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Coluna Vitor Vogas

PT quer apoio de Casagrande, PSB e até partidos de centro em Vitória

Presidente do PT-ES, deputada Jack Rocha defende uma “união de esforços”, já no 1º turno, com siglas como PSB, PSDB/Cidadania, PSD, MDB, Podemos e PDT

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Jack Rocha é a presidente do PT no Espírito Santo. Foto: Reprodução Facebook

Presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Jack Rocha confirma: a candidatura de João Coser a prefeito de Vitória é prioridade não só para o PT do Espírito Santo, mas também para a direção nacional do partido (aliás, da Federação Brasil da Esperança, também formada por PV e PCdoB). É encarada internamente como a chance mais real de o PT chegar ao governo de uma capital na Região Sudeste.

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Não se pode duvidar da força da federação puxada pelo PT. Com a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, a Febrasil tem bases sociais, dinheiro para a campanha e tempo de TV. O fato porém é que, à parte o PV e o PCdoB, a candidatura de João Coser em Vitória está hoje isolada, sem aliança com nenhum outro partido.

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Mas não no que depender de Jack Rocha.

A menos de dois meses e meio da largada oficial da campanha, ela mantém a esperança de atrair o apoio não só de partidos aliados ao PT nacionalmente como também de agentes políticos importantes do Espírito Santo, começando pelo mais importante deles: o governador Renato Casagrande (PSB). Segundo ela, o PT espera que Casagrande manifeste apoio a Coser já no 1º turno: “Seria bastante importante ter o apoio do governador”.

A deputada e dirigente do PT-ES quer o apoio pessoal de Casagrande, mas, na esteira dele, também o do PSB. O PT apoiou a reeleição de Casagrande e está no seu atual governo, com uma secretaria (Esportes) e subsecretarias. O partido do governador está no governo Lula, com ministérios e, acima de tudo, com o vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Eu sou uma daquelas que defendo que o PSB precisa ficar conosco, que o governador poderia entrar no 1º turno, claro. Acho que é uma posição política. Não existe neutralidade”, argumenta Jack Rocha.

Perguntamos à presidente do PT-ES se, para obter o apoio de Casagrande e do PSB a João Coser, o PT teria de fazer um gesto em troca mirando a eleição estadual seguinte, em 2026 (alguma concessão ao PSB nas definições de candidaturas majoritárias), e se o governador está pedindo isso aos petistas. Jack Rocha responde que não.

“No momento certo, o governo pode se manifestar, ou até mesmo ele, como pessoa, pode se manifestar. Ele sempre foi bastante cordial conosco do PT. O partido faz parte hoje da base do governo. Mas a gente fala realmente de ter uma união de esforços para ajudar a governar o Espírito Santo e as cidades.”

Atenção a essa expressão usada por Jack Rocha: “união de esforços” (tornaremos logo a ela). Antes, é preciso atalhar que o que a deputada está idealizando demonstra-se, hoje, muito pouco plausível: tanto o apoio do governador como o do PSB. O próprio Casagrande já afirmou, no fim do ano passado, em entrevista à TV Capixaba: em cidades onde haja dois ou mais aliados dele na disputa pela prefeitura, ele não se posicionará pessoalmente a favor de um ou de outro no 1º turno.

É, sem tirar nem pôr, o caso de Vitória. Na Capital, além de João Coser (correndo pelo lado esquerdo), haverá um candidato de centro, também aliado do Palácio Anchieta, concorrendo contra o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Conforme o quadro desenhado no momento, esse segundo candidato governista vai liderar uma coligação de centro formada por seis partidos: a Federação PSDB/Cidadania, o PSD, o MDB, o União Brasil e o PSB. Hoje, o representante eleitoral dessa frente pode ser ou o deputado estadual Fabrício Gandini (PSD) ou o ex-prefeito Luiz Paulo (PSDB), com favoritismo para o segundo.

Importante frisar que tal movimento é incentivado inclusive pelo próprio Casagrande. Além disso, emblemática é a presença do PSB nessa coligação em gestação, a qual tem no deputado estadual Tyago Hoffmann, da legenda do governador, um dos seus principais articuladores.

