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Coluna Vitor Vogas

Delegada será a candidata a vice-prefeita de Weverson na Serra

Análise: escolha de Vidigal e Weverson é vitória do MDB e de Ricardo Ferraço; derrota para o Podemos de Gilson Daniel. Vice-governador se fortalece. O que isso tem a ver com 2026?

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Gracimeri Gaviorno

Mistério sanado. Confirmando seu favoritismo para ocupar a vaga, apontado aqui nessa quinta-feira (8), Gracimeri Gaviorno será a companheira de chapa de Weverson Meireles (PDT), o candidato a prefeito apoiado por Sergio Vidigal (PDT) na Serra. Filiada ao MDB, a delegada aposentada da Polícia Civil do Espírito Santo será anunciada neste sábado (10), às 10h, no comitê de campanha de Weverson.

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Gracimeri Gaviorno é um nome vinculado não apenas à segurança, mas, de modo mais específico, ao combate à violência contra as mulheres. Logicamente, sua presença na chapa pode ser encarada como um modo de buscar atrair o voto feminino para Weverson. Em seu perfil no Linkedin, a delegada aposentada destaca que implantou e coordenou programas e projetos de enfrentamento à violência e de inclusão social.

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Considerada de perfil muito técnico, em virtude do seu currículo, Gracimeri tem extensa experiência na administração pública, já tendo exercido diversos cargos na Prefeitura da Serra e no Governo do Estado, mas nunca exerceu mandato. Na verdade, ela até já tentou mais de uma vez, sem jamais ter obtido sucesso nas urnas.

Na eleição municipal passada, em 2020, a delegada foi candidata a prefeita da Serra pelo Partido Social Cristão (antigo PSC, hoje incorporado ao Podemos). Com apenas 4.343 votos, 2% dos válidos no 1º turno, ficou em 6º lugar entre oito concorrentes.

Em 2022, pelo Republicanos, foi candidata a deputada estadual, mas obteve votação muito tímida. Com 2.631 votos, passou longe de beliscar uma vaga na Assembleia Legislativa. O Republicanos agora disputa a Prefeitura da Serra, com o deputado estadual Pablo Muribeca (ainda sem vice), adversário do grupo de Weverson e Vidigal.

Ou seja, a delegada agora está em lado oposto ao do partido pelo qual foi candidata a deputada há dois anos.

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Análise: vitória pessoal de Ricardo

A prevalência de Gracimeri na disputa pelo posto de vice na chapa da situação na Serra pode ser considerada, obviamente, uma vitória do MDB, mas é também uma vitória pessoal do vice-governador Ricardo Ferraço, presidente do partido de centro no Espírito Santo desde outubro do ano passado. Assim, ele coloca um pé na próxima administração do município mais populoso do Estado, em caso de vitória da chapa em outubro. E não somente ali.

Só na Grande Vitória, além da candidatura de Euclério Sampaio à reeleição em Cariacica, o MDB já tinha emplacado o vice do atual prefeito de Viana, Wanderson Bueno (Podemos) – o atual vice-prefeito, Fábio Dias. Agora, emplaca também o vice de um candidato competitivo na Serra. Barba, cabelo e bigode. Só não tirou as costeletas porque Bruno Lorenzutti (MDB) foi preterido por Arnaldinho Borgo (Podemos) em Vila Velha.

Quem sai perdendo com esse arranjo na Serra é o partido de outro aliado importante do governo Casagrande no Estado e de Vidigal na Serra: o Podemos, presidido no Espírito Santo pelo deputado federal Gilson Daniel. Também não deixa de ser uma derrota pessoal para ele.

O MDB e o Podemos estão na coligação liderada pelo PDT na Serra e, nestes dias de afunilamento, eram os dois partidos que disputavam a indicação da vice de Weverson. Na convenção do PDT na Serra, realizada na última segunda-feira (5), Ricardo Ferraço compareceu e discursou, assim como o ex-deputado estadual Luiz Carlos Moreira, presidente do MDB no município, e o deputado estadual Alexandre Xambinho, presidente municipal do Podemos.

