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Coluna Vitor Vogas

Giro 360: Manato associa Casagrande ao PT e a… Paulo Hartung

E mais: se não chegar lá, quem Audifax apoiará no 2º turno? E quanto a Aridelmo Teixeira? Veja o que cada um responde

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Principal ameaça à vitória de Renato Casagrande (PSB) no primeiro turno, Manato (PL) tem centrado fogo no atual governador nesta etapa final da campanha, valendo-se de duas estratégias: associá-lo não só a Lula e ao PT como (quem diria?) ao ex-governador Paulo Hartung, ninguém menos que a nêmesis política de Casagrande.

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Na última segunda (19) e na quarta (21), o programa de Manato exibiu um rap cuja letra começa assim: “Um é pouco, dois é bom, três é demais / E nesse caso, já nos dois, andou pra trás”. Trata-se de óbvia alusão aos dois mandatos já acumulados por Casagrande no Palácio Anchieta. Até aí, “tudo normal”.

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Mas o mais interessante vem depois: “Falando em dois, esses dois aí, rapaz / São 20 anos revezando, o mesmo gás”.

“Esses dois aí” são Paulo Hartung (sem partido) e Casagrande, que, rompidos desde 2014, de fato se alternaram no poder estadual nos últimos 20 anos, com três mandatos para o primeiro e dois para o segundo.

O rapper prossegue: “Fingindo briga e querendo sempre mais do mesmo / Se revezando no poder, governando pros amigos”.

E finaliza com uma expressão que pode tanto ser interpretada como referência ao Palácio Anchieta como ao jingle de campanha de Casagrande (“Casa, Casa, Casão…”):

“Tá na hora de sair, meu irmão, desse casarão / Ele não é seu, não / Ele é do povão.”

> “Desumano”: Guerino e Audifax intensificam fogo contra Casagrande

“Escondendo o PT”

Simultaneamente, enquanto a letra do rap afirma que Casagrande “governa pros amigos”, uma inserção de Manato alega que o atual chefe do Executivo Estadual está “escondendo seus amigos”. Para ser mais específico, “escondendo Lula em sua campanha”:

“Por que o atual governador esconde o ex-presidente Lula em sua campanha, se o PSB é vice na chapa de Lula e os dois partidos sempre foram irmão siameses?”, inicia o locutor. Em seguida, insere-se um trecho estrategicamente recortado do vídeo gravado pelo próprio Lula, em meados de julho, para explicar à militância petista no Espírito Santo por que os dirigentes do partido decidiram rifar a candidatura de Fabiano Contarato a governador do estado:

“Para que a gente pudesse apoiar o governador do estado, o nosso companheiro Casagrande.”

Foi a única vez em que o próprio Lula comentou o assunto de maneira pública.

Então, prossegue o locutor, com voz em off:

“Um governo que esconde suas alianças é porque não tem boas ideias e não pensa em novos caminhos. Não dá pra confiar em quem quer enganar você.”

Subliminarmente, o texto contesta o lema da campanha de Casagrande pela reeleição: “Novas ideias para novos desafios”:

> Erick Musso distribui alfinetadas em Rose, Magno, Contarato e Do Val

Não exatamente “siameses”

Sobre a afirmação de que PT e PSB “sempre foram irmãos siameses”, não é bem assim… O PSB de fato apoio os governos Lula e Dilma, mas rompeu com o PT em 2014, quando lançou à Presidência Eduardo Campos. Com a morte de Campos, o PSB concorreu com Marina Silva naquela eleição presidencial. Desde então, PT e PSB se afastaram também no Espírito Santo e não estiveram juntos nas últimas duas eleições estaduais para governador, nem em 2014 nem em 2018.

Cabe acrescentar que muito mais “siameses” com o PT, atualmente, são o PCdoB e o PV, que chegaram a formalizar federação com o partido de Lula (a “Brasil da Esperança”). Até o início do ano, o PSB de Casagrande cogitou ingressar nessa federação, mas preferiu manter sua independência, limitando-se a compor uma coligação nacional com o PT – reproduzida no Espírito Santo.

Corrupção

Manato também tem afirmado que existe corrupção no governo Casagrande: “Deixaram a corrupção tomar conta”.

Audifax sobre o segundo turno

Se houver 2º turno na eleição para governador e Audifax (Rede) não “passar de fase” contra Casagrande, ele automaticamente apoiará o adversário do atual governador? Foi a pergunta que fizemos ao próprio ex-prefeito da Serra.

Audifax respondeu que acredita que estará no 2º turno, mas disse que, “na pior hipótese” (se ele não estiver), não há atrelamento automático com ninguém. Certo mesmo, completa, somente que ele não apoiará Casagrande.

Manato e Guerino Zanon (PSD) anunciaram de antemão que estarão juntos contra Casagrande no 2º turno.

> Por que Ricardo Ferraço não aparece na propaganda eleitoral de Casagrande? 

“Casagrande não é humano”

“Primeiro, acho que é um desrespeito ao eleitor fazer isso agora”, declarou Audifax. “Temos que respeitar a vontade de Deus e do eleitor, e é isso o que quero fazer até a reta final. Segundo que meu sentimento de rua é diferente de pesquisas, e estou muito animado para eu ir para esse 2º turno. Na pior das hipóteses, eu jamais, jamais, ficarei ao lado de Casagrande. Seria um contrassenso da minha parte.”

Ele explica:

“Se o tempo todo estou questionando que ele não é gestor, se o tempo todo estou questionando que está guardando R$ 6 bilhões, se o tempo todo eu falo os absurdos da segurança e da saúde pública… Eu não vou ficar ao lado de uma pessoa que eu vejo que é um péssimo gestor e que agora eu também descubro que não é humano.”

E Aridelmo? “Depende do projeto”

E quanto a Aridelmo Teixeira (Novo)? Assim como Audifax, em eventual 2º turno, ele ao lado de Casagrande com certeza não estará. Mas por acaso apoiará o oponente do governador, seja ele quem for? Segundo Aridelmo, isso vai depender do projeto desse outro candidato:

“O Aridelmo tem uma nova proposta de política. Eu não apoio pessoas. Eu posso apoiar projetos. Então a primeira coisa que teremos que fazer é, após o fim da apuração, analisar cenários e sentar pra conversar sobre projetos para o Espírito Santo. Posso não apoiar nenhum deles. Renato [Casagrande] eu já sei que o ciclo dele é o velho. Esse não tem chances. Agora, o apoio ao 2º colocado para fazer coro com ele depende meramente de projetos.”

Aridelmo com Bolsonaro no 2º turno

Como candidato a governador pelo PTB em 2018, Aridelmo antecipou sua declaração de apoio a Bolsonaro contra Fernando Haddad (PT) no 2º turno presidencial, a dois dias do 1º turno, no debate final da TV Gazeta. O cenário era outro. Seu partido, então, não tinha candidato próprio à Presidência.

Agora, o sócio fundador da faculdade Fucape apoia no 1º turno o candidato do seu partido, Felipe D’Avila (Novo). Mas e em eventual 2º turno entre Lula (PT) e Bolsonaro? Como se posicionará Arildemo? Ele responde:

“No PT, eu já declarei desde a eleição passada que não voto nunca mais. Então, com esse cenário, com certeza vou votar no Bolsonaro no 2º turno.”

Diferentemente da vez passada, ele não antecipará apoio a Bolsonaro no fim do 1º turno. Ficará com Felipe D’Ávila até o fim. “O Novo está construindo um projeto de país.”


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Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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