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Coluna Vitor Vogas

Eleição em Vila Velha: o Esquiva e Puxa de Ramalho com Arnaldinho

Ramalho: “A cidade não pode continuar governada pela esquerda”; Arnaldinho: “Extremismo não está preocupado com a população de Vila Velha”

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Ramalho e Arnaldinho são adversários eleitorais em Vila Velha

Ramalho e Arnaldinho são adversários eleitorais em Vila Velha

Hoje com 40 anos, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), nasceu em 20 de setembro de 1983. Certamente, assim como o colunista, é um “baixinho” da geração Xou da Xuxa, que passou parte da infância diante da TV vendo os programas da apresentadora. Alexandre Ramalho, não. Nascido em 1969, hoje tem 54 anos e tinha 20 em 1989, quando entrou para o curso de formação de oficiais da Polícia Militar do Espírito Santo.

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De todo modo, os dois adversários estão a cantar, em dueto, a adaptação de um dos grandes sucessos da Xuxa nos anos 1980: a “Festa do Esquiva e Puxa”.

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A esta altura, os pré-candidatos a prefeito de Vila Velha já puseram na mesa boa parte das estratégias com que pretendem vir para a disputa eleitoral. Ramalho já deu provas de que pretende puxar o debate para a arena do duelo ideológico entre direita e esquerda, e para puxar Arnaldinho para essa polarização; Arnaldinho, por sua vez, tem dado reiterados sinais de que fará o possível para se esquivar desse tipo de debate.

Ramalho já entrou no PL e na pré-campanha a prefeito proclamando-se como “o único candidato da direita em Vila Velha” e, simultaneamente, buscando rotular Arnaldinho como um candidato de esquerda, muito em função do apoio encontrado pelo atual prefeito no governador Renato Casagrande, seu partido (PSB) e seu governo – o mesmo, sempre cumpre registrar, em que o próprio Ramalho colaborou como secretário estadual de Segurança Pública.

Na última segunda-feira (8), em discurso para apoiadores durante sua reunião semanal em Vila Velha, Ramalho voltou a afirmar:

“Resta saber se Vila Velha quer continuar sendo governada pela esquerda. Esse é o recado que nós temos que mandar para as ruas. Vamos para cima trabalhar, lutar, e nosso exército está aqui.”

Por sua vez, Arnaldinho evitará ao máximo entrar num debate entre “direita” e “esquerda”. Não só pretende contornar a armadilha da polarização ideológica como condenará esse tipo de disputa.

No último dia 2, ao lado de Casagrande, o atual prefeito apresentou para moradores da Praia da Costa o projeto de tamponamento do Canal da Costa e de construção de um parque linear sobre a futura cobertura do “valão”.

No discurso, diante de Casagrande e de moradores do “bairro nobre”, Arnaldinho criticou os extremos que ficam brigando como um fim em si mesmo, num enfrentamento inócuo que não gera resultados práticos e reais para a sociedade. Indiretamente, o alvo dele foram adversários à esquerda (Babá, do PT) e, notadamente, à direita (Coronel Ramalho, por sua vez cercado de aliados de extrema-direita). Ao mesmo tempo, à maneira de Casagrande, o prefeito exaltou o próprio “equilíbrio”:

“Se hoje estamos aqui é porque temos um ambiente político saudável e equilibrado, porque eu busco ser um prefeito equilibrado. E, quando eu falo de ‘prefeito equilibrado’, é porque eu busco dialogar com todo mundo, porque, se eu sou um prefeito desequilibrado, a cidade vai mal. […] Vocês vão me dizer sim ou não. Para a gente assinar [a licitação] aqui, eu por acaso perguntei se alguém aqui, morador da Praia da Costa, é de direita ou esquerda? Sim ou não?”

Seguindo com o prefeito, a plateia respondeu num uníssono “Nãããããão”.

Arnaldinho, então, com a plateia inteiramente dominada, arrematou com o seu “lacre”, antecipando o que deve ser o cerne do seu discurso eleitoral em eventual embate com Ramalho e até com o PT:

“Sabem por que eu não perguntei? Porque essa briga de direita e esquerda não constrói Parque Linear! Essa briga de direita e esquerda não constrói unidades de saúde! […]”. Ele seguiu enumerando exemplos, inaudíveis em nossa gravação, devido ao volume dos aplausos. “Essa briga de direita e esquerda só serve para manter o extremismo no poder! E o extremismo não está preocupado com a população de Vila Velha e do Espírito Santo! Viva Vila Velha!!!”

Guerra jurídica também já tem esquentado

Um dos 11 partidos já fechados na coligação de Arnaldinho, o pequeníssimo Partido da Mulher Brasileira (PMB) já entrou, segundo a assessoria de Ramalho, com sete representações contra ele na Justiça Eleitoral, protestando contra o impulsionamento de posts de Ramalho em plataformas digitais como Facebook e Instagram.

O PMB alega que Ramalho está pagando para impulsionar propaganda negativa contra adversário eleitoral (o prefeito) – o que é proibido pela Justiça Eleitoral –, e ainda por cima de maneira antecipada. Por isso, o partido pediu a condenação do pré-candidato ao pagamento de multa.

Cinco dessas representações já foram julgadas pela juíza eleitoral Hermínia Maria Silveira Azoury, da 55ª Zona Eleitoral (Centro de Vila Velha). E todas as suas decisões foram favoráveis a Ramalho, julgando improcedentes os pedidos do PMB.

Na última segunda-feira, Ramalho comemorou as decisões.

O presidente municipal do PMB é Adriano Francisco Rocha. De janeiro de 2021 (quando Arnaldinho tomou posse) a abril de 2022, ele foi assessor especial lotado no gabinete do prefeito, com salário bruto de cerca de R$ 8,5 mil. Desde abril de 2023, ele preside o órgão diretivo provisório da pequena sigla em Vila Velha.

Nas cinco representações julgadas, Ramalho, segundo sua assessoria, “abordou questões relevantes para a cidade de Vila Velha, incluindo:

. O uso do “Pix secreto” para pagamento ao alto escalão da administração;

. O incidente durante o aniversário da cidade, envolvendo usuários de drogas nos eventos que deveria ser para as famílias;

. A polêmica envolvendo o programa Bolsa Aluno quando ele cobrou seriedade com o dinheiro público, respeito com os pais e alunos, sobretudo transparência para falar sobre o assunto;

. A discussão sobre a utilização da Prainha, destacando sua tradição religiosa e a necessidade de respeitar o local que deve ser para as famílias;

. O empréstimo aprovado pela Câmara de Vereadores sem discussão ampla e os impactos financeiros para os cidadãos que vão gerar juros de mais de 25 milhões ao ano.


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