Quem está com quem no 2º turno na Serra: os apoios de Pablo Muribeca

Pablo Muribeca (ao centro, de chapéu), rodeado por apoiadores que se juntaram à sua campanha no 2º turno

Nesta quinta-feira (17), dobramos o Cabo das Tormentas (ou da Boa Esperança): acabamos de superar a metade do período de três semanas do 2º turno da eleição à Prefeitura da Serra, entre Weverson Meireles (PDT) e Pablo Muribeca (Republicanos). A fase de prospecção de novos apoiadores está praticamente encerrada. Por isso, nesta e na próxima coluna, destacamos os principais aliados de ambos nessa acirrada disputa, começando pelo deputado do Republicanos.

A primeira fileira de apoiadores de Muribeca está no seu próprio partido, começando pelo presidente estadual do Republicanos: o ex-presidente da Assembleia Legislativa Erick Musso, entregue de corpo e alma à campanha desde o 1º turno e concentrado nela full time agora, no 2º. O próprio Erick se define como “uma espécie de CEO do movimento, organizando e dando as diretrizes”.

Erick tem ficado direto no QG da campanha, em Serra Sede, além de cumprir, voluntariamente (e por gostar mesmo da tarefa), a inusitada função de “puxador” das carreatas e trios elétricos do candidato. Sem largar o microfone, Erick impressiona pelo fôlego e pelo vozeirão, animando as carretas ao lado de Muribeca por onde passam, a plenos pulmões.

Outros protagonistas do Republicanos no Espírito Santo também estão firmes com Muribeca. Entre eles, os dois deputados federais da sigla (Amaro Neto e Messias Donato), os deputados estaduais Sérgio Meneguelli (de Colatina) e Alcântaro Filho (de Aracruz) e o prefeito reeleito de Vitória, Lorenzo Pazolini.

Meneguelli e Pazolini estiveram com Muribeca na Serra em pelo menos uma atividade de rua durante o 1º turno. O prefeito de Vitória fez uma caminhada ao seu lado na Avenida Central de Laranjeiras. Todos eles, inclusive o prefeito de Vitória, são esperados no palanque do candidato em um grande comício chamado “Virada 10”, planejado para a próxima terça-feira (22), às 19h, no Centro Comunitário de Laranjeiras.

Além dos atores do Republicanos, Muribeca conta, desde o 1º turno, com o apoio pessoal e presencial do presidente da Assembleia, Marcelo Santos (União Brasil), e do presidente estadual do PSD, Renzo Vasconcelos, agora eleito prefeito de Colatina. O PSD é o principal parceiro do Republicanos na coligação de Muribeca. Marcelo e Renzo também são esperados no evento da próxima terça.

> Quem está com quem no 2º turno na Serra: os apoios de Weverson Meireles

O espólio de Audifax e de Igor Elson

Outro ponto são os novos apoios, que chegaram no 2º turno. Aí entra boa parte do “espólio eleitoral” de dois candidatos derrotados no 1º turno: o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP) e o vereador Igor Elson (PL).

Segundo Erick, a coordenação de campanha de Audifax agora está praticamente toda com Muribeca. Isso inclui o ex-vereador Miguel da Policlínica, presidente municipal do PP, o ex-vereador Adir Paiva, também do PP. Os dois são homens de confiança de Audifax e participaram da coordenação da campanha do ex-prefeito no 1º turno.

Da trincheira do Partido Liberal (PL), Muribeca já recebeu o apoio explícito e declarado do deputado federal Gilvan, do deputado estadual Lucas Polese e do policial militar e pastor Cabo Cassotto. Quem também aderiu à campanha foi Cláudio Melo, importante colaborador da campanha de Igor Elson no 1º turno. O próprio Igor, após declarar neutralidade no 2º turno, publicou um segundo vídeo em que não chega a declarar apoio a Muribeca, mas se declara contra a esquerda no poder na Serra (nas entrelinhas, contra a eleição de Weverson, candidato do PDT).

Mesma linha foi seguida pelo Partido Liberal. A posição institucional do partido não é de apoio aberto a Muribeca. Mas o apoio ficou implícito em nota oficial divulgada na última quinta-feira (10) e assinada pelo senador Magno Malta, presidente estadual da legenda, e por Valdemar Costa Neto, o presidente nacional.

A orientação de voto no candidato do Republicano é deduzida e extraída das entrelinhas da nota, na qual Magno e Valdemar ressaltam a luta contra o “esquerdismo” (o PDT, no caso), lembrando que o partido de Weverson e Sergio Vidigal foi o autor da ação que culminou com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, por decisão do TSE, em 2023.

Diferentemente do PDT – que recusou publicamente o apoio do PT –, Erick afirma que o Republicanos recebe de bom grado o apoio de membros do PL, ainda que o partido não tenha declarado apoio oficial ao candidato.

> O “NÃO” do PDT ao PT e a contaminação ideológica da eleição na Serra

“Claro! Recebemos, sim. Não acho que o PL esteja apoiando o Pablo, porque isso não foi dito na nota. Mas eles estão orientando a votar contra a esquerda. Ora, só tem dois candidatos. Ao dizer isso, ‘não votem no PDT’, eles naturalmente estão indicando voto no Pablo”, afirma Erick.

Quanto à posição pública do PDT em recusar o apoio do PT, o presidente estadual do Republicanos a classifica como uma “falácia”:

“Isso é uma falácia! O PDT e o PT são gêmeos siameses. São do mesmo ninho. Nasceram da mesma placenta. Não dá para as pessoas negarem os seus aliados, os seus apoios, o que foi feito, não dá para negar a história. Não dá para negar que Carlos Lupi é aliado de Lula há 30 anos, desde os tempos de Brizola. E não dá para querer ganhar uma eleição a qualquer custo. Isso é só uma estratégia de marketing para dizer que eles não são ligados à esquerda.”

Voltando ao apoio do PL, Erick traça um paralelo:

“Seria a mesma coisa que eu dizer ‘ah, eu sou conservador, mas não aceito o PL’. Ora, cada um do seu jeito, nós defendemos a mesma coisa, uns mais moderados e equilibrados, outros de um jeito mais ríspido, mas nós defendemos a mesma coisa. Quem defendeu a vida inteira no Congresso as pautas de esquerda vai querer agora dizer que não é esquerda? Quem assinou a representação contra Bolsonaro quer agora dizer que não é esquerda? Cada um faz as coisas de acordo com a sua consciência. Eu respeito”, encerra o presidente estadual do Republicanos.

Pablo Muribeca tem comitê de campanha às margens da BR 101, na entrada para o bairro Laranjeiras. Quem cuida do seu marketing eleitoral, desde o 1º turno, é a Agência Acrópole (a mesma que fez a campanha de Pazolini em 2020 e desta vez). O candidato também conta com consultoria do publicitário Darlan Campos.

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