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Coluna Vitor Vogas

A volta de Majeski: qual cargo ele disputará e em qual partido deve entrar

Desde princípios de 2024, ex-deputado estadual aproximou-se politicamente de Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa

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Sergio Majeski foi deputado estadual. Foto: Ellen Campanharo/Ales

Sergio Majeski foi deputado estadual. Foto: Ellen Campanharo/Ales

Após dois mandatos que deram muito o que falar entre 2015 e 2022, Sergio Majeski está decidido a tentar voltar ao espaço onde fez seu nome político: a Assembleia Legislativa. O professor de Geografia será candidato a deputado estadual novamente em 2026.

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Por qual partido? Ainda não está definido. Mas, segundo o próprio ex-deputado, atualmente sem filiação, há uma “grande possibilidade” de ele se juntar, até outubro, ao União Brasil.

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Por decisão da direção nacional, o partido de direita passará a ser presidido no Espírito Santo pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos. Formará uma federação com o Progressistas (PP), cujo presidente estadual será o deputado federal Josias da Vitória (PP), grande aliado do atual presidente da Assembleia. A federação foi oficializada na terça-feira (19) em Brasília.

Desde princípios de 2024, o próprio Majeski aproximou-se politicamente de Marcelo Santos – de maneira um tanto quanto inusitada, já que, durante a presidência de Erick Musso (Republicanos) na Assembleia, de 2017 a janeiro de 2023, Majeski foi um crítico atento e praticamente isolado, no plenário, a medidas da gestão de Erick. Durante todo esse período, Marcelo foi o 1º vice-presidente da Mesa Diretora e respaldou as medidas políticas e administrativas do então presidente.

A convite de Marcelo Santos, Majeski assumiu, em fevereiro de 2024, a direção da Escola do Legislativo, um braço da Assembleia que, entre outros projetos, organiza visitas guiadas de estudantes do ensino básico ao Palácio Domingos Martins, sede do Legislativo Estadual. O convite de filiação ao União partiu do próprio Marcelo, e é com ele que Majeski tem mantido boas conversas que tendem mesmo a culminar com sua entrada no partido para reforçar a chapa de candidatos a deputado estadual do União.

“Ainda vou conversar com o deputado Marcelo Santos para entender os objetivos do União Brasil, as chapas que eles pretendem formar… Essas coisas a gente precisa conversar, conversar, conversar, e ainda ficam algumas coisas pendentes”, afirma Majeski.

Ele elogia a autonomia que Marcelo lhe tem concedido para tocar os trabalhos da Escola do Legislativo. “Ele tem nos dado uma liberdade muito grande para implantarmos projetos. Neste ano, cerca de 8 mil alunos visitarão a Assembleia. A média é de 5 mil por ano.”

Majeski chegou a conversar há alguns meses com o MDB, mas esse diálogo não evoluiu. No momento, ele também tem mantido conversas com o PSDB, na pessoa do presidente estadual do partido, o líder do governo Casagrande na Assembleia, Vandinho Leite.

Mas a tendência mais forte é mesmo sua filiação ao União Brasil.

Majeski diz ter o compromisso político de apoiar a candidatura de Marcelo Santos a deputado federal.

Majeski cabe num partido de direita, e vice-versa?

Majeski diz considerar-se um homem de centro.

Até hoje, sua trajetória política foi toda construída em partidos de centro ou centro-esquerda. Em 2014, em sua primeira campanha, ele elegeu-se deputado estadual pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 2018, renovou o mandato na Assembleia, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em 2022, de volta ao PSDB, concorreu a um lugar na Câmara dos Deputados, sem sucesso nas urnas. Em 2024, chegou a se filiar ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) para se candidatar a prefeito de Vitória, mas, alegando falta de apoio da direção estadual, desistiu da pré-candidatura e se desfiliou da legenda.

Já o União Brasil é um partido declaradamente de direita. Sob a presidência nacional do advogado Antônio de Rueda desde o ano passado, o partido surgiu da fusão, em 2021, do Partido Social Liberal (PSL), sigla pela qual Jair Bolsonaro elegeu-se presidente em 2018, com o Democratas (DEM), cujo DNA remonta à Arena Renovadora Nacional (Arena), partido que deu sustentação ao governo militar durante a ditadura que governou o Brasil de 1964 a 1985.

Apesar de ter três ministros no governo Lula (PT), o União Brasil tem se aproximado cada vez mais do bolsonarismo e feito alianças com o PL em alguns estados (o Espírito Santo não é um deles). O PP, com o qual agora se junta, é presidido nacionalmente por Ciro Nogueira (PI), um dos senadores mais bolsonaristas e ex-chefe da Casa Civil no governo do ex-presidente, atualmente em prisão domiciliar.

Perguntamos a Majeski se ele porventura enxerga incongruência entre sua história e sua provável filiação a um partido de direita como esse.

A resposta do ex-deputado:

“Eu não posso significar surpresa para ninguém. Todo mundo sabe quais são as minhas posturas, das quais não abro mão. Tenho por princípio que, se uma pessoa é eleita, seu compromisso principal é com a sociedade. Quando a pessoa toma posse, ela jura cumprir a Constituição, não o que o partido dela quer.”

Majeski diz querer que tudo isso também esteja bem conversado com Marcelo Santos, antes do passo final.

“Não posso de repente começar a defender coisas que nunca defendi, por casuísmo. Não acho que um político deva entrar em questões de costumes, por exemplo. Há causas muito mais importantes para defender, como a educação de qualidade”, exemplifica.