Portanto, neste ponto do processo eleitoral em Vitória, esses seis partidos que vão da centro-esquerda à centro-direita, incluindo o PSB, estão juntos não com o PT, mas unidos entre si numa coalizão que alguns deles chamam de “frente ampla de centro”. O movimento desse grupo passa ao largo de uma possível aliança com o PT, pelo menos no 1º turno, colocando-se precisamente como alternativa ao PT para enfrentar e derrotar o conservador Pazolini (como uma “terceira via” ou algo assim).

Em eventual 2º turno contra Pazolini, passando Coser ou o candidato desse grupo, aí sim poderia haver uma aproximação entre os candidatos aliados do governo Casagrande, nessa “união de esforços” conclamada por Jack Rocha a fim de derrotar o atual prefeito e sua agenda.

Jack Rocha não pensa assim. Acha que ainda dá para todas essas forças se unirem em um grande movimento de 1º turno.

Perguntamos à deputada se, em Vitória, ela acredita ainda ser possível a atração do PDT, parceiro histórico do PT no campo progressista e aliado do governo Lula, para o palanque de Coser. Hoje, o PDT também tem seu próprio pré-candidato a prefeito da Capital: o ex-deputado estadual Sergio Majeski. Surpreendendo, Jack Rocha responde acreditar numa aliança (de 1º turno!) não somente com o PDT, mas com todos os partidos de centro enumerados acima (muitos dos quais também parceiros do governo Lula), em torno da candidatura de Coser:

“Não só o PDT. Eu sou a pessoa que não vou desistir de conversar com todos os partidos que puder, para eles serem convencidos de que temos um projeto para a cidade de Vitória. O PDT, o PSB, o MDB, o PSDB/Cidadania, o PSD do Gandini, enfim, acho que precisamos pelo menos ter uma coisa em comum nesse cenário. Cada pessoa que tem representado um projeto político-partidário e se colocou como pré-candidato, a Camila Valadão, o Sergio Majeski, o Luiz Paulo, a Capitã Estéfane…”, afirma a presidente estadual do PT, incluindo na conta a atual vice-prefeita, pré-candidata à Prefeitura de Vitória pelo Podemos.

A deputada frisa: “Acredito que temos que ter uma mesa ampla com todos esses partidos: PDT, PSB, MDB, PSDB/Cidadania, PSD… e criar um movimento de sinergia para a cidade de Vitória”.

A “união de esforços”, na sua concepção, deveria ocorrer já na primeira etapa do processo: “Eu acredito que o que puder ser feito para agregar no 1º turno é importante”. Importante, segundo ela, não propriamente para eles derrotarem Pazolini, mas “para derrotarem uma agenda”. E aí vêm suas críticas à atual administração:

“Vitória hoje é uma cidade apagada. Não só por um ‘apagão’ literal, pelo fato de a cidade estar escura, mas é uma cidade apagada no sentido das oportunidades. É uma cidade em que vemos uma distância muito grande entre as partes altas e o asfalto. O Centro de Vitória está abandonado. Então não se trata de derrotar um nome, mas de derrotar uma agenda que vem trazendo retrocesso”, critica ela, citando a piora dos indicadores de violência na Capital em 2023.

Do “apagão” ao “afagão”

Jack Rocha deixa inclusive um afago grande em Luiz Paulo:

“Na verdade, precisamos nos unir em torno de uma agenda que traga esperança para a cidade. A gestão do João [2005-2012] e a gestão do Luiz Paulo [1997-2004] foram gestões históricas para a cidade, assim como a própria gestão do Vitor Buaiz [1989-1992], que têm legados até hoje e foram de certa forma inovadoras.”

O PSol de Camila

Jack Rocha diz também acreditar em uma aliança em Vitória, já no 1º turno, com a outra federação de esquerda, formada pelo PSol com a Rede Sustentabilidade. Hoje, essa federação tem a pré-candidatura da deputada estadual Camila Valadão, do PSol. “Acredito que tem todas as possibilidades. Acredito que a Capital tem um papel diferenciado quando falamos da geopolítica nestas eleições”, afirma a dirigente petista.