Ricardo é amigo e aliado de Vidigal há décadas na política capixaba. Isso pode ter pesado a seu favor.

Naturalmente, a decisão não agradou aos líderes do Podemos, Gilson Daniel e Xambinho, derrotados nessa queda de braço, mas a assessoria do segundo confirmou que ele estará no evento de anúncio oficial da vice de Weverson, no comitê de campanha do candidato, neste sábado, às 10 horas.

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Embora preterido, o Podemos continuará na coligação liderada pelo PDT de Weverson, completada por MDB, PSB, União Brasil e pela federação Rede/PSol.

A disputa pelo pós-Casagrande

Como pano de fundo desse cabo de guerra entre aliados de Vidigal e de Casagrande, está a sucessão do governador em 2026.

Conforme já analisamos aqui, o pós-Casagrande está em aberto, aguçando expectativas de poder e oferecendo um mundo de possibilidades de crescimento político no Espírito Santo. Esse cenário deflagrou uma concorrência interna entre aliados do governador que têm potencial (ou, explicitamente, querem e já se movimentam) para concorrer ao Palácio Anchieta em 2026.

Um deles é o deputado federal Josias da Vitória (PP). Outros dois são Ricardo Ferraço e Gilson Daniel. No Espírito Santo, os três hoje controlam, respectivamente, o PP, o MDB e o Podemos. São partidos que já apresentam porte respeitável em solo capixaba, mas que podem crescer ainda mais, a depender dos resultados das urnas em outubro.

Não por acaso, os três partidos, pelas mãos de Da Vitória, Ricardo e Gilson, devem lançar uma quantidade expressiva de candidatos a prefeito (mais de 30 cada um), inclusive na Grande Vitória e em cidades-polo do interior. E, onde não têm candidato próprio a prefeito, os três estão tentando encaixar vices para se fazerem presentes nas chapas majoritárias.

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As urnas em outubro informarão qual desses partidos e, consequentemente, qual dos respectivos dirigentes sairá maior e mais forte. Aquele que acumular os melhores resultados nestas eleições municipais largará um passo à frente dos potenciais concorrentes na maratona cuja linha de chegada está na entrada do Palácio Anchieta, no dia 1º de janeiro de 2027.

O currículo de Gracimeri

Delegada aposentada da Polícia Civil do Espírito Santo, Gracimeri Veira Soeiro de Castro Gaviorno chegou a chefiar a instituição de 2015 a 2016, durante a primeira metade do último governo Paulo Hartung. De novembro de 2016 a maio de 2018, foi subsecretária de Integração Institucional da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), sob a chefia de André Garcia. No fim do governo Paulo Hartung, de maio a dezembro de 2018, foi subsecretária de Cidadania e Inclusão Social na Secretaria de Estado de Direitos Humanos, criada no mesmo governo.

Com o retorno de Casagrande ao Palácio Anchieta, a delegada voltou para a Sesp, mas em novo cargo: de março de 2019 a janeiro de 2020, foi ouvidora de Segurança Pública e Defesa Social.

Com a eleição de Sergio Vidigal para seu quarto mandato como prefeito, em 2020, Gracimeri passou a colaborar com ele na Prefeitura da Serra. De janeiro de 2021 a fevereiro de 2022, chefiou a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, acumulando a chefia da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres.

Desde que saiu da equipe de Vidigal, em 2022, a delegada aposentada passou a trabalhar de modo autônomo à frente da própria empresa, chamada Gracimeri Gaviorno Projetos de Sucesso. Em seu perfil no Linkedin, ela se define como “especialista em desenvolvimento”. Sua empresa oferece serviços de “treinamento de equipe e de pessoas para projetos de sucesso, desenvolvimento profissional, gerencial e educação em direitos humanos”.


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