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Avaliação de Empresas baseada nos Números Contábeis

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Por José Elias Feres de Almeida

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É comum que profissionais e estudantes da área de administração, contabilidade, economia e áreas afins, estudem e apliquem modelos de valuation (avaliação de empresas).

O modelo de Valor Presente Líquido (VPL) é a porta de entrada para o tema, mas a questão que fica no ar é a seguinte: qual o melhor modelo de avaliação? A resposta é: depende. Podemos elencar diversos modelos que usam projeções de dividendos, fluxos de caixa e lucros das empresas, que chamamos de abordagem da receita (ou renda). Além disso, empresas de diferentes setores demandam modelos diferentes.

A literatura sobre o tema evoluiu bastante, todavia, em síntese, todos os modelos possuem o mesmo objetivo: mensurar o valor justo das empresas. Não obstante, para que os modelos funcionem bem, são necessárias premissas consistentes, tais como: premissas de crescimento das receitas, dos lucros, da economia ou do setor da empresa, do custo de capital (taxa de desconto dos fluxos), entre outras.

Especificamente sobre os modelos de avaliação de empresas, eles podem ter perpetuidade ou não, ter dois estágios de crescimento, ou crescimento esperado constante e depois a perpetuidade. Enfim, cabe aos avaliadores ou analistas definirem o modelo mais adequado para cada caso em específico.

Para compreensão dos sistemas e da relação entre eles, podemos partir do modelo clássico de dividendos, em que os fluxos de dividendos são projetados no longo prazo (5 ou 10 anos) e uma perpetuidade, os quais são trazidos a valor presente por uma taxa de desconto.

O modelo mais básico de dividendos descontados é o seguinte:

Em que:

Div = dividendos projetados ao longo dos anos;

r = taxa de desconto (custo médio ponderado de capital ou WACC em inglês);

R = 1/(1+r);

PERP = Perpetuidade;

g = taxa de crescimento.

A mesma lógica valerá para modelos de fluxos de caixa descontados ou de lucros. Contudo, temos modelos que utilizam os números extraídos diretamente das demonstrações contábeis para avaliar empresas. Esse é o caso do modelo de avaliação baseado em lucros residuais (Residual Income Valuation – RIV). O modelo possui, como âncora, o patrimônio líquido (PL) na data de avaliação (t0), além dos fluxos futuros de lucros residuais projetados trazidos a valor presente, que capitalizam o PL defasado pelo custo histórico.

O modelo é o seguinte:

LR = Lucros residuais (ou anormais): Lucro Líquido – r*PLt-1

Esse modelo proporciona muita praticidade e facilidade aos investidores e analistas, permitindo usar como inputs os números contábeis disponíveis, bem como reduzir significativamente as premissas para calcular o fluxo de caixa livre das empresas.

Existem outras versões e propostas na literatura e nas normas técnicas de avaliação. Se utilizarmos as companhias abertas listadas em Bolsas de Valores, poderíamos comparar o valor encontrado com o preço atual da ação; mas isso também pode ser aplicado em empresas fechadas.

Resumidamente, cabe a cada analista ou investidor utilizar os modelos mais adequados à realidade das empresas avaliadas no momento.

Sobre o autor

José Elias Feres Almeida. Foto: Divulgação

José Elias Feres Almeida. Foto: Divulgação

José Elias Feres de Almeida é professor associado do Departamento de Ciências Contábeis da UFES. Foi professor/pesquisador visitante nos Estados Unidos (Dallas e Illinois) e Alemanha (Stuttgart). Foi conselheiro fiscal do Banestes e board member da European Accounting Association. Cogestor de Clube de Investimentos. Possui experiência em Governança Corporativa, Valuation, Contabilidade (IFRS) e Finanças.


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