Da cartola de mago, Magno tira… Maguinha: “missão divina”, dizem eles

Da esquerda para a direita: Callegari, Maguinha Malta, Magno Malta, Nikolas Ferreira e Gilvan da Federal. Foto: PL-ES

O deputado federal Gilvan da Federal tornou-se dirigente partidário. No último sábado (26), ele assumiu a presidência do Partido Liberal (PL) em Vitória. Teve o nome confirmado em convenção municipal, realizada na sede da Aspomires, no bairro Bento Ferreira. Gilvan substitui o Capitão Assumção, que comandou o partido em Vitória até fevereiro.

Magno com Maguinha e Nikolas

O senador Magno Malta chegou ao evento com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Pôs sua filha Maguinha Malta ao lado de Nikolas, no centro da mesa de honra. O deputado por Minas Gerais chegou ao Espírito Santo na véspera. Na noite de sexta-feira (25), deu uma palestra paga no Espaço Patrick Ribeiro, casa de espetáculos e eventos situada no Aeroporto de Vitória. Acostumado a falar para plateias de fiéis em templos evangélicos, Nikolas disse que essa foi a primeira vez que realizou evento nesse formato (como palestrante contratado, em local não religioso).

Nikolas é muito amigo de Maguinha Malta. A filha de Magno Malta foi lançada pelo próprio senador como pré-candidata do PL ao Senado. “Nossa candidata será Maguinha”, antecipou Magno à coluna em entrevista na última sexta-feira (25). No evento do partido no sábado, ela foi oficialmente confirmada e anunciada como pré-candidata a senadora.

Maguinha: “chamado divino” para ser candidata

Durante o encontro do PL em Vitória, Magno afirmou que Maguinha guardou por 10 anos o desejo de entrar na política, seguindo os passos do pai, mesmo já sentindo que era um “chamado divino”. Ele também adiantou que (além da semelhança física, da carga genética, do sobrenome e de potenciais eleitores) a filha herdará o número de urna usado por ele em 2022, com o qual voltou ao Senado:

“Hoje, reafirmei: se Gilvan quiser retomar o projeto de ser senador, a decisão será dele. Como ele optou pela reeleição, manterá seu número. Já Maguinha, certamente, ficará com o meu número, o 222, que representa o meu legado”, informou o senador e presidente estadual do PL.

Em 2022, Gilvan foi candidato a federal com o número 2222.

A chapa de federais do PL

Com essa definição, o PL engrossa sua chapa de candidatos a deputado federal. Alguns dos seus integrantes serão: Gilvan da Federal (candidato à reeleição), os deputados estaduais Lucas Polese e Wellington Callegari e o vereador de Vitória Dárcio Bracarense.

Magno disse acreditar que o PL fará três federais. O Espírito Santo seguirá tendo direito a dez cadeiras na Câmara.

Capitão Assumção

Já o deputado estadual Capitão Assumção, também do PL, afirma à coluna que será candidato à reeleição. Vale lembrar que, no caso do deputado, há um impedimento prático para que ele concorra a qualquer mandato em Brasília: Assumção está proibido de sair do Espírito Santo, por força de cautelar imposta contra ele pelo ministro do STF Alexandre de Moraes em dezembro de 2022. A cautelar segue valendo, ao lado de outras como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais e de dar entrevistas.

Casagrande também quer fazer três

É curioso notar que o governador Renato Casagrande também quer que seu partido, o PSB, eleja três deputados federais em 2026. Assim como o PL, o PSB só fez um federal no Espírito Santo em 2022 (Paulo Folletto). No Congresso Estadual do PSB, realizado na última quarta-feira (23), o governador afirmou à militância: “Dependendo da conjuntura, podemos pensar em três deputados federais. Podemos pensar. Lógico que podemos pensar!”

A propósito…

Tirando PL, PSB e PT, nenhum partido pode afirmar que já tem uma chapa de federais completa, ou algo próximo a isso, no Espírito Santo. Todos terão de rebolar para montar as suas chapas.

João Campos X Nikolas

Num intervalo de 48 horas, pôde-se assistir, em Vitória, ao discurso de dois jovens políticos brasileiros, de projeção nacional e ascensão meteórica, de perfis ideológicos radicalmente diferentes, mas tratados pelas respectivas claques como “o futuro presidente do Brasil”: João Campos (PSB) e Nikolas Ferreira (PL).

