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Coluna André Andrès

Vinho na Vila: saiba quais vinícolas brasileiras estarão em Vitória

Feira acontece nos dias 26 e 27 deste mês em Vitória. A Vinho na Vila nasceu em São Paulo e reúne apenas produtores brasileiros

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Nas últimas semanas, Vitória foi palco de uma série de degustações de vinhos de variadas procedências. Foi possível provar rótulos provenientes do Dão, da Bairrada, de Lisboa. Apresentaram-se enólogos renomados, como Osvaldo Amado, Álvaro Espinoza e Gonzalo Castro. Foram abertos vinhos incomuns, como o Carcavelos, uma impressionante mescla de safras colhidas ao longo de mais de 80 anos. A sequência de provas com estrangeiros só foi quebrada uma vez, com a noite de espumantes vintage da Casa Perini. Muitos bons, aliás (mas disso falaremos em outra coluna). Essa tem sido a rotina há anos no Espírito Santo: a presença de muitos enólogos e representantes de vinícolas de outros países e raras degustações de produtos nacionais. Os organizadores do Vinho na Vila, feira realizada pela primeira vez em Vitória, prometem equilibrar essa balança com uma ampla e variada oferta de rótulos brasileiros.

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No total, serão mais de 200 garrafas disponíveis para degustação. E a mescla é rica: vai desde casas produtoras de pequenos lotes, como a Soterrani, com seus rótulos contados em centenas, até gigantes do setor vitivinícola brasileiro, como o Grupo Miolo, maior exportador brasileiro. A Vinho na Vila tem uma proposta de degustação ainda desconhecida no estado. E ela abre a oportunidade de visitar a feira mais de uma vez no final de semana.

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As vinícolas da Vinho na Vila

Confira quais produtores estarão apresentando seus vinhos em Vitória:

areA15

– A família usou a tradição na produção do vinho para desenvolver um projeto de vinificação a partir de 2019, em Bento Gonaçalves. O primeiro lançamento de seus rótulos aconteceu em 2022. A vinícola boutique trabalha principalmente na elaboração de mesclas, como Merlot e Tannat, o Corte Bordalês, Pinot Noir e Touriga Nacional, todos da linha ble

Vinícola Garbo é tocada por jovens no Rio Grande do Sul. Foto: Divulgação

Vinhos da vinícola Garbo poderão ser degustados durante a Vinho na Vila. Foto: Divulgação

nds. As uvas são plantadas em Santa Catarina, na Campanha e na Serra Gaúcha. O cuidado com a condução fica evidente em casos como o da mescla de Merlot e Cabernet Franc. Cada casta passa um ano em madeira, a Merlot em carvalho francês e a Franc em barris americanos.

Arteviva

– Vinícola com pouco mais e cinco anos de atividade em Bento Gonçalves. Especializou-se em linhas especiais, premium e super premium. As uvas para a produção de seus vinhos saem de três regiões, Serra Gaúcha, Vale dos Vinhedos e Campanha Gaúcha. Trabalha com muito com blends, mesclando castas francesas, portuguesas e italianas. O resultado são vinhos absolutamente incomuns.

Buffon

– Há um movimento organizado entre jovens enólogos e produtores brasileiros para divulgar o vinho nacional. A ideia é simples: sair pelo país mostrando como vinícolas com trabalhos recentes têm conseguido uma alta qualidade em sua produção. A quinta geração da família de Giacomo Buffon entrou oficialmente no mundo do vinho em 2020. Sediada em Faria Lemos, Bento Gonçalves, passou a produzir uma linha extensa de espumantes, brancos e tintos. Em alguns casos, a produção é bastante limitada. O tinto em homenagem a Giacomo Buffon teve uma tiragem de apenas 300 garrafas.

Cave de Angelina

– As raízes da Cave de Angelina surgiram em 1931, com o patriarca da família, Antônio Tonet. “Nonna” Angelina foi quem começou a produzir vinhos para a família e amigos. Hoje, seu neto e enólogo, André Tonet, fundador da vinícola, toca os trabalhos ao lado da esposa, também enóloga, Francine. Localizada no Rio Grande do Sul, a vinícola produz espumantes artesanais, utilizando principalmente as uvas Chardonnay e Pinot Noir. A sede da cave fica em Nova Pádua, perto de Pinto Bandeira, de onde saem alguns dos melhores brancos e espumantes brasileiros. O Nature Domans 1931, feito com o método champenoise, tem produção limitada: apenas 1.364 garrafas.

Dom Cândido

– Uma vinícola marcada pela história e tradição, iniciadas no final do século XIX. O nome é uma referência a Dom Cândido Valduga, pilar fundamental para o surgimento da vinícola, em 1986, no coração do Vale dos Vinhedos. A Dom Cândido é uma referência de qualidade na região. Sua linha de produtos é extensa, vai desde caixas de três litros de vinho (“bag in box”) até rótulos premium, como o espumante Documento, feito apenas com Chardonnay, e o Gran Reserva Cabernet Sauvignon, feito com Cabernet Sauvignon com 14 meses de passagem por barricas de carvalho francês.