Perguntamos a ela se o convencimento de Camila e do PSol pode passar pela situação de São Paulo, como uma espécie de compensação cobrada do PSol pelo PT. Afinal, na maior cidade do Brasil, o PT decidiu apoiar a candidatura a prefeito do deputado federal psolista Guilherme Boulos.

“Pode passar pela situação de São Paulo, mas nós aqui no Espírito Santo acreditamos que o diálogo tem que partir aqui do município. É aqui que as coisas acontecem. Não pode soar como uma intervenção nacional nem como uma troca, São Paulo por Vitória, não pode ser assim”, responde Jack.

PT e PDT; Vitória e Serra

Falando em “trocas”, se a prioridade absoluta do PT no Espírito Santo é eleger Coser em Vitória, a do PDT, sabem-no todos, é a preservação do poder na cidade mais populosa do Estado. Na Serra, governada pelo partido em cinco das últimas sete administrações, o atual prefeito, Sergio Vidigal, lançou à sucessão Weverson Meireles, também pedetista. Na cidade, o PT também tem pré-candidato próprio: o ex-deputado estadual Roberto Carlos.

Perguntamos, pois, a Jack Rocha: por acaso o PT pode buscar firmar, nos próximos dois meses, uma aliança com o PDT em Vitória, para fortalecer a chapa de João Coser, em sacrifício da candidatura de Roberto Carlos na Serra? Nesse caso, o PDT de Vidigal toparia retirar a pré-candidatura de Majeski na Capital; o PT, em contrapartida, desistiria da sua empreitada na Serra para apoiar o candidato do PDT.

Jack Rocha refuta a possibilidade. “Essa hipótese não veio para a mesa. Ela não é concreta. É claro que isso pode ser discutido, mas hoje não vejo que seja uma situação possível.”

O declínio da “geopolítica” e o olhar de todos em 2026

A presidente estadual do PT salienta que fez questão de dialogar com os prefeitos da Serra, de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), e de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), todos candidatos à reeleição, e com os respectivos partidos, até porque tanto o PDT quanto o Podemos e o MDB são bem relacionados com o PT nacionalmente e têm cargos no governo Lula.

“O PT procurou conversar com todos esses partidos que têm prefeitos que vão para a reeleição na Grande Vitória, exceto na Capital. Enquanto agremiação partidária, buscamos o diálogo com todos esses prefeitos e seus partidos, numa posição muito respeitosa, porque quem foi eleito tem direito à reeleição. Isso é natural.”

Segundo ela, diferentemente de eleições estaduais anteriores, desta vez ninguém está muto interessado em “alianças geopolíticas” – aquelas que, para serem firmadas em determinado município, levam em conta contrapartidas em outras cidades e a distribuição das forças partidárias por todo o mapa político do Espírito Santo, a fim de promover certo “equilíbrio de forças” entre aliados em um contexto macropolítico.

Como deixa implícito Jack Rocha, com a expectativa de poder aguçada pelo fim da Era Casagrande em 2026, todo mundo está preferindo correr na própria raia nesta disputa municipal. Afinal, quem sair grande das urnas em outubro ganhará muitos pontos para sonhar com um salto maior na disputa pelo Executivo Estadual daqui a dois anos. Diz a deputada:

“Até a gente especula: ‘A gente apoia o MDB em um lugar, o Podemos no outro, o PDT no outro, e todo mundo vem com a gente em Vitória’. Mas, na vida real das cidades e dos dirigentes partidários, não é isso o que acontece. Está todo mundo pensando ou em 2024 ou um pouquinho mais além, em 2026. O cenário de 2026 está embolando o meio de campo. É preciso que sejamos bastante sinceros quanto a isso. Então, nesse caso, o PT optou por apresentar o que pensamos para as cidades”.