Na noite de quarta-feira (23), em um cerimonial no bairro Santa Lúcia, o prefeito de Recife, 31 anos, apoiador de Lula (PT), foi ovacionado pela militância do PSB, aos gritos de “futuro presidente”. Assim também foi tratado, sem meias palavras, por algumas autoridades do partido na mesa do Congresso Estadual do PSB, como o deputado federal Paulo Foletto e os estaduais Janete de Sá e Toninho da Emater. Foi um evento de caráter mais partidário.

Já na noite de sexta-feira (25), falando a uma plateia de fãs (dispostos a pagar para ouvi-lo), como palestrante no Espaço Patrick Ribeiro, e seguindo uma linha político-religiosa “cristã e conservadora” bem no estilo Magno Malta, o deputado federal por Minas Gerais também ouviu do público amistoso alguns gritos de “futuro presidente”. Nikolas tem 28 anos e apoia Jair Bolsonaro (PL).

Tecnicamente, Campos só pode concorrer à Presidência da República nas eleições de 2030. Nikolas, só na de 2034. A Constituição Federal fixa a idade mínima de 35 anos para um cidadão brasileiro poder disputar o cargo.

Novo abre conversa com PL

Por falar em PL, o presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar, conversou pessoalmente em Brasília com Magno Malta, no gabinete do senador, na última quarta-feira (23). Em pauta, as próximas eleições e o início de um diálogo sobre eventual aliança.

Iuri Aguiar é recebido por Magno Malta em Brasília. Foto: Novo-ES

Iuri já afirmou aqui: em 2026, a prioridade do Novo é eleger deputados estaduais e um federal (algo nunca logrado pela sigla no Espírito Santo). Pensando nisso, o partido não tem compromisso prévio de apoiar ninguém a governador e está aberto a dialogar com os representantes de todas as forças político-partidárias.

Novo cogita lançar Monjardim ao Senado

Segundo Iuri Aguiar, o Novo estuda lançar o vereador de Vitória Leonardo Monjardim, líder do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) na Câmara Municipal, como candidato ao Senado. “Isso não está fora dos planos. É uma possibilidade”, diz o dirigente.

Gilson e Marcelo com Ricardo

O deputado federal Gilson Daniel, presidente estadual do Podemos, já declarou seu apoio irrestrito à pré-candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) ao Governo do Estado. O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União), idem. Os dois estão levando a sério as próprias palavras e atuando desde já, de fato, como aliados eleitorais de Ricardo.

Um exemplo disso foi dado na manhã da última sexta-feira (25). Em Linhares, o vice-governador participou do lançamento do Plano de Desenvolvimento Municipal. Em seguida, cumpriu agenda política na Câmara Municipal. Ao lado dele, o prefeito de Linhares, Lucas Scaramussa, Gilson e Marcelo. Fechadinhos, como unha, carne e cutícula.

No centro (de preto), Ricardo Ferraço. Foto: assessoria da Vice-Governadoria

No “pique do Ric”?

Já na tarde de sexta-feira, deslocando-se de Linhares para Vila Velha, Ricardo representou o Governo do Estado, ao lado do prefeito Arnaldinho Borgo (sem partido), na cerimônia de entrega de 300 pistolas recém-adquiridas para a Guarda Municipal de Vila Velha, na sede da corporação, no bairro Novo México. O armamento foi adquirido em parceria do governo com a Prefeitura de Vila Velha.

Parafraseando o bordão de Casagrande, seria o “pique do Ric”?

Casagrande em “despachos internos”

Aliás, ficou a sensação de que Casagrande deu um passinho para trás de propósito, para deixar seu vice-governador (e pré-candidato à sucessão) ir representar o governo numa pauta positiva no território de Arnaldinho. No card do evento divulgado pela Prefeitura de Vila Velha, constava o nome de Casagrande: “O prefeito Arnaldinho Borgo e o governador Renato Casagrande convidam para a cerimônia […]”.

Quem “convida”, afinal?

Na esfera, digamos, promocional, dois detalhes não passaram despercebidos pela coluna.

O primeiro é que, na sexta de manhã, Ricardo fez questão de divulgar, em seus stories, um convite “adaptado”. O nome de Casagrande foi substituído pelo seu: “O vice-governador Ricardo Ferraço e o prefeito Arnaldinho Borgo convidam para a entrega […]”. A ordem dos sujeitos também mudou. De acordo com a assessoria do vice-governador, esse foi um card padrão feito pela equipe do Governo do Estado.