Garbo Enologia Criativa

– Andrei Bellé é um dos três enólogos da Garbo e também um dos integrantes do grupo divulgador de vinhos brasileiros, citado na nota sobre a Buffon. Os vinhos produzidos por eles são marcados pela ousadia. Um exemplo é a mescla de Chardonnay e Arneis, casta vinda do Piemonte e pouco conhecida por aqui. A Arneis é colhida na Serra do Sudeste, enquanto a Chardonnay é plantada na Serra Gaúcha. Já o Inquieto Tinto é uma mistura de Merlot com 7% de Sauvignon Blanc. A intenção dos enólogos foi emprestar mais acidez ao Merlot. Espere tudo do estande da Garbo na Vinho na Vila. Só não espere o tédio da mesmice…

Os proprietários da vinícola Gaudio, Thaiz e Paulo Gaudio. foto: Divulgação

Thaiz e Paulo Gaudio com alguns dos rótulos produzidos em Urupema: paixão pelos vinhos. Foto: Divulgação

Gaudio

– Projeto desenvolvido nas serras catarinenses, mais precisamente em Urupema, pelo chef e sommelier capixaba Paulo Gaudio, e sua mulher, Thaiz. Os vinhos são beneficiados pela amplitude térmica da região. A linha Gaudio faz referência à capital, Vitória, como é o caso do Vitória Chardonnay, e também à cultura e à fauna da região onde são produzidos, como ocorre com o Tatu Dourado e o Papagaio Charão – eles dão nome, respectivamente, aos vinhos laranja e rosé da vinícola.

Grupo Miolo

– Gigante brasileira do setor. Maior exportador de vinhos do país, a Miolo tem dezenas de rótulos e uma linha capaz de acomodar desde vinhos populares, mas de ótima relação custo-benefício, até alguns dos maiores ícones nacionais, como o Sesmarias e o Lote 43. Os espumantes são igualmente variados. O grupo é formado por quatro vinícolas: as gaúchas Miolo, Seival e Almadén, além da Terrona, no Vale do São Francisco. Uma potência absoluta.

VINHO NA VILA. VINHO L.A. JOVEM ROSÉ SERÁ UM DOS ROSÉS SERVIDOS

Vinho L.A. Jovem Rosé: garrafa e conteúdo resumem espírito norteador da vinícola Luiz Argenta. Foto: Divulgação

Luiz Argenta

– Outra grande casa brasileira. A vinícola Luiz Argenta (ou L.A., para os mais próximos) se destaca pela alta qualidade de seus vinhos e pelo cuidado na apresentação de seus produtos. Suas garrafas são belíssimas. No entanto, importante mesmo é o conteúdo. E a L.A. consegue ter vinhos de preços acessíveis, ótima qualidade e embalagem marcante, como é o caso do Brut Jovem, até vinhos robustos e imponentes, como os da linha Cuvé La Cave.

Monte Castelo

– Grande parte da produção nacional vem, como se sabe, do Sul do país. No entanto, é cada vez mais comum a presença de vinhos de outras regiões em premiações tanto no Brasil quanto em outros países. E assim passamos a apreciar os rótulos vindos de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco… A Monte Castelo está sediada em Jaraguá, interior de Goiás. A produção começou em 2020, com prosaicas 111 garrafas. Em 2021, foram 6 mil garrafas produzidas, entre brancos, rosés e tintos. Destaque para Syrah, muito bem adaptada à região.

Sotterrani

– Numa tradução livre, “soterrani” é algo mais ou menos como um grande porão. E a Soterrani nasceu em um espaço desses, numa típica casa italiana da Serra Gaúcha. Em 2005, a primeira produção foi de apenas 20 litros. Hoje, os responsáveis pela casa a definem como uma “micro vinícola urbana”, com a produção bastante restrita a lotes. São vinhos quase exclusivos. Apenas cinco rótulos, um espumante, um branco e três tintos. Provar um deles é para poucos. Só como exemplo: em 2021, a vinícola produziu 747 garrafas do Extra Brut Riesling e 342 do Chardonnay. Um luxo proporcionado pela Vinho na Vila.

Terraças
A Vinícola Terraças, fundada em 2004 pela família Fornasier, possui uma longa tradição na viticultura de Pinto Bandeira, região importante para a produção de vinhos brancos e de espumantes. A vinícola cultiva suas uvas em um terreno acidentado, priorizando o trabalho manual e a inovação. A empresa utiliza um sistema digital para rastrear a origem das uvas e valoriza o trabalho em equipe. Tem uma linha de poucos rótulos e dedica-se também a produzir sucos de uva.

Vá lá

Vinho na Vila Vitória 2024 – 26 e 27 de outubro
Local: Ítalo Lounge – Clube Ítalo Brasileiro
Endereço: Rua Renato Nascimento Daher Carneiro, 1036 – Ilha do Boi, Vitória – ES
Ingressos: R$ 120 (lote de lançamento) e 150 (1º lote)


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

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