fbpx

Coluna Vitor Vogas

A missão dada por Casagrande ao novo secretário de Segurança Pública

Governador e delegado Eugênio Ricas revelaram o que o primeiro pediu que o segundo priorize ao assumir a Sesp no lugar de Alexandre Ramalho

Publicado

em

O novo secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Eugênio Ricas, o governador do Estado, Renato Casagrande, o Álvaro Duboc em entrevista coletiva

O novo secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Eugênio Ricas, o governador do Estado, Renato Casagrande, o Álvaro Duboc em entrevista coletiva. Foto: Divulgação/Sesp

Nesta terça-feira (6), o governador Renato Casagrande (PSB) apresentou à sociedade e à imprensa o futuro secretário estadual de Segurança Pública. O delegado federal Eugênio Ricas (sem partido) vai se desligar da chefia da Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo para assumir o comando da Sesp no lugar do coronel Alexandre Ramalho (Podemos). Na entrevista coletiva, Casagrande e Ricas também apresentaram a missão dada pelo primeiro ao segundo: seguir perseguindo a redução dos indicadores de violência no Espírito Santo, sobretudo os crimes contra a vida, em linha com as estratégias do programa Estado Presente.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

No fim do segundo governo Paulo Hartung (2007/2010), o Espírito Santo chegou à negativa marca de segundo estado com o maior número de assassinatos do país, atrás somente de Alagoas. Àquela altura, o Estado chegou a registrar mais de 2 mil homicídios por ano, com mais de 50 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Do primeiro governo de Renato Casagrande (2011/2014) para cá, graças em parte à implantação do programa Estado Presente, esse número caiu a menos da metade.

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

Em 2023, o Espírito Santo fechou o ano com o melhor resultado da série histórica: 978 homicídios dolosos. Hoje, estamos no meio da tabela. Somos “só” o 14º estado que mais mata no país. É um progresso considerável, mas, na campanha à reeleição em 2022, o governador fez uma promessa ainda mais arrojada: encerrar o seu terceiro mandato (em 2026) deixando o Espírito Santo entre os cinco estados com o menor índice de assassinatos per capita.

Perguntamos a Casagrande e a Ricas, em primeiro lugar, se eles definiram uma meta numérica e se pretendem estabelecer um novo recorde no encerramento de 2024. Ou seja, é de 978 para baixo? Segundo Casagrande, o objetivo não é necessariamente reduzir o índice sempre de um ano para o outro, mas fazer com que a curva, no longo prazo, continue sendo decrescente (ainda que possa haver alguma oscilação em determinado ano).

“Nem sempre é possível ter redução de um ano para o outro. Mas o objetivo é que a curva continue envergada para baixo no longo prazo, quando olhamos um período de tempo. Não temos uma meta, um percentual externo estabelecido. O que temos é um desejo de seguir reduzindo os homicídios. Mas não é um desejo por si mesmo. Não é só torcer e ficar cruzando os dedos. É um desejo alicerçado em ações. Ações que significam investimentos em contratação de policiais, na valorização dos policiais, em equipamentos e armamentos.”

Ricas completou: “A missão dada foi esta: continuar reduzindo o número de homicídios. Sabemos que não é tarefa fácil, e a cada ano se torna mais difícil, pois o crime é um fenômeno complexo, principalmente por conta da ação das facções criminosas. Onde tem droga envolvida tem violência envolvida, tem armas envolvidas. É sempre muito complexo. Mas a missão é esta: continuar o bom trabalho que já vem sendo realizado pela equipe de segurança do Estado, por meio do Estado Presente”, afirmou o substituto de Ramalho, que elogiou muito o programa de combate à violência mantido pelo governo e “reconhecido internacionalmente”, segundo ele.

Quanto à promessa de deixar o Espírito Santo no top five dos estados mais seguros para se viver no país, Casagrande não fixou um prazo para isso (diferentemente do que fez na campanha), mas voltou a se comprometer a persegui-la e disse considerá-la exequível: “Nosso desejo é caminhar em direção a esse objetivo. Se continuarmos reduzindo os indicadores todos os anos, vamos nos encaminhando para essa posição. Estávamos na segunda pior posição. Hoje estamos em 14º. Já caminhamos um pedaço. Agora temos que caminhar em direção a esse objetivo”.

Para Ricas, também é possível: “Sim, chegar entre os cinco mais seguros, entre os três mais seguros, até se tornar o estado mais seguro. Esse é o objetivo”.

O governador revelou outros pedidos específicos que fez ao futuro secretário: fortalecer a integração entre as forças estaduais de segurança (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal e Bombeiros), ajudar os municípios a desenvolver suas próprias estratégias de segurança e investir cada vez mais em tecnologia para aumentar o grau de resolutividade dos crimes e, consequentemente, reduzir o grau de impunidade.

“O que nós pedimos ao secretário é que ele possa dar sequência ao programa Estado Presente, aperfeiçoar o programa, ampliar as parcerias com as forças de segurança, trabalhar muito para que a integração entre as forças do governo seja cada vez maior e para que haja integração entre as forças estaduais de segurança e as do governo federal e dos municípios. Também é preciso mobilizar os municípios para que eles também possam desenvolver os seus programas de segurança pública, para que se sintam também partícipes desse resultado. E solicitamos muito a ele para que tenhamos uma continuidade e o aprofundamento do investimento na área de tecnologia. Temos que avançar mais ainda nessa área porque isso reduz impunidade. Quanto mais investirmos em tecnologia, maior será o grau de solução dos crimes e menor o grau de impunidade. São essas as linhas de trabalho que ele já tem na Polícia Federal e terá na Sesp”, listou Casagrande.

Ricas afirmou que não vai dar “cavalo de pau” à frente da Sesp, isto é, não pretende mudar as estratégias e diretrizes das políticas de segurança pública que, segundo ele, têm dado certo. A ideia, arremata, é dar continuidade e aprimorar o que já vem sendo realizado:

“A segurança já vem apresentando um trabalho excepcional. Não é fácil reduzir o número de homicídios. O modelo do Estado Presente vem, ano após ano, reduzindo índices de criminalidade. Temos uma equipe de profissionais brilhantes que não se escondem frente à criminalidade

e não deixam a peteca cair. Chego muito motivado e espero colocar um tijolo a mais no grande muro da segurança pública estadual. A minha missão é essa, sem cavalo de pau. Isso não existe e não é produtivo. Já temos um modelo de governança estabelecido e que tem dado resultados”, afirmou o delegado da Polícia Federal, que já pediu à Diretoria-Geral da instituição sua cessão para o Governo do Estado e deve começar a responder pela Sesp oficialmente após o Carnaval.

Casagrande resumiu assim os motivos de sua escolha para o lugar de Ramalho:

“A escolha se baseou no histórico e na competência de Eugênio. Isso nos dá a garantia de que teremos alguém liderando a Sesp com conhecimento, disposição e capacidade de cumprir as tarefas que estão no Estado Presente, programa que busca a redução dos índices de violência, ano após ano, principalmente a dos crimes contra a vida.”


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui