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Coluna Vitor Vogas

Luiz Paulo sobe o tom contra Pazolini: “Só pensa na própria carreira”

Ex-prefeito está convencido de que atual prefeito deixará mandato pela metade, se reeleito, para se candidatar a governador. Saiba o que mais ele diz

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Luiz Paulo é candidato a prefeito de Vitória

Luiz Paulo é candidato a prefeito de Vitória

A menos de duas semanas para o 1º turno, no dia 6 de outubro, o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, candidato a prefeito de Vitória pelo PSDB, decidiu subir o tom contra o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), líder das pesquisas de intenção de voto na Capital.

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Desde a última terça-feira (24), em sua propaganda eleitoral na TV, o tucano tem afirmado que Pazolini “não pensa em Vitória”, mas “só na própria carreira”, e “o que ele quer de verdade é ser candidato a governador”. Segundo Luiz Paulo, movido pelo dito carreirismo, o atual prefeito “muito provavelmente deixará a prefeitura pra trás”, se reeleito for. Ainda de acordo com o tucano, a gestão de Pazolini é “pequena”.

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Para ser candidato a governador já na próxima eleição estadual, Pazolini terá de renunciar ao mandato até abril de 2026, deixando a prefeitura em definitivo sob o comando de Cris Samorini (PP), sua candidata a vice-prefeita. Em entrevistas recentes, ao ser questionado diretamente sobre essa possibilidade, Pazolini não a descartou.

Na propaganda de Luiz Paulo – que tem o maior tempo de TV e rádio, ao lado de Pazolini –, o ex-prefeito propõe uma “conversa franca” com o eleitor. O cenário é minimalista: só Luiz Paulo sentado num banquinho, olhando diretamente para a câmera, sem nenhum efeito visual.

Em tom de cumplicidade, falando baixa e calmamente, Luiz Paulo começa com um convite:

“Você pode não estar querendo ouvir falar de política. Mas hoje eu quero conversar com você francamente. Vamos falar sobre Vitória? Sobre a cidade em que a gente vive hoje? Sobre a administração de Pazolini? Qual foi a grande entrega? A grande transformação que ele fez nesses quatro anos em que tem sido prefeito? Pensa aí. Vou te dar cinco segundos”, desafia.

Em menos de cinco segundos – afinal, o tempo ali é valioso –, o próprio candidato responde: “Não tem, né?” E aí ele faz a previsão, seguida da acusação de “carreirismo”: “Sabe o que isso quer dizer? Que Pazolini não tem projeto pra Vitória. O que ele quer de verdade é ser candidato a governador. Sim, daqui a um ano e meio, ele muito provavelmente deixará a prefeitura pra trás. Ele não pensa em Vitória. Ele pensa só na própria carreira”.

Sem usar essa palavra, Luiz Paulo praticamente classifica o governo Pazolini em Vitória como uma gestão medíocre, que se contenta com pouco, que pensa pequeno e que, por ser “tão pequena”, estaria levando a Capital a perder protagonismo em várias áreas para outras cidades na Região Metropolitana, inclusive na oferta de serviços básicos como a atenção primária à saúde.

“Eu sou candidato porque a gestão do Pazolini é isso aí: dá o mínimo do mínimo que Vitória merece. Quer um exemplo disso? Nossas atividades culturais atravessaram a ponte e foram pra Vila Velha. Algumas empresas foram pra Serra, e é pra lá que as pessoas vão quando precisam de uma UPA, porque aqui não tem. O que Vitória merece é ser reconhecida por todo o Brasil. A gente não deveria precisar viajar pra ver um show ou espetáculo nacional. A gente não precisa deixar a cidade pra ter boas oportunidades. Nós podemos ser destino e não passagem. Mas como ser grandioso se a gestão é tão pequena?”

