O Gestor
Hub Base27: Michele Janovik destaca conexão de inovação com propósito
Michele Janovik, CEO do Base27, explicou como o hub capixaba conecta empresas e inovação com estratégia e propósito

Michele Janovik, CEO do Base27, foi a convidada da semana. Foto: Reprodução/Youtube
O podcast “O Gestor”, apresentado por Bruno Rigamonti e Gabriel Feitosa, recebeu Michele Janovik, CEO do Hub Base27. Os episódios desta temporada vão ao ar toda segunda-feira pelo canal do youtube.
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Concepção com propósito claro
- A geração de valor no Base27 foi pensada desde sua criação, idealizada por empresários atentos à nova economia. Esses líderes observavam empresas tradicionais sucumbirem diante de startups ousadas e inovadoras.
- O Base27 surge como espaço de conversa, troca e conexão, não necessariamente físico, mas essencialmente colaborativo. A ideia nasceu após visitas a ecossistemas de inovação e benchmarkings promovidos por empresários capixabas.
- Um marco foi o relatório executivo do MCI, em 2019, que impulsionou a criação de programas estruturantes no ES.
- Michele conheceu o relatório do MCI enquanto atuava como voluntária no Founder Institute, pré-aceleradora do Vale do Silício. O programa pretendia contribuir com a meta de mil startups ativas no estado até 2030.
- Com o convite para integrar o Base27, ela passou a aplicar os aprendizados do relatório à realidade do hub.
Construção constante
- O Base27 foi fundado em 2020, depois do relatório do MCI, como fruto do mesmo movimento de inovação.
- A geração de valor está ancorada em quatro pilares: conexão, conhecimento, imagem da empresa e espaço físico. A conexão é o principal diferencial, promovendo soluções reais para desafios reais das empresas.
- A presença do hub acelera ganhos como produtividade, redução de custos e melhoria nos processos decisórios.
- O Base27 tornou acessível o conhecimento necessário para que as empresas entendessem o que é inovação. Ferramentas, tendências e metodologias são compartilhadas com os pontos focais indicados pelas próprias organizações.
Inovação como prática contínua
- Os temas abordam desde inovação incremental até disruptiva, passando por melhorias contínuas e novas possibilidades. Ao disseminar esse conteúdo internamente, empresas se preparam para inovar de forma estruturada. O conhecimento compartilhado gera compreensão e engajamento em todas as áreas da organização.
- O Base27 atua como extensão da área de inovação das empresas – muitas vezes inexistente ou incipiente. Com uma equipe especializada, o hub entende os desafios e conecta as soluções certas de forma personalizada.
- A atuação do Base permite que as empresas se conectem com tendências e inovações com mais velocidade. A compreensão profunda dos desafios internos garante que as soluções entreguem valor real. Os pilares de conexão e conhecimento sustentam o propósito do hub: gerar valor constante para os negócios.
Conexão com estratégia
- O Base27 entende que inovação só gera impacto quando está conectada aos objetivos da empresa. Por isso, no início de cada ano, a equipe se reúne com os mantenedores para conhecer seus planejamentos estratégicos.
- A partir das metas de cada parceiro, são definidos os KPIs que guiam a atuação conjunta ao longo do ano.
- O hub não aplica uma régua única para todos os negócios. Em vez de métricas genéricas, o foco está no que representa valor para cada cliente. Essa personalização garante mais assertividade nas conexões e soluções propostas.
- A escuta ativa e a construção de indicadores em parceria tornam o trabalho mais próximo da consultoria.
- Em alguns casos, o Base27 se torna a extensão da área de inovação das empresas mantenedoras. A atuação vai além dos eventos: há projetos, matchmaking e apoio direto à execução de ideias.
- Ao acessar os bastidores das empresas, o Base27 percebe que muitas ainda não têm um planejamento estratégico robusto. Quando isso acontece, o hub ajuda a estruturar esse plano, conectando a empresa a parceiros especializados. Só com uma estratégia clara é possível aplicar a inovação com propósito.
