como a redução no número de partidos e o surgimento das federações partidárias, que vão moldar o futuro do cenário político do país.


Cilio Netto*Cilio Netto, sou jornalista formado pela Universidade de Vila Velha. Possuo MBA em Comunicação Governamental e Marketing Político pelo IDP – Brasília e há 10 anos atuo no segmento político. Fiz campanhas de executivo, legislativo e coordenei a comunicação do mandato do deputado federal Felipe Rigoni. Atualmente, estou na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Sou cofundador da Alcateia Política.

 


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