O segundo detalhe é que o card em questão, adaptado e divulgado por Ricardo, não foi postado ou repostado por Arnaldinho Borgo em suas redes sociais no dia do evento.

A nota da Prefeitura de Vila Velha

Em nota, a Prefeitura de Vila Velha declarou, antes da entrega das pistolas:

A entrega do armamento é uma importante conquista resultante da parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Vila Velha. É fundamental destacar que esse investimento é fruto da colaboração entre as instituições, e por isso, os convites para o evento incluem os nomes de Arnaldinho e Casagrande. Isso é usual nas redes sociais, quando se trata de eventos dessa natureza. Saliento que o card em questão não é de nossa autoria.

No entanto, gostaria de reforçar que a presença do Ricardo Ferraço no evento de hoje é significativa, pois ele estará representando o governador e simboliza a união entre as esferas de governo em prol da segurança da nossa comunidade.

Contexto: disputa velada por 2026

No Governo do Estado, gerou, digamos, “estranhamento” o recente encontro de Arnaldinho com o articulador político de Lorenzo Pazolini, Erick Musso (Republicanos), postado pelo próprio prefeito de Vila Velha, para, segundo o próprio, discutir “o futuro do Espírito Santo”.

Pazolini é pré-candidato do Republicanos ao Governo do Estado, como adversário do governo Casagrande. Ricardo é o Plano A do governo. Mas Arnaldinho também tem se movimentado para viabilizar candidatura ao Palácio Anchieta.

Não foi só a nota de Arnaldinho que tratou de abafar qualquer possível ruído entre eles. Também assim o comportamento de ambos. Durante a cerimônia em si, segundo testemunhos, Ricardo e Arnaldinho mostraram-se bastante descontraídos e à vontade um com outro, tratando-se de maneira extremamente cordial.

Pegaram em armas, mas só literalmente, para manusear as pistolas (descarregadas) no ato de entrega. No campo metafórico, nada de disparos entre eles.

Às armas: Ricardo e Arnaldinho

Ricardo e Arnaldinho entregaram as armas, mas só na acepção literal. Na arena política, nenhum dos dois, por enquanto, tem a menor a intenção de depor as armas, isto é, de se render na disputa pelo status de candidato a governador. Cada um com as armas que possui, os dois seguirão lutando para se viabilizar e se estabelecer como o candidato do Palácio Anchieta. Por enquanto, verdade seja dita, de maneira mutuamente respeitosa.

Prefeito almoça com vereadores

Na sexta-feira, antes da solenidade de entrega das armas, Arnaldinho reuniu-se com quase todos os 21 vereadores de Vila Velha para um almoço no restaurante Coco Bambu, no Shopping Praia da Costa. Foi a primeira vez que reuniu todos os parlamentares em um ambiente mais informal desde o início do atual mandato, em janeiro.

Segundo relato de um participante, não houve fala direta sobre o próximo processo eleitoral. O objetivo maior foi estreitar o relacionamento com a bancada, em uma Casa onde o prefeito já nada de braçada. Aliás, os dois únicos vereadores de oposição, Rafael Primo (PT) e Pastor Fabiano (PL), não participaram. Tampouco dois membros da base: Doutor Hércules (PP), com pneumonia, e Devacir Rabello (PL), que estava em sessão solene na Câmara de Vitória em homenagem a Olavo de Carvalho.

Arnaldinho: armas com Ricardo, barras com Casagrande

No sábado (26), Casagrande e Arnaldinho fizeram juntos a Romaria dos Homens, em louvor a Nossa Senhora da Penha. Pararam para reabastecer as calorias (com sobras) em um botequim, comendo uma barra de torresmo (ou de cereal, como o governador costuma chamar o aperitivo).

Antes, porém, Casagrande e Arnaldinho oraram juntos na Catedral de Vitória, na Cidade Alta, ponto de partida da procissão.

Escolha, pois, a melhor legenda para a montagem acima:

a) Da oração à devoração

b) Da reza ao riso

c) Do fervor à fritura

d) Do banco ao bacon

Gilvan chama Moraes de “psicopata”

No evento em que assumiu a presidência do PL em Vitória, o deputado Gilvan, ao discursar, chamou o ministro Alexandre de Moraes de “psicopata”.

Em tempo…

Quem também participou do encontro do PL no último sábado foi o presidente da Câmara de Vitória, Anderson Goggi (PP). Ele é aliado do prefeito Lorenzo Pazolini e filiado ao PP.