Luiz Paulo, então, passa a relacionar feitos do seu distante governo, de 1997 a 2004, na cultura, na segurança e no combate à pobreza. A estratégia é demarcar o contraste entre a “pequenez” atribuída por ele à atual gestão e a ousadia autoatribuída à sua, frisando a sua capacidade não só de pensar grande como de executar grandes ideias. A capacidade de fazer é expressada com a repetição da expressão “fui lá e fiz”:

“Quando pouca gente acreditava no desfile das escolas de samba, eu fui lá e fiz. Hoje nós somos o terceiro maior desfile de escolas de samba do país do carnaval. Quando a insegurança apagou o brilho de Vitória, eu fui lá e fiz a Guarda Municipal. Quando as pessoas moravam em palafitas, eu fui lá e fiz o maior programa de combate à pobreza urbana da história do Espírito Santo: o Projeto Terra”.

Cris Samorini: disparada, a vice mais exibida na tela

Entre os candidatos a vice-prefeito da Grande Vitória, a empresária Cris Samorini (PP), vice de Lorenzo Pazolini, é disparadamente a que mais aparece na propaganda eleitoral – exceção feita, é claro, ao Coronel Wagner Borges (PRTB), vice de Du (Avante), candidato que promete que, se eleito, “Vitória terá dois prefeitos”.

O protagonismo é de Pazolini, claro, mas Cris tem sido destacada pela campanha do atual prefeito – e não apenas como papagaio de pirata, um passo atrás e com o rosto acima do ombro do prefeito. Em pelo menos quatro programas desde o início do horário eleitoral, no fim de agosto, Cris já teve “falas próprias”, ao lado de Pazolini ou sozinha no vídeo.

Uma delas, ombro a ombro com Pazolini, foi sobre o combate aos feminicídios. A segunda foi sobre a reforma das piscinas no complexo esportivo do Tancredão – inaugurado na administração de João Coser (2005-2012). Em outra ocasião, ela afirma, com aparente exagero, que Vitória é a “cidade com a melhor saúde pública do Brasil”. “Estamos construindo uma cidade mais justa e acolhedora, onde cada conquista é compartilha com quem mais importa: vocês.”

Pazolini e Cris Samorini em corpo a corpo com eleitores

Pazolini e Cris Samorini em corpo a corpo com eleitores

Na mais recente aparição, ela diz: “Investimos na qualificação de mão de obra”. A conjugação verbal aqui dá pano para questionamentos. O verbo “investir” no pretérito perfeito, primeira pessoa do plural, dá a entender que ela mesma – ou, pior, a Findes, durante a sua presidência – fizeram parte da gestão de Pazolini… Mas e a separação institucional?

A grande contribuição de Du

O candidato Du tem grande dificuldade em pronunciar a palavra “problema” como manda a norma culta da língua, mas uma grande contribuição, pelo menos, o empresário já deixou na atual campanha eleitoral.

Como nenhum outro candidato a prefeito de Vitória, o azarão na disputa tem enfatizado a necessidade de se combater o problema da emissão de pó preto por grandes poluidoras em Vitória. O tema tem sido recorrente em seus 20 segundos no ar. Num de seus programas, ele sobrevoa o pátio da empresa Vale, pilotando o próprio helicóptero, ao lado de seu vice, Coronel Wagner Borges (PRTB).

Morador da Ilha do Boi, Du chama a atenção para o “pobrema” (ou seria “Pó-prema”?), impresso nas duas mãos espalmadas que ele exibe para o público, enegrecidas pelo pó de minério que vem lá do antigo Porto de Tubarão para poluir não só a ilha dentro da ilha, refúgio dos mais ricos, mas todo o município de Vitória.

Haddad e Bolsonaro

Enquanto isso, a campanha de João Coser (PT) exibiu ontem à noite um vídeo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pedindo votos para ele. No mesmo bloco, Assumção (PL) veiculou a fala de Jair Bolsonaro (PL) pedindo votos para ele. Haddad e Bolsonaro foram candidatos à Presidência em 2018. O então deputado federal derrotou no 2º turno o ex-ministro da Educação.


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