Coluna Vitor Vogas
Gilson Daniel abre os planos eleitorais do Podemos de norte a sul do ES
Se as projeções do presidente estadual estiverem corretas, partido em ascensão desde 2020 pode se tornar um dos dois maiores do Estado… ou o maior
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Gilson Daniel. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
“A cada eleição, a gente cresce mais”, afirma o deputado federal Gilson Daniel, presidente do Podemos no Espírito Santo, referindo-se ao partido. É verdade. Para crescer ainda mais, sob a liderança do ex-prefeito de Viana, o Podemos se preparou fortemente para a eleição municipal deste ano. E, se as projeções de Gilson Daniel estiverem corretas, o partido vai rivalizar com PSB, PP e MDB, podendo sair das urnas em outubro até como o maior partido do Espírito Santo em municípios e habitantes governados. Isso fortalecerá sobremaneira o próprio Gilson Daniel para exercer protagonismo na próxima eleição estadual, em 2026.
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Quando Gilson Daniel assumiu a presidência do Podemos no Espírito Santo, em 2017, o partido tinha um deputado estadual (Hudson Leal) e um prefeito (Robinho Parteli, da pequena Vila Valério).
O partido começou a crescer mais substancialmente no Espírito Santo na última eleição municipal, em 2020. Naquele pleito, o Podemos elegeu dois prefeitos. O número ainda era tímido, mas foram municípios importantes: Viana, reduto de Gilson, com Wanderson Bueno, e Vila Velha, segunda maior cidade capixaba, com Arnaldinho Borgo. Além disso, o partido elegeu 43 vereadores.
Em 2023, o Podemos absorveu o Partido Social Cristão (PSC), que não atingiu a cláusula de desempenho no ano anterior. Com isso, o número de vereadores da legenda no Espírito Santo subiu para 54. Na última janela para vereadores trocarem de sigla, de março para abril deste ano, graças a um intenso trabalho de filiações em massa de norte a sul do Estado, esse número mais que dobrou. Hoje, o Podemos chega à beira da eleição municipal com 112 vereadores espalhados pelo Espírito Santo. A título de comparação, o poderoso PT não chega a 20.
“Fomos o partido que mais cresceu no Estado na última janela partidária para vereadores”, assevera Gilson, revisando com isso, inclusive, a meta de desempenho do partido para a eleição de outubro: “A meta para esta eleição era elegermos 70 vereadores. Já atingimos 112 na janela. Então acreditamos que passaremos de 100 na eleição”. Segundo Gilson, no fechamento da janela, o Podemos do Espírito Santo ofereceu à direção nacional o melhor desempenho do país, proporcionalmente, em termos de novas filiações. A presidente nacional, Renata Abreu, está satisfeita com os números.
Ao longo do atual mandato, o número de prefeitos do Podemos também se multiplicou no Estado: àqueles dois eleitos em 2020 somaram-se outros sete. Com isso, o partido tem hoje nove prefeitos filiados no território capixaba, além de 10 vice-prefeitos. É o quarto no ranking de partidos com mais prefeitos no Espírito Santo, atrás apenas do PSB (partido do governador Renato Casagrande), do PP (do deputado federal Josias da Vitória) e do MDB (do vice-governador Ricardo Ferraço).
Mas, no caso do Podemos, há uma particularidade importante: os nove prefeitos filiados estão encerrando o primeiro mandato nos respectivos municípios; todos eles, portanto, podem e vão disputar a reeleição daqui a três meses. São eles:
- Boa Esperança – Fernanda Milanese
- Conceição da Barra – Mateusinho
- Guaçuí – Marcos Jauhar
- Iúna – Romário Vieira
- Nova Venécia – André Fagundes
- Rio Novo do Sul – Nei Castelari
- Santa Leopoldina – Romero Endringer
- Viana – Wanderson Bueno
- Vila Velha – Arnaldinho Borgo
Nesse recorte específico, o Podemos é o segundo partido do Espírito Santo com mais prefeitos candidatos à reeleição, atrás apenas do PSB, que tem 12. Como controlam as máquinas municipais, esses candidatos à reeleição têm grandes chances de vitória nos respectivos municípios.
Considerando os 78 municípios capixabas, o Podemos tem hoje 35 pré-candidatos a prefeito. Já o número de candidatos a vice-prefeito, segundo Gilson, pode chegar a 40. Dá um total de 75, mas, em algumas cidades, o Podemos pode lançar chapa puro-sangue (com o candidato a prefeito e o vice filiados à legenda).
Assim, é possível que o Podemos dispute a eleição majoritária, com candidato a prefeito, a vice ou ambos, em cerca de 70 dos 78 municípios. “A gente está na eleição majoritária praticamente no Estado todo. Onde a gente não está com prefeito, a gente está com grande possibilidade de ter o vice-prefeito”, afirma o presidente estadual.
A meta de performance nas urnas é fixada pelo próprio Gilson. Além de mais de 100 vereadores, o partido deseja eleger pelo menos 15 prefeitos. Para se ter uma ideia, em 2020, o PSB, partido que mais fez prefeitos no Espírito Santo, elegeu 13. “Queremos passar de 15”, reforça o dirigente do Podemos. “Eu acho que é possível”.
Se a previsão do deputado estiver certa, isso significará um salto eleitoral boçal de uma eleição municipal para a outra, num intervalo de quatro anos, dos dois prefeitos eleitos em 2020 para mais de 15 em outubro deste ano.
Além dos nove prefeitos que vão para a reeleição, o dirigente destaca alguns dentre os 35 pré-candidatos a prefeito pelo Podemos, os quais ele considera terem chances muitos grandes de vitória nas respectivas cidades. São eles:
- Afonso Cláudio – Márcio CDA (candidato a prefeito em 2020)
- Anchieta – Marquinhos Assad (ex-prefeito)
- Divino de São Lourenço – Ronaldo Borges (candidato a prefeito em 2020)
- Ecoporanga – Jefinho (vereador)
- Fundão – Eleazar Lopes (candidato a prefeito em 2020)
- Ibiraçu – Duda (ex-prefeito)
- Iconha – João Paganini (ex-prefeito)
- Linhares – Lucas Scaramussa (deputado estadual)
- Marataízes – Toninho Bitencourt (ex-prefeito)
- Marechal Floriano – Diony Stein (candidato a prefeito em 2020)
- Montanha – Iracy Baltar (ex-prefeita)
- São Mateus – Marcos da Cozivip (empresário local, nunca testado nas urnas)
“Todos esses estão bem para ganhar a eleição”, considera Gilson.
Quanto à eleição proporcional, o Podemos, segundo o presidente estadual, terá chapa de candidatos a vereador em 77 dos 78 municípios. A exceção, informa ele, é Mimoso do Sul, onde o partido não conseguiu montar diretório e chapa.
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