Isso vale para o Podemos (com Arnaldinho e Gilson Daniel), para o MDB (com Ricardo Ferraço e Euclério), para o PDT (com Vidigal), para o PSB de Casagrande… E, é claro, vale para o próprio PT: se o partido for bem no Estado neste pleito municipal, especialmente se retornar ao governo na Capital, ganha força para suas possíveis candidaturas majoritárias, ao Senado e/ou ao Governo do Estado em 2026, com Contarato e/ou Helder Salomão.

Meta: de zero para cima, tudo é lucro

Nas últimas duas eleições municipais, o PT acumulou resultados pífios no Espírito Santo. Em 2016, elegeu um prefeito, o da pequena Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, e mesmo assim o eleito, Alencar Marim, deixou a sigla no meio do mandato; em 2020, não fez o governante de nem um sequer dos 78 municípios capixabas. Hoje, o PT só tem um vice-prefeito (o da pequenina Águia Branca) e 13 (você não leu errado) vereadores em todo o território capixaba.

Por evidente, são números patéticos quando paramos para pensar no tamanho e na história do PT em nível nacional e, inclusive, estadual. É como se o Flamengo, clube de maior torcida do Brasil e dono de uma galeria de títulos nacionais e internacionais, se visse de repente disputando a quarta ou a quinta divisão do Campeonato Carioca.

O processo de “reerguimento” do PT no Espírito Santo começou na última eleição estadual, com a vitória de dois deputados federais (Helder e a própria Jack) e de dois estaduais (Coser e Iriny Lopes). A chegada do senador Contarato, eleito pela Rede em 2018, também contribuiu nesse sentido.

Para esta eleição, visando começar o processo de retomada da força do PT nos municípios (de novo: também pensando na próxima disputa estadual e presidencial em 2026), o partido, segundo Jack Rocha, deve lançar candidatos a prefeito em 21 cidades capixabas, além de muitas chapas completas de vereadores.

Na lista há cidades pequenas, como Muniz Freire, Pinheiros e Pedro Canário. Mas o que chama a atenção é que hoje, em quase todas as maiores cidades capixabas, o PT tem pré-candidato próprio. A lista inclui Vitória (Coser), Serra (Roberto Carlos), Cariacica (Célia Tavares), Vila Velha (Babá), Cachoeiro de Itapemirim (Carlos Casteglione), Linhares (Zé Carlos Elias) e São Mateus (Professora Zenilza Pauli).

Resolução nacional do PT delega à Executiva Nacional do partido decidir sobre as candidaturas e estratégias nas disputas majoritárias em todas as cidades do país com mais de 100 mil eleitores. No decorrer de maio, a Executiva Nacional aprovou as candidaturas do PT em Vitória, Serra, Cariacica, Vila Velha, Cachoeiro e Linhares. Só falta agora o carimbo da direção nacional da Febrasil e a homologação em convenção municipal (de 20 de julho a 5 de agosto).

Aparentemente vacinada, Jack Rocha evita precisar uma meta numérica (no começo de 2020, em entrevista a mim em A Gazeta, ela estimou um número absurdo, não me lembro se 15 ou 20 prefeitos eleitos naquele ano; o PT não faria nenhum).

“Toda soma que você faz a partir de zero é um resultado positivo”, formula a dirigente. É uma verdade óbvia, mas não deixa de ser uma verdade. Se “pior do que está não fica”, o PT nesta eleição só pode “crescer para cima” no Espírito Santo: com qualquer resultado diferente de zero, o partido já estará no lucro.

“Seria muita pretensão minha dizer que queremos eleger tantos ou tantos prefeitos. Mas, dentro da realidade que temos hoje, acredito que precisamos minimamente garantir aquilo que vimos construindo junto com o PT nacional: ocupar as Câmaras de Vereadores e disputar as cidades”, sublinha ela. “A nossa meta é consolidar esse movimento de ter prefeitos eleitos do PT e prefeitos aliados ao nosso programa junto ao governo do presidente Lula.”

