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Coluna Vitor Vogas

Casagrande troca presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente

Após muita pressão de servidores, empresários e sociedade civil, Iema está sob nova direção, enquanto ex-presidente assumirá nova função na Cesan

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Alaimar Fiuza e Mário Louzada

O governador Renato Casagrande (PSB) mudou o comando do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). O diretor-presidente do órgão, Alaimar Ribeiro Rodrigues Fiuza, foi exonerado do cargo na última quinta-feira (2). Em seu lugar, o governador nomeou Mario Stella Cassa Louzada. Os respectivos atos de exoneração e nomeação foram publicados na última quinta no Diário Oficial do Estado, e o novo diretor-presidente já está respondendo pela autarquia.

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Vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), o Iema é o órgão encarregado de planejar, coordenar, executar, fiscalizar e controlar as atividades de meio ambiente e dos recursos naturais estaduais. Também é o responsável por conduzir os processos de licenciamento ambiental para empresas que desenvolvem atividades no Espírito Santo.

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Engenheiro mecânico com formação também em Direito e pós-graduação em Tecnologia da Informação pela USP, Alaimar Fiuza exercia a presidência do Iema há mais de cinco anos, desde o início do segundo governo de Casagrande, em janeiro de 2019. Ele assumiu o comando do órgão após 30 anos de carreira na mineradora Vale (antiga Companhia Vale do Rio Doce), onde desempenhou várias funções.

No fim de 2018, quando montava sua equipe em seu retorno ao Palácio Anchieta, Casagrande escolheu Alaimar para comandar o Iema a partir de uma indicação pessoal do empresário Fabio Brasileiro, que havia trabalhado com o engenheiro e gostava muito do trabalho dele. Falecido aos 55 anos, em maio de 2023, Brasileiro foi o presidente do movimento empresarial ES em Ação de 2019 a 2022 (mesmo período do segundo governo Casagrande).

Alaimar deixa a presidência do Iema, mas não o Governo do Estado. Será reaproveitado em outra função, na Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan). Em breve, ele assumirá o cargo de coordenador de Sustentabilidade na empresa pública.

Alaimar foi retirado da presidência do Iema por uma combinação de motivos que podem ser resumidos em uma palavra: desgaste.

Em primeiro lugar, há um acúmulo de reclamações, vindas das mais diversas frentes, relacionadas à condução do instituto: de empresários insatisfeitos com a demora nos processos de licenciamento ambiental a servidores, ONGs e ambientalistas que o consideravam pouco acessível e pouquíssimo dado ao diálogo, o que despertava resistências e reclamações no meio.

Também foi relatada à coluna uma absoluta “incompatibilidade de gênios” entre ele e Felipe Rigoni (União Brasil), chefe da Secretaria de Meio Ambiente (Seama), pasta à qual o Iema é vinculado.

No governo passado de Casagrande (2019-2022), a Seama esteve sob a direção de Fabrício Machado (PV). A relação do então secretário com Alaimar já era bastante difícil. Com a chegada de Rigoni à chefia da pasta em janeiro de 2023, estabeleceu-se uma relação ainda mais complicada entre os dois pessoalmente e, assim, entre as cúpulas da secretaria e do instituto. Uma fonte do governo afirma que “eles não combinaram” e que, após ter tentado de tudo, Casagrande optou pela mudança, acima de tudo, para pôr fim ao conflito entre os dois e ter um pouco mais de paz.

No lugar de Alaimar, quem agora comanda o Iema é o técnico em agropecuária Mário Louzada, que estava lotado no cargo de diretor técnico do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES).

Louzada foi diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES) durante quase todo o segundo governo de Casagrande. Por um curtíssimo período, chegou a comandar a Secretaria de Estado da Agricultura (Seag). Assumiu a pasta em março de 2022, no lugar de Paulo Foletto (PSB), que precisou se desligar do cargo para concorrer à reeleição na Câmara dos Deputados. No entanto, cinco meses depois – com a campanha eleitoral já deflagrada –, foi exonerado do cargo por Casagrande, após uma servidora da Seag o denunciar por assédio sexual.

À época, o Governo do Estado confirmou o motivo da exoneração e informou, em nota, que Casagrande decidira exonerar Louzada assim que tomou conhecimento do caso, para que os fatos pudessem ser imediatamente apurados com total isenção. Em maio de 2023, Louzada retornou à equipe de governo, no já citado cargo no Ipem-ES, após a Polícia Civil encerrar as investigações e pedir o arquivamento do inquérito ao Ministério Público Estadual (MPES), diante da não comprovação da denúncia, como informou na ocasião a Superintendência de Comunicação do Estado (Secom).

Agora, Louzada foi escolhido para substituir Alaimar na presidência do Iema por sua experiência e seu perfil. Por ter comandado por mais de três anos o Idaf, instituto que também conduz processos de licenciamento, ele está habituado a lidar com esse tipo de matéria.

Além disso, por ter maior familiaridade com o meio político, o Palácio Anchieta espera que ele abra mais o órgão ao diálogo e melhore a interlocução com os diversos setores, de servidores a empresários e entidades da sociedade civil, abrandando as pressões que hoje se acumulam sobre o Iema.


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