Coluna Vitor Vogas
Casagrande: “Quem decide se um ciclo termina é a população”
Durante evento em Guaçuí, governador respondeu a adversários que têm anunciado o fim de seu ciclo no poder, como Rigoni e Erick Musso

Renato Casagrande (à direita) discursa em Guaçuí
Foi em Guaçuí, terra natal de Paulo Hartung, na região do Caparaó, durante cerimônia de entregas promovida pelo governo do Estado na última sexta-feira (20). Falando a uma plateia amigável, num palanque repleto de aliados, o governador Renato Casagrande (PSB) respondeu publicamente aos adversários políticos e eleitorais que têm tratado de anunciar, antecipadamente, o fim do seu ciclo à frente do Executivo estadual:
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“Quando tá ruim tem que mudar, tá certo? Mas, quando tá bom, é bom que continue. Eu vejo as pessoas dizendo: ‘Ah, o ciclo de Casagrande e de Hartung já terminou’. Eu vejo alguns adversários dizendo isso. Quem decide se o ciclo termina ou não não é o candidato. Quem decide é a população”, afirmou o governador, ao lado dos deputados estaduais Marcelo Santos (Podemos), Rafael Favatto (Patriota) e Luciano Machado (PSB), que é da região e já governou a cidade.
Casagrande não nominou ninguém – até para não acusar ainda mais o golpe –, mas os destinatários podem ser deduzidos com base em recentes pronunciamentos e entrevistas, inclusive a este signatário. O primeiro a profetizar “o fim do ciclo de 20 anos de Casagrande e Paulo Hartung no poder” foi o deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil), ao lançar sua pré-candidatura ao governo, em março.
Em entrevista à coluna no início deste mês, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), também desafiante de Casagrande, usou a mesma expressão de Rigoni – de quem se aproxima eleitoralmente. No evento de lançamento de Erick, em um clube em Maruípe, na última quinta-feira (19), véspera do discurso de Casagrande em Guaçuí, o ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli, também do Republicanos, disse basicamente a mesma coisa.
Conclusão
Para adversários, é o fim do ciclo; para Casagrande, é o fim da picada.
Em ritmo de campanha
Em todo caso, fica a cada dia mais patente que Casagrande está em pré-campanha não declarada. Não só pelo ritmo aceleradíssimo de entregas e eventos oficiais (tudo, mesmo a mais reles ordem de serviço para a mais banal das obras públicas, vira pretexto para cerimônia aberta, um palanque lotado de aliados e discursos com forte viés político-eleitoral). Também porque ele passou a rebater publicamente críticas, provocações e “previsões” feitas por seus adversários, no contexto da disputa eleitoral.
E querem frase mais evidente em favor da própria reeleição que “quando tá bom, é bom que continue”?
Carone quer o Senado
O empresário Idalécio Carone é anunciado como pré-candidato ao Senado pelo Agir.
Mas e Meneguelli?
O problema é que o Agir já declarou apoio à candidatura ao governo de Erick Musso, logo vai se coligar na eleição majoritária com o Republicanos, que por sua vez já tem um pré-candidato a senador: Sérgio Meneguelli.
Propaganda de Coronel Ramalho
A pré-campanha do coronel Alexandre Ramalho começou a produzir e difundir vídeos em que ele é apresentado e creditado como “pré-candidato ao Senado”, sem meias-palavras.
Vereadores com Ramalho
Em sessão na Câmara de Vitória, na semana passada, vereadores como Denninho Silva (União Brasil) se posicionaram em defesa da pré-candidatura de Ramalho ao Senado. Denninho é aliado do coronel desde os tempos de líder comunitário do bairro Goiabeiras e foi prestigiado pelo então secretário estadual de Segurança em sua campanha à reeleição em 2020.
Preocupação com a concorrência
A preocupação de aliados de Ramalho é que ele seja preterido por Casagrande e que o governador escolha Da Vitória (PP) como candidato ao Senado em sua chapa. O deputado federal tem sido presença constante ao lado de Casagrande em eventos públicos do governo ou com a participação do governador, especialmente pelo interior do Estado – não raro com a senadora Rose de Freitas (MDB) também presente.
Da Vitória onipresente
Na última quarta-feira (18), na cerimônia de posse da nova diretoria do Sindiex, Casagrande foi ladeado por Da Vitória e por Rose. Nessa segunda (23), durante anúncios para a cidade de Vila Velha, no feriado da Colonização do Solo Espírito-Santense, quem estava lá, à sombra de Casagrande? Da Vitória.
Eleição à vista na CMV
A eleição da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de Vitória deve ocorrer na primeira quinzena de agosto, e as movimentações internas já foram desencadeadas. Para suceder o atual presidente da Casa, Davi Esmael (PSD), os atuais favoritos são os vereadores Duda Brasil (União Brasil), líder do prefeito Pazolini (Republicanos), e André Brandino (PSC).
A barca de Xambinho retorna
Após o rompante do presidente da Assembleia, Erick Musso, que no último dia 13 exonerou de uma só vez 12 comissionados indicados pelo deputado Alexandre Xambinho (PSC), esses servidores vão sendo reincorporados aos poucos aos antigos cargos. Alguns já foram renomeados.
Erick havia mandado a barca embora em presumível retaliação a Xambinho pela proximidade do deputado com Casagrande, apesar de o PSC apoiar a pré-candidatura do presidente da Assembleia.
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