A disputa interna com o PV em Cariacica: “Célia tem a vantagem”

Federado com o PV e com o PCdoB, o PT, como confirma Jack Rocha, decidiu apoiar o ex-secretário estadual de Meio Ambiente Fabrício Machado, presidente estadual do PV, a prefeito de Viana. Segundo ela, a relação com os verdes, sócios dos petistas na Febrasil, é muito boa, obrigado.

Isso não tem impedido, porém, o surgimento de alguns ruídos e trombadas entre os parceiros. A mais flagrante delas tem se dado em Cariacica. Na cidade já governada por Helder Salomão, muito mais do que aliados, PT e PV estão parecendo inimigos íntimos. De maneira ruidosa, lançaram-se numa concorrência interna pela primazia da indicação do/a candidato/a à Prefeitura. Enquanto o PT quer emplacar Célia Tavares, o PV, presidido na cidade pelo ex-vereador César Lucas (aliado de Euclério), lançou o ex-presidente da Câmara Heliomar Costa Novais.

Jack Rocha enaltece o PV e o instrumento da federação, mas ressalta que, na sua visão, Célia leva vantagem nessa concorrência interna e explica por quê:

“Temos uma ótima relação com o PV, tanto em nível de Estado como em nível dos municípios. Cada partido tem uma estratégia. Dentro da federação, temos um estatuto que é nacional. É por isso que a decisão não é aqui, porque você não registra uma federação em cada cidade, como você faz com os partidos políticos. Mas você cria as comissões provisórias que definem. Só que essa decisão é referendada pela federação em nível nacional, pela Comissão Executiva Nacional formada pelos três partidos. A Célia leva vantagem não por conta da composição em nível nacional. Em 2018, Célia foi candidata ao Senado. Em 2020, Célia foi candidata a prefeita. Hoje, ela está coordenando o escritório do Ministério da Cultura no Espírito Santo. Tem feito um bom trabalho”.

A presidente estadual do PT dá a entender que a persistência da pré-candidatura do PV em Cariacica é parte de uma estratégia do partido para fortalecer seus candidatos a vereador na chapa a ser montada pela Febrasil na cidade:

“O PV é um partido muito importante. Realmente não temos nenhum tipo de problema com o PV nem do Espírito Santo nem dos diretórios municipais. Isso faz parte de um movimento local que tem, na visão deles, uma estratégia de colocação, inclusive com as candidaturas proporcionais, e ao longo do tempo isso vai ser discutido. O nosso objetivo é pacificar e fortalecer a federação, que é um instrumento muito importante”.

Linhares: o complicado caso de Zé Carlos Elias

Por fim, na maior cidade do Norte do Espírito Santo, o PT filiou o ex-prefeito e ex-deputado estadual e federal José Carlos Elias e o trata como pré-candidato a prefeito, como confirma Jack Rocha. Mas ninguém tem a menor segurança de que ele poderá mesmo disputar. Nem mesmo a dirigente estadual põe a mão no fogo por isso:

“Temos um movimento de pré-candidatura. Recebemos recentemente a filiação do Zé Carlos Elias, que tem algumas coisas que antecedem a vinda dele ao partido. Mais do que pré-candidato, é uma pessoa que entra no partido para somar, com uma trajetória. O Zé Carlos responde a um processo e estava inelegível durante um período. Ele precisa inclusive fazer essa prestação de contas à Justiça”.

Na verdade, como já demonstrado aqui, o ex-prefeito ainda está inelegível, à luz da Lei da Ficha Limpa, e corre o seríssimo risco de ter o pedido de registro de candidatura negado pela Justiça Eleitoral, caso insista em tentar obtê-lo.

Tirando por menos, Jack Rocha sugere que, ainda que a pré-candidatura majoritária não prospere em Linhares, ela já cumpre o importante papel de fortalecimento da chapa de vereadores. Na maior cidade acima do Rio Doce, o PT terá uma chapa completa.

“O que foi feito foi o seguinte: o PT filiou um quadro, que já foi prefeito, que já foi deputado. Ele é um pré-candidato. A gente espera que dê certo. E é uma grande ajuda para a chapa proporcional em Linhares”, encerra ela.


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