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Coluna Vitor Vogas

Giro 360: Caminho é liberado para Vandinho e Assembleia terá nova CPI

Para atrair ovelha desgarrada de volta para a base, líderes governistas fizeram movimento que permite a Vandinho, finalmente, emplacar sua CPI da Regularização Fundiária. E mais: Amunes sob nova direção, em chapa única abençoada pelo governo Casagrande; Jaqueta jeans de Meneguelli pode estar por um fio; Coser e Pazolini lado a lado

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Da esquerda para a direita: Tyago Hoffmann, Xambinho, Dary Pagung e Vandinho Leite. Foto: Lucas S. Costa/Ales

Vandinho Leite (PSDB) tentou a primeira vez, bateu na trave. Tentou a segunda vez, bateu na outra trave. Agora, o caminho está aberto para que ele enfim consiga emplacar a sua CPI para investigar denúncias de irregularidades nos procedimentos de regularização fundiária em todo o território capixaba, entre outras questões.

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O Regimento Interno da Assembleia só permite que cinco CPIs funcionem ao mesmo tempo, e o critério adotado pelo presidente Marcelo Santos (Podemos) para ler e autorizar a criação foi a ordem em que os requerimentos foram protocolados no sistema de processos eletrônicos internos (o Ales Digital).

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No dia 1º de fevereiro, o primeiro do ano legislativo, a de Vandinho foi a sexta CPI a ser protocolada. No dia 7 de fevereiro, Marcelo leu em plenário as cinco primeiras. Vandinho reclamou de manobra do deputado Mazinho dos Anjos (PSDB), da base. Marcelo então cancelou tudo e abriu um novo prazo, no dia 16 de fevereiro. O requerimento de Vandinho, novamente, foi o sexto a dar entrada no sistema.

Por esse e outros motivos – o maior deles: a “invertida” sofrida na eleição da Mesa Diretora –, Vandinho vem ameaçando desgarrar-se da base. No plenário, tem votado frequentemente contra o governo e com a oposição declarada. Foi assim, por exemplo, na votação do projeto de decreto legislativo de Callegari (PL) para anular os efeitos de portaria de fevereiro do governador Renato Casagrande (PSB) que regulamenta o uso de 70 câmeras em uniformes de policiais penais em certas ocorrências, como intervenção e contenção de detentos.

Na sessão de 15 de fevereiro, da tribuna, após ajudar a impor uma surpreendente derrota ao governo em plenário, Vandinho foi explícito: disse que o governo estava atendendo mais alguns deputados e partidos, outros menos.

Como agentes governistas já admitiam reservadamente, uma das condições importantes para “trazer Vandinho de volta” era dar um jeito para que a sua bendita CPI pudesse enfim sair da fila. Para isso, o líder do governo, Dary Pagung (PSB), e Marcelo Santos estavam buscando uma solução política. E esta agora foi dada pelo vice-líder do governo, Tyago Hoffmann (PSB).

A mais simples solução para resolver o problema de Vandinho seria tirar da frente dele uma das cinco CPIs já instauradas, fazendo a fila andar. Para isso, porém, alguém teria de desistir da própria CPI – em condições normais, algo difícil até de imaginar. Mas Tyago não fez cerimônia e tratou de lhe fazer esse obséquio.

Autor e presidente da CPI criada “para apurar, investigar e fiscalizar o cumprimento dos contratos de concessão de rodovias no estado do Espírito Santo”, o vice-líder de Casagrande simplesmente abortou a comissão após já ter inaugurado os trabalhos, o que é absolutamente raro.

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Tyago protocolou ofício endereçado à Mesa Diretora, lido na sessão de ontem (21), informando que, em reunião realizada no último dia 14, no plenário da Assembleia, “foi deliberado o encerramento dos trabalhos, bem como o arquivamento da referida Comissão de Inquérito”.

Portanto, nem bem foi instaurada, a CPI de Tyago já acabou, em um grande fogo de palha. A sensação que fica é a de que foi criada apenas para não funcionar.

Tyago Hoffmann e Dary Pagung, respectivamente vice-líder e líder do governo. Foto: JVAndrade/Ales

Pura estratégia de defesa

Para este colunista, é mais um forte indício, para não dizer evidência, de que a estratégia do governo Casagrande foi ocupar todas as vagas possíveis, isto é, usar governistas para propor um grande número de CPIs logo no início dos trabalhos legislativos – qualquer CPI, a qualquer pretexto, para apurar o que fosse –, só para preencher e controlar todas as cinco comissões possíveis e não deixar a oposição criar nenhuma.

Para ficar em um único exemplo: Dary, o líder do governo, como proponente e presidente da CPI para investigar abuso sexual e violência contra crianças e adolescentes? Tudo normal, não fosse o fato de que o veterano deputado, em muitos anos de Assembleia, mostrou pouquíssima identificação com o tema.

Foi uma estratégia, enfim, de defesa: ocupar e guardar todos os espaços no campo, para não deixar a oposição atacar em nenhuma frente. Controlando os trabalhos de todas as CPIs em simultâneo, o governo não quis correr o risco de ver a oposição se criar.

