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Afinal, as praias do Espírito Santo podem ser “privatizadas”?

Tramita no Senado uma PEC que pode abrir brechas para a “privatização” de praias em todo o país, inclusive no Espírito Santo

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A PEC permite que moradores de terreno de marinha se tornem proprietário mediante pagamento, a chamada “privatização das praias”. Foto: Divulgação

Uma proposta polêmica começou a ser discutida no Senado Federal durante a semana e que, se aprovada, abre brechas para a “privatização” de praias em todo o país, inclusive no Espírito Santo. A proposta é relatada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) antes de ir à votação no plenário. 

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A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que está em debate na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) divide opiniões e prevê o fim da propriedade exclusiva da União sobre os chamados “terrenos de marinha”. No Espírito Santo existem cerca de 51 mil imóveis nessa situação. 

Com isso, abre caminho para que áreas não ocupadas próximas ao litoral sejam comercializadas, já que não serão mais propriedade do Governo Federal. Caso a PEC seja aprovada, a União seria responsável apenas pelas áreas usadas pelo serviço público federal, terrenos não ocupados e regiões com unidades ambientais. 

Caberia aos estados e municípios assumir a posse dos terrenos que tiverem construções de prédios públicos. E, por fim, particulares que já possuem imóveis nestes espaços poderiam receber o terreno mediante o pagamento. 

Para o senador Flávio Bolsonaro, a PEC pode facilitar o registro fundiário e também gerar empregos. O relator apontou que a motivação da PEC é um “sentimento municipalista”. “Os prefeitos conhecem mais a situação dos municípios do que nós aqui do Senado. É um fato: a PEC não privatiza praias”, ponderou Flávio.

O senador capixaba Fabiano Contarato (PT) apresentou um requerimento para debater melhor a PEC. “Esse assunto é delicadíssimo e precisamos analisar com calma antes de ir para votação”, afirmou. 

Para ele, a medida é um perigo à pauta ambiental. “Isso vai favorecer a especulação imobiliária, construção de resorts e um ataque ao meio ambiente. Estamos atentos e vou votar contra essa proposta”, afirmou o parlamentar que defende o fim da cobrança do imposto do terreno de marinha. 

O que são terrenos de marinha?

Os “terrenos de marinha” são imóveis de propriedade da União – em alguns casos a propriedade pertence aos Estados e aos Municípios – que são medidos a partir da linha do preamar médio de 1831 até 33 metros para o continente ou para o interior das ilhas costeiras com sede de município. Além das áreas ao longo da costa, também são considerados terrenos de marinha as margens de rios e lagoas que sofrem influência de marés.


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