- O pilar da conexão se reflete na aproximação entre empresas e soluções reais para seus desafios. Já o conhecimento circula por meio de capacitações, conteúdos e ferramentas aplicáveis no cotidiano. Tudo isso impulsiona negócios tradicionais a avançarem na jornada da inovação.
Modelo partiu das empresas
- Diferente de outros hubs, o Base27 começou como um hub corporativo. As empresas vieram primeiro e foram preparadas para se conectar com startups. O objetivo era fazer com que companhias tradicionais entendessem e incorporassem inovação.
- Quando surgiu a necessidade de estruturar um programa de startups, o Base optou por começar com um piloto. Foram quatro meses com 13 startups para entender suas dores e o que o hub poderia oferecer de valor real. A partir dessa experiência, nasceu um programa com foco em negócios reais.
- A tese construída posiciona o hub como um conector entre startups e corporações. O objetivo não é acelerar empreendedores do zero, mas ajudar startups operacionais a ganharem tração e escala. Isso acontece por meio de conexões com empresas que consomem tecnologia e têm desafios concretos a resolver.
- Startups em fase muito inicial são direcionadas para parceiros como o TecVitória. Quando ganham maturidade, podem retornar ao Base com mais estrutura para fazer negócios. Assim, o ecossistema é retroalimentado de forma estratégica.
- Startups que chegam ao Base27 geralmente já buscam tração e investimento. O hub facilita o contato com investidores, venture builders e outros agentes do ecossistema. Essa rede amplia as oportunidades de crescimento para os empreendedores.
ES ganhando protagonismo
- O estado está se tornando cada vez mais atrativo para startups e investidores. Muitos empreendedores capixabas que atuavam fora estão retornando, percebendo o crescimento do ecossistema local.
- O Espírito Santo já entrou no mapa da inovação do Brasil e começa a ser visto como “a bola da vez”. Todo o ecossistema — governo, instituições, hubs e empreendedores — está trabalhando para fazer o número de startups crescer.
- Ainda é um ecossistema pequeno, mas com muito potencial e gente qualificada. Aumentar a densidade é essencial para manter o ciclo de inovação ativo.
- O Governo do Estado tem feito movimentos estratégicos por meio do Bandes, FAPES, MCI e outros órgãos. Esses investimentos não atraem apenas startups, mas também outros investidores e grandes empresas. A movimentação pública impulsiona a entrada de capital privado e gera confiança no ambiente de negócios.
Espaço de crescimento
- Mesmo com a preocupação sobre haver muitos ambientes e poucas startups, o olhar deve ser de abundância, não de escassez. Se há movimento, investimento e ambiente qualificado, mais empreendedores vão querer estar aqui. Quanto mais estrutura o estado oferecer, mais startups e talentos serão atraídos.
- Há uma expectativa por resultados rápidos, mas inovação leva tempo. O Espírito Santo está no caminho certo, e as instituições têm feito mais do que se imaginava possível.
- O Espírito Santo tem ganhado destaque em rankings, reportagens e eventos nacionais. Os grandes resultados virão no médio e longo prazo, com mais consistência e maturidade.
- Em hubs de inovação, tudo vira tendência rapidamente — e também perde força com a mesma velocidade. Por isso, é importante saber distinguir o que é passageiro do que veio para ficar.
Aprender, desaprender e reaprender
- É preciso rever conceitos e se atualizar constantemente. A Inteligência Arfiticial exige uma nova mentalidade: curiosa, aberta e disposta a experimentar. Estar em um ambiente de inovação ajuda, mas também exige preparo dos próprios ecossistemas.
- Estruturas como o Base27 precisam estar prontas para apoiar as empresas nessa transformação. O papel do hub é conectar, capacitar e acelerar essa adaptação. Isso não vale só para o Brasil — o movimento é global. Empresas do mundo todo estão revendo suas estratégias com foco em IA.
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