E, agora que as coisas estão sob controle, parece que enfim vão deixar Vandinho criar a dele.

Amunes: “Sindicato dos Prefeitos do ES” sob nova direção

O prefeito de Ibatiba, Luciano Pingo, será o novo presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes). Atual vice-presidente da entidade, ele encabeça a única chapa inscrita na eleição marcada para o próximo dia 31.

A Amunes é uma entidade sem fins lucrativos formada pelos prefeitos capixabas, cujo objetivo é representar os interesses dos municípios nas negociações com os governos estadual e federal, a Assembleia Legislativa e outras instituições.

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Pingo substituirá na presidência o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho, eleito em março de 2021. O mandato do presidente é de um biênio, com direito a uma recondução, mas Victor preferiu não disputar, respeitando um acordo firmado com Pingo na eleição passada.

Naquela oportunidade, o prefeito de Ibatiba chegou a lançar pré-candidatura à presidência, mas os dois formaram uma chapa de consenso, e essa foi uma das condições para Pingo recuar.

Chapa encabeça pelo prefeito de Ibatiba, Luciano Pingo (ao centro). Foto: Luciano Pingo

Componentes e apoiadores

Liderada por Pingo, a chapa única tem o prefeito de Pancas, Sidiclei, na vice-presidência; o de Marilândia, Gutim, como secretário; e o de Iconha, Gedson Paulino, como tesoureiro.

A chapa é apoiada por Victor Coelho e pelo governo Casagrande. Todos os quatro membros estiveram na campanha do governador pela reeleição em 2022. É a chapa do Palácio Anchieta.

O desistente

Em dinâmica parecida com a de 2021 – mas desta vez com desfecho favorável a Pingo –, o prefeito de Sooretama, Alessandro Broedel, também pleiteava a presidência.

Mas, após conversarem pessoalmente com Casagrande, os dois pré-candidatos chegaram a um entendimento, e Broedel, também aliado do governador, topou se retirar em favor de Pingo.

Dinheiro em caixa

A Amunes é financiada por contribuições das prefeituras associadas, pagas na forma de mensalidade ou de anuidade. Quando Victor Coelho sucedeu o ex-prefeito de Viana Gilson Daniel em 2021, o caixa da entidade estava em R$ 1,8 milhão. Agora, ele deixa cerca de R$ 2,2 milhões em caixa para Pingo.

Só têm direito a voto na eleição do dia 31 os prefeitos com as contribuições em dia. Cerca de 5% estão inadimplentes.

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Jeans por um fio

No início da legislatura, o presidente da Assembleia, Marcelo Santos, concedeu a Sérgio Meneguelli (Republicanos) autorização especial para usar roupas mais leves em plenário, no lugar do terno protocolar, devido à cirurgia de diverticulite a que ele se submeteu no dia 18 de janeiro.

Desde 1º de fevereiro, o deputado tem aparecido em plenário com camiseta branca, jaqueta e calça jeans. Mas isso pode estar com os dias contados…

Sérgio Meneguelli ao lado de Camila Valadão em plenário. Foto: Lucas S. Costa/Ales

Jeans por um fio 2

A concessão de Marcelo a Meneguelli está começando a gerar incômodo entre outros deputados, que já não veem motivo para a exceção, ou “tratamento especial”. O burburinho ficou mais forte depois que o ex-prefeito de Colatina estreou na tribuna no último dia 13, na votação do projeto de Callegari que pretendia acabar com o uso de câmeras corporais pelos policiais penais.

Contrário ao projeto, Meneguelli entusiasmou-se, falou alto, gesticulou, enfim, fez uma fala acalorada. E, pelo menos para discursar, pareceu de fato muito bem recuperado, obrigado.

Coser e Pazolini lado a lado

Foi no evento “Café com leite, cooperativismo e política”, da OCB, realizado na manhã de segunda-feira (20). O próprio João Coser (PT) postou a foto abaixo, o que significa… que ele e Lorenzo Pazolini (Republicanos) se sentaram lado a lado no evento, gente, calma, foi só isso mesmo.

João Coser sentado ao lado de Lorenzo Pazolini, em evento da OCB/ES (20/03/2023). Foto: assessoria de João Coser

Gandini e Tyago sintonizados

Bateram de frente em 15 de fevereiro, por causa da emenda de Gandini (aprovada e sancionada) que dobrou de R$ 400,00 para R$ 800,00 o valor de uma bolsa criada pelo governo Casagrande para alunos do ensino médio.

Dias depois, discordaram em plenário sobre a realização de um plebiscito para tirar o bairro Recanto da Sereia de Guarapari e levá-lo para Vila Velha.

Tyago Hoffmann e Fabrício Gandini no plenário. Foto: assessoria de Gandini

Agora, os deputados Tyago Hoffmann e Fabrício Gandini (Cidadania) estão assim: combinando totalmente (pelo menos na escolha do terno). O registro foi feito em reunião da Comissão de Educação da Assembleia.


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